Ei Garoto

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Sua respiração estava fraca.

Cada exalação do ar contaminado doia como se seus pulmões pesassem uma tonelada. 

Ele estava morrendo, ele finalmente estava recebendo essa bênção que por tanto tempo pediu, achando ser a única solução, mas agora ele estava desesperado. Não queria morrer, não agora, não nesse lugar, não sozinho.

Ele queria ficar em pé, continuar como continuará por tanto tempo, mas seu corpo já desistiu e sua mente estava tão cansada que custava qualquer raciocínio.

Mesmo com sua visão embaçada, ele via alguém se aproximando acompanhado de uma luz similar a de uma lanterna. Sua mente só deve  estar brincando com ele, provavelmente era um demorgorgan. 

Se desesperou mais. Ele tem que correr, precisa fugir.  

Forçou seu corpo desnutrido ao máximo para se mover, mas só consseguiu mover os braços alguns centímetros, toda a sua força restante estava sendo usada para respirar.

O ser estava cada vez mais próximo e ele não conseguia fazer nada além de assistir a sua chegada enquanto perdia seus sentidos.

- Senhor, encontrei algo.

Pode ouvir alguém falar antes do zumbido de seus ouvidos ficarem maior e por fim tudo se apagasse. 


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              02 de Março de 1985

- Ei, garoto. 

Sentiu alguém chacoalhando seu ombro enquanto o chamava.

- Garoto! 

Will abriu os olhos assustado em um pulo, vendo um homem de meia idade a sua frente. 

Ficando mais apavorado ainda ele começa a entrar em pânico, o homem percebe o medo do garoto e se afasta um pouco dando espaço pro menino.

- Merda. Calma, tá tudo bem, tá tudo bem. Eu não vou te machucar._ Falou depressa com as mãos pra cima.

- Tá vendo? Eu não vou te fazer mal, garoto._ Diz arrastando as palavras, foi engraçado, Will iria rir se não fosse por um estranho estra à sua frente.

Ansioso, ele olha em volta, vendo que estava em um sofá coberto de panos velhos em uma casa bagunçada. 

Mesmo estando em um lugar desconhecido, saber que ele não havia voltado para o laboratório ou o mundo invertido de certa forma o acalmou o fazendo olhar para si mesmo. 

Ainda estava usando a bata molhada e suja que manchava os panos que cobriam o sofá e podia ver arranhões em seus braços e pernas feitas pela queda no rio, mas tirando isso ele estava... bem? 

Dando um suspiro mais relaxado, Will voltou seu olhar para o homem que ainda estava na mesma posição com as mãos levantadas. 

- Viu? Tá tudo bem. _ Se sentou na mesa que havia na sua frente ao perceber o garoto mais tranquilo. - Agora me diz. Que merda aconteceu com você garoto? Alguém estava atrás de você ou... ou algo do tipo? 

Sem respostas.

- Ok, vamos tentar de novo. Quem é você?_ ainda sem resposta. - Meu nome é Murray, tá me ouvindo? Murray. _ As palavras ainda eram arrastadas, Will não sabia se fazia isso para o acalmar ou achava que ele era incapaz de entender alguma coisa, mas Will achou meio divertido de se assistir.

Ele acena levemente a cabeça enquanto repete.

-Murray.

- Isso! Isso mesmo! Então você fala!_ Falou alto com um sorriso de monstrar os dentes. - E você? Qual o seu nome?

Will abaixou o olhar e ficou quieto.

Tinha medo de falar alguma coisa que fizesse o homem o levar de volta ao laboratório, mas também tinha medo do homem ser alguém ruim.

 Murray parece perceber e dessa vez fala com uma voz realmente calma.

- Escuta garoto, eu não vou te fazer mal. Você estava uma merda quando te achei e eu não posso te ajudar se você não me ajudar a ajudar você... isso faz sentido? Não importa. _ Esperou alguma reação do menino que olhava pros próprios joelhos. - Aonde estão os seus pais? Quem te deixou daquele jeito? _ Continuou em silêncio. - Você corre algum tipo de... perigo? _ Assim que perguntou, o menino a sua frente levantou a cabeça o encarando por alguns segundos e acena com a cabeça receioso. 

- Tá correndo perigo? _ Recebeu outro aceno mais rápido. Droga. - Tudo bem.  Não tem perigo aqui. É algum valentão que tá te incomodando ou algo assim...?

O garoto negou. 

- Não? De quem então? _ Uniu as mãos esperando uma respotas, o menino abre e fecha a boca algumas vezes até falar.

- Papai. 

O estômago de Will revirou ao dizer isso, ele odiava ter que denominar aquele homem de pai, odiava denominar qualquer um de pai, todos quem ele chamava assim eram de alguma forma ruim. 

O queixo de Murray cai. Ele esperava que qualquer coisa fosse dita, menos aquilo. Puta que pariu, e se esse garoto foi abusado pelo próprio pai? E se o pai tentou matar o filho? Calma Murray, calma. As revistas de postos de saúde dizem que você tem que manter a calma nesses casos.

- Seu pai? Ele te machucou? _ Outro aceno em resposta. Droga, droga, droga. Ele tentava ao máximo manter a calma. 

 - Te machucou como? _ Ele precisava saber com que tipo de violência estava lidando. 

- Com choques. _ Murmurou. 

- Só com choques? _ Uma negação com a cabeça em resposta. -Com o que mais então?

- Com o escuro ou então em um quarto vazio. Sempre trancado._ Will continuou a murmurar com um pouco de mais confiança, o moço não parecia ter algo haver com "Ele", mas ainda estava recluso em falar muito. 

O homem acena com a cabeça pensativo, confuso e em choque com tudo que o garoto acabou de lhe contar. A sala fica em silêncio que a quebrado pela tosse de Will, Murray o olha brevemente antes de se afastar para um quarto e voltar com uma toalha e roupas.  

-Aqui. _ disse entregando os tecidos ao menino. - Se você continuar assim vai acabar pegando uma hipotermia, isso se já não pegou. O banheiro fica pra lá. _ apontou para uma porta no corredor.  - Vai tomar um banho e se trocar e depois nós conversamos melhor.  

Will se levanta do sofá e vai devagar até o banheiro, assim que a porta se fecha Murray solta um suspiro pegando uma garrafa de vodka jogada no chão e bebendo o resto da bebida. 

" Puta merda" Ele pensa " O que eu vou fazer?"



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Tava sumida mas enfim voltei dos mortos pra continuar essa fic.

Obrigada por ler. 💖

Desculpe qualquer erro de português.

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⏰ Última atualização: Sep 21, 2022 ⏰

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What Unlucky Boy (Byler)Onde histórias criam vida. Descubra agora