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Maria estava sentada no sofá da sala e segurava em suas mãos um livro, era de seu amor. Pensou em toda sua vida e como foi difícil crescer sem seus pais, crescer rodeada de interesse, ódio e rancor. Como ela conseguiu ser tão boa com todos? Como ela conseguiu sorrir nos momentos em que tudo o que ela mais queria era chorar. Ela se viu ali, na sala que era da sua mãe, sua verdadeira mãe, Celeste.

— O que será que tem naquele diário? — Sussurrou ao se lembrar do diário que havia encontrado na biblioteca da sua mãe.

— Meu amor? — Estêvão se aproximou — Agora que você já conheceu as duas empresas, o Gustavo fez um plano para uma levantar a outra e sair da falência.

— Resolve isso para mim? Eu tenho que ir em um lugar rapidinho. — Se levantou indo até ele e tocou o rosto dele — Por favor.

— Para onde você vai amor? Leva a Branca ou a Aline com você. — Falou calmo e tocou os cabelos dela.

— Eu vou com a Branca, não se preocupe. — Deu um selinho nele e saiu andando após pegar a bolsa — Te amo!

— Te amo! — Estêvão sorriu e respirou profundamente passando a mão no rosto.

Alba estava andando de um lado para o outro e passou as mãos no cabelo pensativa. Tinha que achar uma saída para seus problemas financeiros. Ela viu o marido entrar em casa e fazer o que sempre fazia, ir até o sofá e ligar a televisão. Ela em um ato de estresse e raiva, ela se aproximou e foi até a televisão e puxou os cabos e jogou a televisão no chão e pisou sobre ela.

— Você está louca? Que merda Alba! — Se aproximou e segurou ela pelo braço com força — Eu vou matar você!

— Mata, me mata Roberto. — Gritou com ele e o olhou nos olhos — Você é um inútil, um idiota, um merda.

— Ah e você é o que? — Perguntou sério — Você é tão podre quanto eu.

— Que arrependimento de ter me casado com você! — o empurrou forte.

Roberto ao se desequilibrar, ele a puxou e ela acabou por cair sobre ele. Ele gemeu sentindo dor nas costas e fechou os olhos.

— Roberto? — Mordeu os lábios preocupada e respirou fundo — Desculpa, me desculpa.

— Que dor. — Fechou os olhos e passou a mão no rosto.

— Me desculpa, por favor... — Saiu de cima dele e respirou fundo — Vou ligar para seu médico.

— E vai pagar como Alba? — Se ajeitou no chão com dificuldade — Não temos dinheiro nem para comprar um lanche na rua.

— E-eu... Eu vou dar um jeito. — Se levantou e pegou a bolsa — Espera aí.

— Ah, eu vou ficar aqui te esperando. — Falou sarcástico e a olhou sério.

— Idiota! — Saiu andando apressada e respirou fundo.

Maria estava com Branca na biblioteca da casa da mãe e respirou fundo olhando o diário.

— Por onde deve andar essa chave? — Respirou profundamente e olhou Branca.

— Eu não faço ideia, mas vamos dar um jeito. — Se sentou ao lado dela.

— Aí meu Deus, eu lembro de algo. — Se levantou — A vovó... Quero dizer, a minha mãe me deixou uma caixinha. Eu vou buscar. — Maria saiu correndo e foi até seu quarto, ao entrar, se direcionou para o closet e pegou a caixinha e abriu vendo um cordão com um pingente de chave e olhou com curiosidade.

— Sua mãe sempre usava esse cordão. — Sorriu a olhando — Será que é a chave?

— Vamos ver. — Se sentou na cama e pegou o diário e o pingente e respirou fundo e mordeu o lábio quando abriu — Aí meu Deus, abriu Branquinha.

— Bom, eu vou deixar você sozinha. — Beijou a testa dela e sorriu — Qualquer coisa me chame.

Maria assentiu e sorriu levemente e se ajeitou na cama e passou a mão no cabelo e fechou os olhos sentindo sua mão trêmula.

Renan saiu da cozinha segurando uma maça e sorriu ao ver Branca e se aproximou dela.

— Adivinha para onde eu estou indo todo arrumado desse jeito? — Sorriu a olhando —

— Eu adoraria adivinhar, mas não sou boa com isso, então fico no aguardo de quando o senhor se sentir confortável em me dizer. — Falou calma o olhando e sorriu — Para onde o senhor está indo?

— Eu estou indo para uma entrevista de emprego. — Sorriu a olhando — E estou confiante de que vou conseguir esse emprego.

— Te desejo muito boa sorte. — Sorriu o olhando e beijou a bochecha dele.

— Se eu conseguir, quer ir jantar comigo para comemorar? — A olhou nos olhos e sorriu.

— Eu? Claro, sim. — Sorriu o olhando e foi até a cozinha.

Renan a olhou e sorriu levemente e viu Estêvão entrar na casa e respirou fundo o olhando.

— E aí cunhado? — Sorriu o olhando — Tudo bem?

— Tecnicamente meus cunhados são o seu pai e sua mãe. — Sorriu o olhando — Eu estou bem.

— Coisa estranha. — Balançou a cabeça — Não consigo ver a Maria como minha tia. Ela sempre será minha irmã.

— Fico feliz que pense assim, você é o mais próximo de família que ela terá. — Respirou fundo — E onde ela está?

— Deve está no quarto. — Falou calmo — Eu estou indo, até mais tarde.

— Até e boa sorte! — Sorriu e subiu as escadas indo em direção ao quarto de Maria e sorriu ao vê-la — Oi meu amor.

— Oi meu amor. — Falou olhando o diário — Como foi lá?

— A empresa da sua avó está menos pior que a do seu avô, quero dizer, pai e mãe. — Sorriu e se sentou ao lado dela — Do que se trata isso? O que está lendo?

— É o diário da minha mãe, eu... eu achei a chave, mas não tenho coragem de ler. — Respirou fundo — Mas tenho curiosidade.

— Quer que eu leia com você ou para você? — Sentou-se ao lado dela e beijou a testa da mesma — Pode ser interessante, tem coisas aí escritas que podem ajudar você a entender tudo o que aconteceu entre eles.

— É eu sei. — O olhou nos olhos e respirou fundo e balançou a cabeça — Lê para mim? Você estando comigo eu consigo.

— Eu leio, e eu estou aqui com você, hoje, amanhã e sempre. Tá? — Beijou a testa dela.

Maria o abraçou e sorriu fechando os olhos sentindo o cheiro dele.

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⏰ Última atualização: Nov 11, 2021 ⏰

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