→Capítulo 02←

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A mulher de aparência jovial analisava os papéis a sua frente.
Estava compenetrada naquilo que fazia que não notou que uma outra mulher passara pela porta giratória. Estava com um semblante sério e carregava consigo uma bolsa da Gucci.

Seus saltos finos quando entravam em contato com o piso branco e lustrosos,  fazia o barulho ficar irritante.
Ao se aproximar mais, pigarreou, notando que a recepcionista estava concentrada nos papéis que residia na enorme bancada.

A jovem terminou de arrumar os inúmeros papéis para só então levantar a cabeça. Se sobressaltando ao notar o olhar afiado sobre si.

— Madame Yu? — levantou-se de sua cadeira para cumprimentar a senhora que batia freneticamente suas unhas no balcão de cor branca. Curvando-se em sinal de respeito. — A senhora tem horário marcado?

Sentou novamente, teclando no computador. Provavelmente procurando o possível horário para Yu estar tão impaciente.

— Você é quem mesmo? — cerrou os olhos, tentando reconhecer a jovem a sua frente. — Você é a nova recepcionista?

A talvez recepcionista ficou nervosa com a presença imponente que a mulher transmitia.

— Wen FengJiao! — não querendo olhar nos olhos da mais velha, a Wen volta sua atenção para o computador. — Sim, sou a nova recepcionista. — sorriu, sem motivos aparentes. — Cheguei aqui não tem u...

A mão erguida pra cima evidenciava que não era pra prosseguir.

— Não perguntei a quanto tempo está aqui ou a sua árvore geneológica! — Se tinha uma coisa que Madame Yu não errava de jeito nenhum, era sobre o caráter das pessoas. E analisando FengJiao, Yu poderia afirmar com afinco que a jovem não prestava.

O rosto antes sorridente, agora era uma leve expressão de raiva.
FengJiao assentiu enquanto murmurava um "Desculpe!", voltando a fingir um sorriso superficial.

— A senhora tem horário marcado?

Repetiu a pergunta que antes não fora respondida.

Yu apenas negou com a cabeça.
Com isso, FengJiao sorriu amplamente enquanto jogava seus cabelos pretos e lisos para trás.

— Então, creio que não poderá entrar sem horário, Madame Yu!

Sentindo que a jovem deu ênfase no "Madame Yu!", fechou seu semblante, arrumando suas madeixas no ombro.

— Creio que não preciso de horário marcado para falar com meu marido, senhorita Wen!

Sem esperar respostar, virou, logo indo em direção ao elevador que a levaria até o andar que desejava.
Esperando-o abrir, olhou de relance para a jovem, essa que estava com o rosto vermelho de raiva.

Talvez a moça não sabia que ela era uma Jiang?
Mas como ela sabia de seu nome sendo que nem se conheciam?
Entrando na caixa metálica, Madame Yu clica no 24° andar.
Pegando seu celular de dentro da bolsa, notando que havia mensagens de seu filho, sorriu ao ler.
Amava aquele garoto como se ele tivesse saído de si.

Recordava sempre do dia em que estava em uma viagem a negócios, e por isso passou por aquela estrada.
O casal sabia que aquela rodovia era desértica, e optaram por usá-la para mão ter que pegar trânsito.
Já eram acostumados a lugares mórbidos, por isso o local não os assustava.
Porém, não contavam com uma figura pequena presente naquele cenário mórbido.
No começo se assustou quando viu as vestes da criança, pensando ser sangue do mesmo, mas notou que eram só as roupas. O pequeno estava sujo e magro.

Quando o envolveu em seus braços, sentiu que deveria cuidar do jovemzinho. Não que o menino fosse uma obrigação, mas algo dentro dela dizia que tinha que protegê-lo.

Mysterious (WangXian)Onde histórias criam vida. Descubra agora