Capítulo 6

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Acordo totalmente enroscada no Adrien, como se fossemos um só. Seu braço direito segura minha cintura e minha perna esquerda está sobre o seu quadril. Não consigo evitar o sorriso ao sentir sua respiração quente fazendo cócegas na curva do meu pescoço. Mas algo em sua expressão me deixa preocupada, ele não parece tranquilo.

Seu rosto está muito vermelho, ele está todo quente. 

Quente demais para ser normal.

— Adrien? — Chamo, tentando acordá-lo.

Ele geme, mas não se mexe. 

Toco seu rosto e sinto sua pele fervendo.

— Você está queimando de febre! — exclamo mais para mim mesma, porque ele continua apagado.

Entro em desespero e vou procurar um antitérmico. Quando não encontro nada, pego o celular e ligo para Alya, já saindo pelo corredor para ir numa farmácia que vi aqui do lado.

Alya atende no segundo toque e tenta me dizer alguma coisa, porém eu despejo minha aflição antes:

— Alya, o Adrien está queimando em febre. Será que tem a ver com a bebida?

— Amiga, pode ser pela friagem que ele pegou. Mas não tenho certeza. Você sabe que o Adrien é todo melindroso, não pode cometer essas estripulias — explica, cedendo ao meu desespero.

— Estou indo comprar um antitérmico… 

— Não sai na rua! — Alya grita no meu ouvido.

Tarde demais, ao colocar o pé para fora do prédio. Uma chuva de flashes disparam no meu rosto, quase me cegando.

— Marinette, é verdade que você dopou o modelo Adrien Agreste? — questiona um dos jornalistas, tirando mais e mais fotos minhas.

A mão que segurava o celular caí frouxa ao meu lado. Alya continua berrando, consigo ouvir apesar da curta distância.

— Você não conseguiu superar o fato de ele nunca ter te correspondido amorosamente? — Outra pergunta.

Sei que deveria retroceder, mas não tenho reação. Estou em choque. Petrificada para ser mais honesta.

— Ele ainda está desacordado?

De repente sinto uma mão pegajosa segurando a minha e sou puxada para dentro.

— Adrien Agreste! 

Ele me abraça, escondendo meu rosto em seu peito. Quando já estamos seguros na recepção do prédio. 

— Desculpa, te enfiei no meio disso tudo — sussurra, seu corpo continua quente e Adrien está todo suado.

Consigo sentir mesmo por cima do moletom de capuz.

Coloco o celular no ouvido para me despedir da Alya, enquanto Adrien me guia até o elevador.

— Amiga — choramingo.

— Mari, não estou em Paris, viajei de última hora porque sigo no encalço da Chloé há meses. Você sabe, mas o Luka me ligou e está indo pra cidade, ele está preocupado com você, amiga. — explica aflita. — Vou tentar resolver isso daqui, só não se exponha, por favor. Preciso ir.

— Obrigada, Alya — agradeço sem forças e desligo o celular.

— Acordei e não te achei, então peguei o celular para te ligar e vi umas 300 mensagens da Natalie. Quando soube o motivo, vim te trazer pra dentro. Desculpe por tudo, a culpa é toda minha. — Adrien está cambaleante e eu acabo apoiando seu corpo no meu.

Como cão e gatoOnde histórias criam vida. Descubra agora