🔮| and ended up in ashes

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E tudo terminou em cinzas (pt2)

A paisagem aquecida e calorosa não era o suficiente para Sn.
Mesmo morando em uma ilha tropical, nada mais á aquecia.
O olhar da garota pousa em dois adultos e uma criança brincando, e ela lembra dela e de seus pais.
Quando tudo ainda era lindo, e ela não sabia se nada. Preferia que continuasse desse jeito, mas a vida não era perfeita.

Aos doze anos, ela descobriu que o pai traía a mãe toda semana, e eles discutiam e brigavam por conta disso quase todo dia.
Mas para as revistas, festas, reuniões, eram o casal mais desejado, lindo e rico da ilha.

Quando completou quinze, seus pais a colocaram em curso de italino, espanhol e francês. Depois colocaram em de judô, ballet, teatro, música.
Tudo que a mantém-se longe de casa.
Ela não tinha vida mais.
Era a garota perfeita que todos desejavam.

Na noite anterior de seu aniversário de dezessete anos, ela conheceu um garoto.
Ele tinha cabelos vermelhos como chamas.
Olhos verdes, escuros como as florestas.
Sn se apaixonou na quele instante.
E tudo foi lindo, passaram um ano juntos.
Até ouvir uma conversa do pai e do garoto, dizendo que ele era pago para namorar ela e daqui um ano casar.

Aquilo quebrou o coração de Sn em muitos pedaços.
A família dela já não era perfeita, mas a garota tinha uma pequena esperança de que eles haviam mudado ou poderiam mudar.
Mas eles continuavam iguais.

Aquela noite, Sn pegou a moto que havia ganhado no aniversário de dezoito anos e decidiu apenas dirigir.
Sem rumo, ela queria apenas fugir.
Fugir de seus pais.
Fugir das mentiras.
Fugir da quela casa.
Fugir da família perfeita que eles eram.

"Uou, calma, calma. Cuidado aí garota" uma voz faz você despertar de seus pensamentos.

"Perdão, eu te machuquei, foi sem querer, eu-" sua voz sai falhada por conta do choro, mas você desce da moto e encara o garoto loiro.
Ela conhecia ele, e ele a conhecia.

"Cade seu namorado guarda costas em?" ele diz em tom de brincadeira mas a garota estremece.

"Podemos não falar nisso? Eu... sei que é pedir muito mas posso entrar?" a garota pergunta, fazendo contato visual com maybank pela primeira vez.

"Claro, Sn não é? Pode vir" ele sorri para ela, e é quase como o seu coração deretesse.

Então ele á convida para entrar e ambos passam a tarde juntos.
E muitas mais tardes, por anos.
Mas era apenas amizade, eles nunca haviam dando outro passo, com medo de perder aquilo que eles tinham.

Mas duas noites antes do aniversário de vinte e um anos de Sn (também conhecida como noite do incêndio), JJ decidiu dar esse passo.

"Sn, eu preciso te confessar algo" ele sussura em seu ouvido, e Sn fica corada.

Ela torce que a escuridão da noite esconda a vermelhidão em sua face.

"O que é JJ?" ela sussura no mesmo tom, virando-se para ver ele.

O olhar de ambos se conectam como se estivessem de novo na quela tarde, á três anos atrás, quando tudo começou.

Ela pode sentir a respiração dele, de tão perto que ambos estão.
E em um ato de impulso, JJ a beija.
Mas Sn não afasta, porque isso era o que ela mais desejava.

E então o resto da noite foram ambos provando um ao outro, o que ansiavam a tempos.

Quando Sn chegou em casa na noite de seu aniversário, foi falar com seus pais.
Ela bateu no escritório do pai, mas a porta estava entre aberta, então ela decide entrar.

A mesa está uma bagunça, dinheiro e joias espalhadas por todo canto, o cofre aberto e vazio, e vários papeis e documentos espalhados por todo cômodo.

A garota se agacha e pega um papel de dívida, outro é um boleto, e outro provava que papai fazia lavagem de dinheiro, mas acabaram os pegando, então estavam falidos.

Ver tudo aquilo, deixou ela tão acabada.
Veio a tona tudo que ela passou quando mais nova, descobrindo as coisas que haviam debaixo do tapete.
Mas um papel a chama atenção, um em específico.
Um que havia o nome dela.

A garota pega para ler, e uma lágrima escorre.

Sn Ss vendida para um casamento com david puterkin, que irá se realizar no fim da primaveira desse ano.
Todas as ações da família foram passadas ao nome de Sn.

E por fim, está assinado com a assinatura da garota.
Ela nunca havia visto esse papel.
Ela nunca teria aceitado isso.
Seus pais estavam individados por lavagem de dinheiro e dividas de milhões, e eles haviam a vendido em troca?

Aquilo era demais para se digerir.
A cabeça da garota apenas começou a girar e girar e foi quando ela decidiu escrever a carta, dizendo adeus.

Ela disse adeus apenas a JJ Maybank, já que seria o unico a quem sentiria sua falta.
O unico a quem ela amava, e confiava de verdade.
Ela rezava para que ele conseguisse seguir sua vida, sem ela.
E ela sabia que ele conseguiria, ele era forte, e jovem ainda.

Então ao correr até a casa do amigo do namorado, JohnB e deixar ali, comprou dois galões de gasolina e uma pequena caixa de fósforos.

Ao chegar em casa, jogou tudo no escritório, toda a gasolina, depois na mobília da sala, nos quartos, em tudo.
E assim, apenas ao derrubar um fósforo, as chamas se iniciaram.
Enquanto ela oberservava o calor tomar conta do lugar, apenas abriu uma vodka e tomou alguns goles.

[...]

Enquanto a garota espera na fila de seu café, ela checa o horário no pulso.
Já começou o horário de visita no hospital, ela precisa estar lá para JJ.
Então decide sair da fila e ir correndo ao hospital.
Assim que chega, já sabe aonde é a sala.

Mas quando entra a cama está vazia.
Os aparelhos desligados.
Não á ninguém.

Seus olhos percorrem por todo o quarto, em busca de qualquer sinal.
A carta e o colar dele não estavam mais ali.

"Filha?" a voz de sua mãe adentra o ambiente "Sinto muito, ter de descobrir assim"

Sn não é capaz de falar.
Ela apenas chora.
Olhando para a janela, a mesma a qual por um mês ficou olhando e encarando, esperando a busca de um sinal de vida ali com ela.
Mas não importava o calor da ilha, ela sempre continuava fria.

"Vamos te levar até ele" seu pai diz e parece mais uma mentira, uma fácil de se cair, mas dessa vez você desiste e aceita.

Eles vão apé, e a garota não entende, mas aceita.
No caminho, ela percebe aonde eles estão á levando, ao cemitério.

A negação toma conta de seu corpo.
Aquilo não está acontecendo.
Aquilo não pode estar acontecendo.

Mas está.

Eles caminham a três lápides específicas.
E você se depara nos nomes. Era o seu, da sua mãe, e de seu pai. Juntos ali. Enterrados.

Sn se agacha encostando a testa aonde estava o nome dela.
Aquilo era...
Real?
Ela estava morta esse tempo todo?

Um buque invade o campo de visão da garota, e ela se afasta.
JJ Maybank, que colocou as flores.

Ele agacha, e sorri, com o olhar marejando.

"Quando acordei essa manhã, você não estava mais aqui. Mas é como se tivesse um sonho, algo que você me dissese para voltar, você me fez ser mais forte. E eu não vou desistir. Eu te amo, Sn" ele finaliza se levantando e os amigos o abraçam.

"Também te amo meu amor" a garota sussura em resposta, sabendo que ele não a ouviu.

"Vamos para a casa, querida?" a voz de papai soa em seu ouvido, e você acena que sim.

E os três voltam a pé, para a casa que agora estava em cinzas.
E ambos mortos, com nada menos que pedras e lembranças deixadas.

gente e esse plot? foi previsível?

nem eu esperava escrever ele (o fim ia ser bem diferente na minha ideia principal)

imagines JJ MAYBANKOnde histórias criam vida. Descubra agora