"Precisamos ir a um lugar seguro" Susan olha ao redor com atenção, facilmente trazendo de volta os velhos hábitos de rainha guerreira.
"Sei de um que irá servir por enquanto" Ciclone, um dos centauros, diz. Ninguém o contradiz ou interroga, pois ele é o mais perto de magia que poderiam estar: profeta e vidente. E metade animal, metade humano (bem impressionante por si só).
Todos são arranjados, os humanos pegando carona em cavalos e centauros. Ciclone se aproxima de Alice com gentileza, sabendo que a humana está receiosa. Entretanto, ela aceita de bom grado quando ele a oferece ajuda. Alice finge não estar abalada da melhor maneira que consegue, tentando parecer blasé. Mas seu olhar maravilhado a entrega imediatamente.
Depois de algum tempo de correria, as caronas param. Os humanos e criaturas menores que também aproveitaram de seus companheiros maiores seguem a pé.
"Narnia não é terra dos homens, mas deve ser governada por eles" Caça-trufas, um texugo simpático insiste para alguns outros animais.
"Tão cristão" Alice murmura para si mesma, admirada com pequenos detalhes que não tinha percebido antes de ler uma thread no Twitter sobre o autor e suas referências religiosas em Narnia.
"Quem é esse Cristão?" Caspian questiona, ao seu lado. Ela nem ao menos havia percebido o príncipe a seguindo de perto, perdida em seus próprios pensamentos.
"Não é uma pessoa" Alice segura a risada, temendo ser indelicada.
"É religioso" explica Susan, um pouco mais a frente, mas atenta às conversas paralelas. Principalmente as que envolvem a forasteira e o príncipe, duas figuras peculiares demais para sua mente assimilar facilmente.
"Vocês nunca prestaram atenção das similaridade que Aslan tem com Jesus?" Alice pergunta antes que possa se deter, curiosa.
"Isso é blasfêmia" Susan pontua.
"Com Jesus ou Aslan?" Brinca Edmund, ganhando uma cotovelada da irmã mais velha. Alice, Peter e Lucy disfarçam a risada.
"Chega desse assunto" a rainha mais velha manda, não querendo lidar com aquilo.
"Podemos falar então sobre o nobre ato do ser superior que se sacrifica, morrendo por causa de um humano e recebendo a forte devoção do povo ao ressuscitar?" Zomba Alice.
"Oh, meu Deus" solta Edmund, parando de andar e olhando para Alice "isso é...".
"É" Alice faz um gesto de mente explodindo "e eu só percebi isso por causa do Twitter!" Ela dá risada.
"Um pássaro?" Peter a olha com confusão.
"Pensei que animais não falassem no mundo dos filhos de Adam e Eve" comenta Nikabrik para Trumpkin, que dá de ombros, desinteressado.
"Uma rede social" explica brevemente a brasileira e mira os Pevensie "é algo tecnológico. Vocês são de que ano mesmo?"
"1941." Responde Lucy prontamente.
"Então, a primeira geração de computadores está sendo feita. Vai ajudar na guerra" conta Alice "são máquinas que primeiro vão ajudar apenas quem tem acesso direto à elas, mas depois vai avançar. Muito."
"Como?" Pergunta Edmund, seus olhos brilhando de curiosidade.
"Eu tenho acesso à alguém que está no outro lado do mundo no momento que quiser. É só ir até meu computador e entrar em contato com quem eu quero, usando o meio que achar melhor, pelo computador. Tudo em tempo real." Explica e então acrescenta: "é bem legal pensar que minha geração está correndo porque a de vocês andou primeiro."
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unwritten | narnia
FanfictionAlice sempre foi apaixonada por livros, viver sonhando com outros mundos é o que a jovem faz de melhor. Entretanto quando a fantasia finalmente se torna realidade, ela não sabe o quão difícil será sua jornada. ❝Live your life with arms wide open To...