𝐇𝐄𝐑𝐄𝐒𝐈𝐀, 𝐒𝐚𝐭𝐨𝐫𝐮 𝐆𝐨𝐣𝐨

𝐒𝐞𝐧𝐬𝐚𝐜𝐨𝐞𝐬

(Sensações)

𝕆𝕚𝕖 𝕡𝕣𝕚𝕟𝕔𝕚𝕡𝕒𝕤 𝕖 𝕡𝕣𝕚𝕟𝕔𝕖𝕤𝕠𝕤!

(𝚅𝚞𝚕𝚐𝚘 𝙿𝚎𝚌𝚊𝚍𝚘𝚛𝚎𝚜)

𝕋𝕦𝕕𝕠 𝕓𝕖𝕞?!

Sem mais delongas, boa leitura!

~(˘▾˘~) ~(˘▾˘)~ (~˘▾˘)~

━━━━━━━━ ✤ ✟ ✤ ━━━━━━━━

[Gojo]

Nunca pensei que tomar café seria assim tão complexo. Eu levava a xícara até a boca numa calma velada e cheia de respirações profundas. Sentia as juntas dos meus dedos das mãos ficarem esbranquiçadas pela força que eu fazia ao segurar a velha caneca. Por momentos achava que quase trincava, tamanha era a ansiedade de existir naquele momento nada oportuno.

A noite havia sido coberta de um sono agitado e cheio de sonhos fulminantes, todos eles recheados de um rosto suado e lábios entreabertos, em um gemido silencioso de prazer.

Maldita hora para sonhar essas coisas!

Eu mal acabava de pensar, sentia um frio na pele e um arrepio dominar meu espírito nada puro. Com ele veio um barulho baixo vindo de um dos quartos, eu sabia exatamente qual, afinal me imaginei entrando nele muitas vezes nos sonhos da noite passada. E que sonhos.

Aos poucos, outro de meus sentidos era dominado. O cheiro dela invadia e me deixava estranhamente quente — a quem eu estava tentando enganar, isso não era nada estranho, eu sabia muito bem o que era esse calor. Seu belo sorriso agora inundava minha visão. Ótimo, ela também está fingindo que nada aconteceu!

— Bom dia, Padre!

— Bom dia, dormiu bem?

— Como um anjinho, nada que um bom relaxamento e um maravilhoso banho não me ajudasse.

Pensei cedo demais... maldita boca deliciosa que eu quero muito... autocontrole... respire! Eu repetia as palavras finais de meus pensamentos agora mais enfaticamente.

— Que bom. Hoje vamos estudar alguma coisa? — Perguntei.

Me arrependi de ter perguntado no momento que a frase saiu de meus lábios e agora ela deitava o corpo sob os cotovelos na mesa e me olhava com um rostinho sapeca e cheio de malícia.

— Eu tenho ótimos estudos para praticar com você, Padre...

— Por favor... — pedi.

— Ah... esqueci que você é fraco... tudo bem, eu-

— Fraco?

— Sim...

— Depois de ter resistido "muito bem, obrigado" ontem a você, eu sou fraco?

— Exatamente por isso...

— Me explique!

— Você é fraco porque podia ter aproveitado muito mais e de forma espetacularmente gostosa, mas não, preferiu agarrar-se a uma crença arcaica e deixar de lado um puta prazer de tornar seu corpo e o meu, um só!

Meu coração batia acelerado, ela havia colocado para fora, de uma vez só, tudo o que eu queria fazer e mais um pouco, mas era covarde e responsável suficiente para não fazê-lo. Respirei profundamente e sorri, a melhor maneira de devolver aquelas verdades era sendo o mais irônico possível.