Prólogo

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Madara Uchiha
 

O suor escorria pelo meu peito, o barulho erótico dos nossos corpos se chocando me fazia revirar os olhos em puro êxtase.

O orgasmo chegava, e em uma nuvem de fumaça ele desaparecia.

Levando consigo minha honra e dignidade.

Porque nós éramos assim, e continuaremos sendo assim.

Eu não sabia seu nome, nem ele sabia o meu, mas sabíamos o dia e a hora exata que estaríamos no mesmo lugar, também sabíamos como a noite terminaria.

E novamente eu estava deitado naquele quarto de motel, ofegante, com os cabelos esparramados pelo travesseiro.

Ao contrário do que imaginei que aconteceria a seguir, o homem permaneceu deitado ao meu lado, recuperando-se do orgasmo intenso que tivera há alguns minutos.

Não foi preciso uma palavra ser dita para que eu entendesse o que ele estava tentando dizer.

Eu só não esperava que suas palavras fossem me atingir tão forte no fundo do estômago.

Ele levantou da cama, se arrumou e saiu correndo, como um demônio foge da cruz.

Eu tenho um filho, e sou casado. Minha esposa descobriu sobre nós. Não podemos mais nos encontrar. Estou indo embora para outro país.

E droga, por que eu estava com ciúmes?

Eu devia estar me sentindo bravo por não saber que ele era casado.

Mas eu me sentia como se eu fosse a esposa e tivesse sido traída.

Qual a racionalidade dessa situação?

Como eu posso estar com ciúmes de alguém que eu nem sei o nome?

Eu estava com ciúmes, eu precisava reencontrar com ele a qualquer custo... mas a troco de quê? Ele tem um filho, tem uma família, por que eu atrapalharia isso? Apenas para tentar amaciar o meu ego? Fingir que não sofro toda vez que o vejo saindo por aquela porta?

Por quê?

O que ele tem de tão especial?

O sexo é bom, é ótimo, mas não é isso que me prende a ele.

Talvez o equilíbrio perfeito entre a brutalidade e o carinho durante o sexo.

Talvez o jeito como ele me beija, com paixão.

É, ele me beija com paixão, posso sentir em seus lábios trêmulos toda vez que nos encontramos.

Posso sentir em suas mãos fazendo um carinho gostoso em meu rosto antes de partir para a parte erótica dos nossos encontros.

Quem é ele?

Eu precisava de um nome.

Ou qualquer coisa para me agarrar e não me fazer esquecer do homem que fez eu perder muitos dias de sono, do homem que me deixa ansioso pelas sextas-feiras.

Daquele idiota e babaca que me deixou sozinho nesse quarto de motel, completamente nu, processando a bomba que jogou.

Eu tenho um filho, e sou casado. Minha esposa descobriu sobre nós. Não podemos mais nos encontrar. Estou indo embora para outro país.

Essa frase ecoaria na minha cabeça durante uns bons anos.

Quem era ele? 

Dusk Till Dawn °HASHIMADA°Onde histórias criam vida. Descubra agora