Storn - (Capitulo Um)

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O segundo trovão em menos de dez minutos havia feito um barulho suficientemente alto para que eu desse um grito.

Peguei meu celular, ligando para Satoru e bufando ao ouvir a voz da secretária eletrônica encaminhando a ligação para a caixa postal.

Esfreguei minhas mãos olhando a chuva que mais parecia uma cortina e esperando que ele chegasse logo na empresa para assinar os papéis que faltavam ser enviados.

Trabalhava com ele já havia um ano e poucos meses num prédio imenso, eu era sua secretária e ele era meu superior.

Eu analisava os papéis que ele tinha que assinar para enviarmos já que era ele que liberava os produtos e tudo mais.

Dentro de nosso andar só havia eu de secretária o que significava que eu passava a maior parte do tempo sozinha ou na companhia do chefe, isso quando ele resolvia sair para tomar um café e parava para conversar comigo.

Ele era legal e tudo mais, mas ele também era muito, mas muito bonito, o problema era que ele também parecia burro demais pra entender minhas investidas então com o tempo acabei deixando isso de lado.

Mais um estrondo ecoou pelo andar, mas dessa vez era a porta que tinha sido aberta revelando Gojo muito molhado.

- Bom dia, Sr. precisa de algo? - perguntei, tentando controlar todos os pensamentos impuros que tomaram minha mente assim que vi ele fechar os olhos e passar a mão pelos cabelos, molhando seus lábios com sua língua.

Era um hábito comum dele mas também era uma coisa que eu não superaria com facilidade.

- Eu preciso trocar de roupa. Assim que terminar eu te chamo, tudo bem? - assenti com a cabeça vendo um sorriso surgir em seus lábios e em seguida ele foi para sua sala, me deixando sozinha com o barulho dos trovões.

Arrumei sua papelada e deixei pronta para quando ele me chamasse coisa que não tardou a acontecer.

Me levantei de minha cadeira extremamente confortável, que ele havia comprado "pensando na minha saúde", e ajeitei minha saia, que era uma coisa absurdamente justa e que marcava cada centímetro da minha bunda.

O que fazia com que eu tivesse que usar um sobretudo para que não ficasse muito indecente em ambiente de trabalho.

- Senhor? - no impulso acabei entrando na sala sem bater na porta antes.

Vendo Gojo sentado em sua cadeira, com outro terno que lhe caía igualmente bem, com a gravata frouxa em seu pescoço.

- Trouxe a papelada? - ele perguntou todo doce e eu assenti andando até ele e deixando seus papéis em cima de sua mesa. - Sabe o que cairia bem agora? Donuts. Você poderia traz... - sua voz foi interrompida por um espirro alto me fazendo arregalar os olhos ao vê-lo fungar e dar uma risada.

- O senhor precisa de um remédio? eu vou pegar um. - não esperei sua resposta e corri até meu balcão e tirei uma caixinha da segunda gaveta, pegando alguns comprimidos e entregando para ele com um copo d'água.

- Você é maravilhosa, sabia? Não sei o que eu faria sem você. - ele tomou seus remédios tamborilando a mesa em seguida como se esperasse por algo.

- Algum problema? - pergunto confusa.

- Os donuts. Eu quero com bastante chocolate. - fiquei um tanto sem graça e dei um sorriso, revirando os olhos e me virando para sair da sala. - E por favor, não me chame mais de Senhor! Eu me sinto velho - ele sorri docemente e eu fico parada apenas admirando.

Até que a vida me dá um tapa de realidade e enfim volta para o momento atual.

- Tudo bem... Gojo- sorri e fui andando para fora da sala.

Eu devia admitir que era difícil trabalhar com ele e não querer pular encima daquele homem a qualquer momento?

Era sim...muito difícil.

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