Capítulo 3 • Uma tragédia de presente

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     Àquela altura, eu já me lembrava de tudo o que acontecera, todos os mínimos detalhes

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     Àquela altura, eu já me lembrava de tudo o que acontecera, todos os mínimos detalhes. Mínimos detalhes que muito provavelmente me assombrariam por muito tempo.

     Tudo estava tão fresco em minha mente. Todas as sensações, todas as imagens, os gritos, os barulhos das armas, os zumbidos das naves, o vibrar do edifício...

     Àquela altura, eu tinha certeza de que havia sido dopada pelos agentes da S.H.I.E.L.D. pouco depois de me imobilizarem com a arma de choque. Era como se eu sentisse e soubesse que os sedativos estavam se desvanecendo pela minha corrente sanguínea, expirando seu efeito e, com isso, trazendo de volta as memórias do ocorrido, que inundaram minha mente com todo o sangue e a violência contida nelas. Além da dor psicológica, ainda estava sendo acometida pela dor física causada pelos choques intensos no meu abdome.

     Era estranho que tudo parecesse tão recente, mas tão distante ao mesmo tempo. Nada parecia fazer sentido. Era algo tão absurdo de se imaginar que eu não sabia exatamente o que sentir.

     Na verdade, eu sabia sim. O fato de Loki ter me escondido tudo aquilo me deixava triste, mas por algum motivo, eu me sentia muito mais afetada por outro fator: mortes. Sim, mortes. Lembro-me de ter ouvido alguém informar sobre muitas baixas de civis, pessoas inocentes que tiveram suas vidas interrompidas por bestas que caíram do céu. Aquilo estava me perturbando profundamente.

     Loki teve a pachorra de tentar transferir a culpa para as minhas costas, mas aquilo, definitivamente, não era culpa minha... Só que eu me sentia parte responsável por todas as mortes e feridos. Eu não fazia a menor ideia daquele plano insano, mas eu estava aliada a Loki e às suas ideias – mesmo não sabendo delas. Loki havia me enganado, me traído. Ele era o responsável daquela tragédia e não era justo me incluir na conta sangrenta, mas... Mas talvez eu também fosse culpada pelas mortes.

     Eu matei pessoas. Indiretamente, mas matei.

     Apesar de não estar me sentindo cem por cento recuperada fisicamente, considerando o machucado dos choques e a minha intoxicação com o pó de névoa, eu decidi me esforçar para tentar traduzir o que Loki estava sentindo naquele momento, eu queria saber o que estava se passando dentro dele... E era culpa. Apesar de tudo, ele parecia estar sendo honesto comigo e acabei acreditando em seus sentimentos, acreditei que ele não estivesse usando magia para manipular o seu interior e me enganar mais uma vez.

     Tudo aquilo fora para me salvar. O quão grandiosamente horrível isso é? Eu não conseguia mensurar o tamanho do estrago que fora dedicado a mim e ao meu bem estar...

     Uma tragédia de presente para mim.

     Para piorar – como se ainda pudesse –, Loki havia me deixado com uma pulga atrás da orelha. Eu não sabia se acreditava na tal história da pessoa que ele abandonou. Quem me garantia que não era mais uma mentira? Como acreditar em Loki depois de tudo aquilo? Como ainda confiar nas suas palavras? E o que eu era diante daquela decisão? Uma espécie de reparação dos erros do passado dele? Como ele pôde achar viável matar pessoas em meu nome para reparar um erro de seu passado?

FEBRE ESCARLATE | LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora