Capítulo 1

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Tobirama engoliu em seco, a respiração parecia estar pior que antes. Izuna o olhava surpreso e pareceu que toda a alegria que ele carregava tinha desaparecido quando viu sua pessoa. O gato que estava com ele, decidiu que não era mais divertido ali, então somente correu para o outro lado da rua. O moreno pareceu sair de seu transe quando ouviu ele miar. O choque já tinha passado e viu ele suspirar antes de se levantar e ficar ereto, colocando as mãos no bolso do casaco. O sorriso que ele colocou no rosto era tão verdadeiro como sua calma agora. Quando ele começou a dar passos em sua direção sentiu um desespero crescendo dentro de si, mas não moveu um dedo sequer.

— Oi Tobirama. Quanto tempo.

Sentiu se arrepiar com a voz suave, mas gentil dele. Sentia falta dela. Mas disfarçou por causa da brisa que passou por lá repentinamente.

— Oi Izuna, então... Finalmente está de volta?

— Huhum, e mesmo depois desses sete anos quase nada mudou por aqui — ele disse, olhando em volta

— Pode acreditar, várias coisas mudaram.

Izuna suspirou e virou a cabeça para o outro lado, levando a mão até a nuca.

— Bem, vou indo — começou a caminhar para longe do mais alto — Tenho que ir até a casa do nii-san.

Tobirama engoliu em seco. Não sabia o que estava fazendo.

— Madara não mora mais na casa dos seus pais.

— Eu sei —ele esquivou — Ele já me mandou a localização da nova casa pelo telefone.

— Hum... Tem certeza que quer ir nesse frio? Posso te dar uma carona e-

— Não precisa, Tobirama — sua voz pareceu mais estar num tom grave — Eu tenho um carro só meu agora.

— Ah, entendi...

Ele somente continuou caminhando enquanto Tobirama sentia o gosto conhecido da culpa.

— Até mais — ele disse por fim num tom seco

— Até — seu tom foi tão baixo que Izuna com certeza não escutou, mas ele não pareceu sentir falta do cumprimento

Tobirama agora tinha os punhos cerrados com força, mas se preparava para continuar a corrida, só que agora até uma casa conhecida. Foi aí que um carro discreto preto passou por si, e Izuna não se deu ao trabalho de buzinar ou algo do tipo.

Seu coração apertava, uma brisa o deixou com mais frio. E sabia que era tudo sua culpa.

×××

Tobirama chegou na casa do irmão e foi recebido com o famoso abraço de urso. Hashirama sorria feliz pela visita do mais novo, gostava de quando ele ia lá.

— Olá Anija.

— Oi pedacinho de céu!

Tobirama fez uma careta enquanto se distanciava do abraço.

— Deus, deixe esse apelido de lado — falou, esquivando dele e indo em direção a sala — Ou pelo menos troque por outro melhor.

— Não — ele falou sorridente, como se não tivesse lhe negado algo

Tobirama suspirou e desabou cansado no sofá, fechando os olhos por um momento. Sentiu somente o tecido do sofá se afundar ao seu lado. Seu irmão o observava curioso. Hashirama sorriu gentil.

— Algo a me contar? — ele perguntou — Não é comum você aparecer assim de repente e ainda mais com essa cara de morto.

— Eu sempre tive cara de... — hesitou por um momento — morto.

Perdão (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora