IV

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— Mãe? O que faz aqui?

— Responda a pergunta, onde você estava, Daieny? — Anastácia se levantou e a olhou séria.

— Eu estava cavalgando.

— Mandei os guardas te procurarem em todo lugar e eles não te encontraram.

— Eu já disse, estava cavalgando.

— E por que os guardas não te acharam no campo?

— Eu...

— Responda! — Disse em um tom alto, assustando Eny.

— Eu... eu não sei, eu estava lá.

— Mentira.

— É verdade! — Recebeu um tapa em seu rosto.

— Não aumente o tom para falar comigo, eu sou a rainha e sou sua mãe, exigo respeito.

— Desculpe. — Abaixou a cabeça, segurando o choro, sua mãe nunca havia lhe batido.

— Levante-a, uma princesa nunca abaixa a cabeça, mantenha a postura.

Eny o fez, respirando fundo, o que ela mais queria no momento era fugir dalí e chorar, mas ela se manteve firme.

— Agora me conte, onde estava?

— Eu estava com o Arthur.

Seu plano era que sua mãe não fosse dar uma bronca tão grande, já que gostava do Arthur, sempre apoiou a amizade deles. Se sua não mãe acreditasse pediria ao Arthur para confirmar a história no dia seguinte.

— Arthur? O que estavam fazendo?

— Nada, só estávamos dando uma volta, caminhando e andando a cavalo, pelo estado do meu vestido dá para perceber. — Olhou e apontou para seu próprio vestido.

— Ele jamais a deixaria voltar neste estado, olhe para você, parece uma camponesa qualquer.

— Bom, tivemos que correr antes da senhora chegar, sabemos que não deixaria eu sair do castelo, desculpe.

— Tudo bem, se você estava com o Arthur então estava protegida, mas que isso não se repita e também, poderia ter tido um beijinho.

— Mãe!

— O que? Vocês formam um belo casal e ele é herdeiro de um reino grande e potente, você seria um rainha maravilhosa para ele.

Eny ficou em silêncio, olhando-a com uma expressão constrangida.

— Tudo bem, eu paro de falar sobre esse assunto, agora para o banho e depois iremos jantar.

— Claro, mãe. — Eny obedeceu.

Sua mãe sempre fazia esses tipos de cometário sobre ela e Arthur, sempre dizia que eles formavam o casal perfeito, mas Eny sempre se sentia desconfortável, ela não sentia nenhum tipo de sentimento romântico por ele.

Depois do jantar, ela voltou para seu quarto e ficou escrevendo em seu caderno, foi alí que ela lembrou do abraço. Aquela sensação, o primeiro toque entre as duas, foi especial, pela primeira vez Eny sentiu como se precisasse de alguém, precisasse estar perto de alguém, esse alguém era a Julia.

Nunca havia sentido algo assim, eu preciso vê-la novamente, meu coração me diz que ela tem algo de especial. Ela chegou tão de repente e tão rapidamente ela conseguiu mudar minha forma de pensar, será que estou mesmo apaixonada? Será que é cedo demais? Talvez eu apenas goste da companhia dela, do sorriso dela, dos olhos, da voz, dos cabelos... Eny! Foco! Eu não sei como tirar ela da minha mente, mas será que eu quero mesmo tirá-la de lá? Eu não sei de mais nada, apenas sei que ela é especial para mim.

A Princesa e a Menina da FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora