Capítulo 3

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As risadas aumentavam. Os olhos julgadores o atingiam como um faca. Os dedos erguidos para sua pessoa o deixavam enjoado, mas ao mesmo tempo com raiva.

Ei, Senju! — uma voz desconhecida atrás de si pessoa o chamou

Virou o rosto, vendo um garoto de cabelos roxos e olhos verdes o olhando com um sorriso zombateiroQueria o arrancar da face do indivíduo do pior jeito. Não poderia nem ao menos viver essas últimas semanas na escola em paz?

O que é?

É verdade que-

×××

O som do despertador era ruim, mas não era pior que o pesadelo que teve. Neste momento nada seria pior. Tobirama desligou o aparelho com a mão pesada e se dirigiu sonolento até o banheiro. Por sorte era quinta feira, ou seja, não iria ter tanto movimento na agência que trabalhava. Ou era o que achava. Estava acabado, o sonho estranho o assombrou mesmo depois de tanto tempo. As olheiras podiam ser vistas facilmente, os cabelos estavam mais desorganizados que o normal. Na verdade, não fora um pesadelo que o rondou a noite, e sim uma lembrança. Uma dolorosa e que queria esquecer, principalmente quando uma certa pessoa voltou. Não queria lembrar daquele dia. Nunca mais.

O dia no trabalho, diferente do que imaginou, foi corrido e acabou com sua energia de vez. Konoha ainda estava com clima frio, contudo, devido a movimentação, as salas da agência ficaram abafadas. E ainda por cima teria de aguentar os colegas de trabalho, que na sua opinião, não poderiam ser mais lerdos. Simplesmente voltou para casa rastejando. Se jogou na sua cama e abraçou o travesseiro mais próximo, pensando que na verdade era Izuna ali em seus braços.

Ainda não tinha se acostumado com os batimentos acelerados ou as sensações intensas como antigamente. O sentimento só tinha congelado assim que ele partiu. Estar apaixonado era um saco, porém, ao mesmo tempo, era maravilhoso. Sorriu bobo, ria de si mesmo por parecer uma cadela no cio com o Uchiha.

Todavia, sua tranquilidade foi interrompida novamente quando ouviu o celular tocar. Naquele horário só uma pessoa ligaria, e isso o fez fechar a cara por só querer um minuto de descanso. Agora que era final da tarde somente queria jantar e comer sorvete assistindo alguma série, no entanto, aparentemente seu irmão não apagava o fogo no cu.

Se esticou ao máximo para pegar o telefone no bancada e não precisou ver o nome do indivíduo para saber quem era.

— O que é, Hashirama? — perguntou rude, entretanto, a pessoa do outro lado da linha não se importou

— Irmão, eu e Madara vamos a um restaurante e-

— Mais alguém vai?

— Não, mas-

— Então não. — disse e voltou a abraçar o travesseiro — Não quero ficar como uma estátua enquanto vocês se pegam na mesa.

— Ah, ok! — e desligou, o tom alegre dele denunciava que também não queria que ele fosse

Não era mais fácil não chamar?!

Talvez fosse hábito dele querer o colocar no meio de qualquer coisa que fizesse.

Suspirou, prestes a fazer tudo que desejava e tinha direito nesta noite.

×××

— É, né. — riu meio nervoso — Tchau, até mais. É, tchau. — riu mais uma vez antes de desligar e fechar a cara — Vaca.

Izuna jogou o celular sobre o colchão, frustado. Bufou com raiva em seguida. Queria quebrar o aparelho, mas aquilo custava dinheiro.

Perdão (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora