Prólogo

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15 de novembro de 2000.
17:49

O garotinho com apenas cinco anos ofegava e tremia a cada passo que dava, seus pés descalços em contato com pedras e galhos pontiagudos fazia seu corpo clamar por descanso, porém, não podia se dar o luxo de parar, não agora.

Seu pequeno coração batia freneticamente, sua respiração ficava entrecortada quando pulava ou abaixava para desviar de um ou de dois obstáculos que o impediam de prosseguir.

Para um garoto com idade tão baixa, era até um tanto quanto estranho de vê-lo correr naquela velocidade extremamente alta.

As roupas que usava, por ser claras, denunciavam respingos e manchas de sangue. Seu rostinho estava vermelho, por conta do sangue estar correndo em abundância nas suas veias.

Todo seu corpo pedia por se quer míseros segundos de descanso, mas os riscos que corriam a sua volta era de fato, muitos.

Lembranças invadiam sua mente sem permissão, fazendo assim, correr mais rápido ao passo que imaginava que algo ou alguém, a qualquer momento, poderia sair das sombras e o atacar ferozmente.

Avistando uma árvore caída a uns metros a frente, o pequeno suspira, talvez pudesse descansar um pouquinho. Cessando aos poucos seu andar apressado, finalmente pode escorar no tronco de árvore que parecia fazer um contraste lindo, se o menino não estivesse com medo.

Escorou-se no tronco e deixando-se escorregar para enfim sentar um pouco, encolheu as pernas trêmulas, colocando a cabeça entre os joelhos, permitiu-se soltar soluços baixinhos, enquanto seus ombros tremiam, evidenciando que chorava baixinho. As copas das árvores balançavam com o vento forte que chicoteavam suas folhas e galhos, fazendo o pequeno corpo estremecer pelo frio.

Antes não notará o vento por estar correndo, automaticamente tendo seu corpo aquecido por estar se movendo com movimentos repetitivos.

Decidido a sair daquela floresta tenebrosa, se pôs de pé determinado.
Ou ele saia, ou ele morria.
Batendo freneticamente as mãozinhas na calça que usava, olhou para cima, notando que no lugar do azul de antes, agora, o céu tinha uma cor alaranjada.

Estava anoitecendo e ainda não tinha achado um lugar que julgava ser seguro para pernoitar.

Voltando para seu foco principal, o garoto subiu o tronco e pulou logo depois.
Soltando um grunhido de dor quando seus pés chocaram com o chão coberto por galhos finos e folhas secas.

Começando a correr novamente, só que agora tendo o corpo mais leve, passou suas pequeninas mãos na testa, tirando os cabelos que grudavam pelo suor e o impedia de ver direito.
Por seu corpo estar frágil, o menino pode dizer que haviam se passado horas, porém, só se passaram meros quarenta e cinco míseros minutos.
Avistando um morro ingrime, se dispôs a escalá-lo.
Terminando essa árdua tarefa, notou que a alguns metros de si havia uma estrada. Ou rodovia, como sua falecida mãe o explicará uma vez.

Quando iria dar outro passo, tampou os ouvidos da mesma forma que fechou os olhinhos com força.
Foram tentativas infundadas tentando abrir as lumes castanhas.
Seu ouvido zumbia enquanto flesh's da morte de seus pais cruzaram na sua cabecinha.

"Não tenha medo de quem você é, meu pequeno!"

Falas de sua mãe piscavam em seu cérebro, fazendo o garotinho grunhir pela dor. Ofegava ao ponto de puxar o ar com força para seus pequenos pulmões.

Parando abruptamente, um jeep de cor preta estaciona atrás do garoto agora caído de joelhos no chão, enquanto miseravelmente tapava os ouvidos.

A porta do carona se abre quase que imediatamente. Saindo desse uma mulher que aparentava ser jovem. Correu em direção ao pequeno corpo que já perdia a força e tombava para trás.

Embalando o miúdo em seus braços quentes e confortáveis, o garoto se sobressaltou, saindo de seu torpor de dor.

A mulher vendo o desespero do garoto em seus braços, sorri gentilmente.

- Não irei fazer mal algum a você, pequeno!

Sentindo seus cabelos serem alisados delicadamente, se deixa aconchegar no contato quentinho da moça.

A presença feminina alí, chama seu marido com a mão, esse que chega com uma coberta de criança e uma garrafinha de água.

- Me chamo Jiang Yu e esse é meu marido Jiang FengMian - a Jiang diz calmamente para o garoto que estava quase dormindo em seus braços, tendo agora a coberta em volta de seu corpo miúdo. - Como se chama anjo?

Sentindo suas pálpebras pesadas, o garoto boceja, enquanto inutilmente tentava deixar seus olhinhos abertos.
Como se um sentimento de segurança invadiam seu ser, analisa minuciosamente o casal a sua frente.

O homem que se chamava FengMian não aparentava ser tão velho, talvez tivesse a idade de seu falecido pai. Seus cabelos eram castanhos escuros, igual seus olhos.
Não era baixo e tinha um porte militar. Bonito!

A mulher Yu parecia jovem ao notar os traços delicados no rosto. Suas madeixas pretas davam um lindo contraste com o rosto bonito. Seus olhos eram castanhos claros e parecia um pouco mais baixa que o esposo.

Depois da análise rápida da cena, a criança responde lentamente ao passo que se entregava para seu mundinho de sonhos.

- Wei...Wuxian.

E antes de finalmente dormir, Wei sente dois beijos depositados em sua testa suada e um "Vai ficar tudo bem. Você está seguro!" da parte do homem.

E Wei tinha razão. Ele poderia confiar nos Jiang's!

Mysterious (WangXian)Onde histórias criam vida. Descubra agora