Porta de Metal

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           🄿🄾🅁🅃🄰 🄳🄴 🄼🄴🅃🄰🄻



                    Fevereiro- 1985


- Por que eu tenho que te levar Dustin? Você tem duas pernas, usa elas.

- Porque o hospital fica a mais de 5 quilômetros daqui e eu não sou louco de ir de bicicleta pra lá. _Dustin diz, já fazia alguns meses que sua mãe tinha conseguido um emprego numa cidade vizinha como secretária em um hospital, ela ganhava um salário muito bom e não chegava a gastar tanta gasolina assim. Hoje, porém, ela havia esquecido o almoço em casa e aqui está Dustin as oito da manhã na frente da porta de Steve lhe pedindo uma caroninha.

- Pede carona na estrada.

- Você vai mesmo deixar o seu camarada ir sozinho na estrada?

-Talvez.

- Qual é Steve, seus pais nem estão em casa, eles não vão ligar de você usar o carro.

-Tá, tá, mas você vai ficar me devendo essa.

-Beleza._ Fala dando um sorriso vitorioso enquanto seguia Steve para dentro da casa, o maior troca de roupa, já que estava de pijama, e arruma seu precioso cabelo o que demorou mais que o esperado.

Ele pega as chaves indo para a garagem seguido de Dustin e entrando no carro.

- Aperte o sinto, tampinha, que essa máquina aqui é potente._(Tentou fazer uma frase de efeito e falhando enquanto ligava o carro e saia da garagem).

- Tô começando a entender porque você não namora.

Steve olha torto para Dustin dando a ignição e saindo com o carro.

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- Sua mãe não podia arrumar um lugar mais perto pra trabalhar não, heim?_ Steve perguntou sem tirar os olhos da estrada.

- Sei lá, pergunta pra ela. _ Fala com os olhos na estrada também, mas só para observar o ambiente,eles eram os únicos na estrada praticamente.

- Não, valeu. Ela não faz o meu tipo.

Dessa vez é Dustin que olha pra ele com um olhar sério, apesar de saber que era brincadeira do mais velho. Ele volta a visão na estrada e aos poucos percebem uma construção surgindo ao longe.

- Acho que é ali. _Ele fala apontando para o lugar.

- Até que enfim!_ Bate as mãos no volante de modo de comemoração.- Caralho, aquele lugar é meio bizarro, tem certeza que é aí? _Pergunta depois de se aproximarem mais.

- Tenho, minha mãe diz que o hospital é um pouco afastado.

Steve não diz nada, apenas faz uma careta e continua dirigindo. Eles chegam lá e estacionam o carro no estacionamento da parte de fora.

-Você não vai vir? _Dustin pergunta saindo do carro.

- Não, o problema não é meu, vou ficar por aqui mesmo._Ele fala meio arrastado se aconchegante no banco e aumentando a música do radio. Dustin apenas fecha a porta e vai em direção a entrada, dentro do hospital ele percebe que a secretária que estava lá não era sua mãe, ele se dirige até lá e pergunta dela e a secretaria o informa que ela estava na sala dos funcionários e lhe explica o caminho.


"Droga, aonde eu tô?..." Dustin pergunta a si mesmo, ele acabou se confundindo com as informações e agora estava perdido e parecia que não havia ninguém para lhe dar uma ajudinha.

- Era pra pegar o elevador e seguir em frente há direita e depois vira duas vezes a esquerda ou era pra ir pra esquerda e depois pra direita? Pera, eles disseram alguma coisa sobre elevadores?AAH,QUE MERDA!_ (Ele estava ficando estressado, quanto mais andava, mais aquele lugar o dava calafrios. Ele nunca gostou de hospitais em si).

Ele chegou em uma área que parecia ser mais fria que as outras e não havia ninguém por perto, ele continua caminhando por um corredor até observar uma porta de metal, ela era um pouco maior que as outras e parecia ser diferente.

-Esquisito._Dustin murmura e se vira pra dar a volta, ele não queria continuar ali.

- So if you want me off your back

Ele se vira sem acreditar no que ouviu, se não se engana é a música que seu amigo tanto ouvia.

-Well come on and let me know.

Era uma voz fraca e baixa que Dustin mal conseguia ouvir, mas ele poderia distinguir que estava vindo daquela porta esquisita.

- Should I stay or should i go?

Agora ele arregala os olhos mais, apesar da voz esta quase imperceptível parecia muito com a voz do seu amigo, o mesmo que tinha sido declarado como morto duas vezes. Ele se aproxima da porta inconscientemente com passos lentos.

- Should i stay or should i go now?
Agora que estava um pouco mais perto ele podia ouvir um pouco melhor, mesmo que o som ainda esteja baixo, parecia ser uma voz quebrada e ainda sim semelhante a de seu amigo, ele estende a mão,ainda inconscientemente de suas ações, com a intenção de abrir a porta enquanto ainda se aproxima. Aquilo seria loucura, a porta estava provavelmente trancada mas na cabeça de Dustin valia a pena tentar.

-Should i stay or should i go now?
Agora ele estava na frente da porta e ele podia perceber que ela era realmente grande comparada as outras, ele aproxima sua mão até encostar na maçaneta.

"If I go there will be trouble"

Ele engole em seco suando um pouco de nervoso e segura toda a maçaneta agora preparado para girala e tentar abri-la.

-An i if it stay will be dou-

-Dustin?! _Ele escuta a voz de sua mãe o chamando e se afasta da porta rápido e olha em direção a sua mãe que vinha com passos um pouco rapidos-Dustin, o que você está fazendo aqui? Os seguranças me avisaram que você queria me ver mas não te achei em lugar nenhum.

- E-eu trouxe o seu almoço!_ Fala um pouco alto e nervoso enquanto estende a sacola de papel marrom com o almoço na frente do rosto dela,ele ainda estava tentando raciocinar o que acabou de acontecer, a voz tinha parado- Você esqueceu em casa ai eu pedi pro Steve ne trazer aqui, mas eu acabei me perdendo._Agora ele estava mais calmo e tentando passar a imagem de filho atencioso.

Sua mãe faz uma expressão de emocionada colocando a mão sobre o peito antes de falar- Querido, não precisava tem maquinas de lanche aqui._ Ela abraça o garoto que suspira aliviado achando que ele tinha conseguido a distrair do outro assunto, ela se separa de dele pegando o almoço para em seguida voltar uma cara de brava pro mesmo. - Anda, temos que sair daqui. É uma área restrita, acho que nem eu posso vir aqui!

Ela puxa Dustin pelo braço e os dois caminham apressadamente para longe de lá.

- Por que é restrito, o que é que tem lá? _Pergunta curioso enquanto continua caminhando.

- Eu também não entendi direito, parece que nessa parte é internado só quem tem doenças contagiosas. Enfim, ansioso pro primeiro dia de aula amanhã? _Ela muda seu tom de voz para um mais alegre.

- É, vai ser legal._Ele diz tentando raciocinar, talvez seja alguma criança internada que estava cantando.

-É claro que vai! Boa notícia, eles adiantaram minha folga então essa sexta tá livre pra noite de filmes com Dart!_ Ela diz enquanto os dois saiam de lá.

What Unlucky Boy (Byler)Onde histórias criam vida. Descubra agora