Caos

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Sinto o cheiro mais repugnante que já senti desde que me era um filhote, o cheiro da pior coisa do mundo para um macho, um cheiro capaz de amedrontar até os mais fortes de nós. Eu nunca pude compreender essa sede que eles tem por provocar este cheiro maldito, afinal eles parecem não poder identificá-lo. são animais fracos, a única coisa os protegendo sõ essas grades e as pistolas que nos fazem dormir. Ainda assim, alguns tolos arriscaram a sorte e tiveram um destino doloroso.

- Ei! 409!, está sentindo o cheiro? - Quem falava era 406, na sela de frente para a minha - Acho que são três fêmeas de um vez.

Rosnou ao final da frase com raiva, eu rosnei também mostrando que aquilo me incomodava igualmente. A vontade de poder sair e correr para matar os humanos as torturando era enorme. Comecei a caminhar de uma lado ao outro do pequeno espaço de confinamento, imaginando-me rasgando a pele dos malditos humanos.

-O 407 está enlouquecendo, ele se apegou a fêmea! - Falou me encarando de sentado em sua cama.

-Ele foi um burro, não podemos ajudar! - Ele deve sair disso sozinho, antes que percebam... - Parei a frase no meio, estremecendo o corpo ao imaginar a angustia que o outro macho estava sentindo, deve ser este o pior dos sentimentos para um macho, o sentimento de impotência com o sofrimento de sua fêmea. Este era um que eu certamente não passaria, recusarei até o fim dos meus dias tomar uma fêmea para mim. Essa dor eu não terei em mim. Além de correr o risco de usá-la contra o macho, obrigando a ceder de bom grado aos mandamentos dos humanos.


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Um barulho me fez acordar, depois de horas vagando pelo pequeno espado de minha jaula, consegui dormir quando a tortura das fêmeas acabou, mas por pouco tempo. O barulho que ouvi não era um desconhecido, na realidade já o tinha escutado e o que dele veio fez com que um dos nossos morresse somente com um disparo. Não era sonífero, era algo com cheiro estranho e barulho altos. Nunca me esqueci dos sons, porque nunca consegui esquecer o quão rápido o macho da minha cela ao lado morreu, também lembro que o humano que o matou também morreu pouco tempo depois, eu senti o cheiro horrível de seu sangue em um dos guardas e considerei que morreu, afinal nunca mais apareceu.

Escutei outros barulhos daquela coisa da qual não sei o nome, mas continuei parado em minha cama. Depois de alguns minutos, escutei o bater de passos ecoarem apressados em nossa direção. Não demorou muito e guardas humanos apareceram no corredor, foi quando eu me levantei e avistei que os outros 6 machos estavam também eretos e preparados para lutar.

-Seus animais, melhor cooperarem conosco ou teremos que atirar em vocês! - Disse um guarda vestido de preto com uma coisa preta nas mãos, a coisa que matará um de nós, parado em frente a minha jaula - Abriremos as jaulas, vocês devem sair e ficar nas nossas frentes, mas não façam nenhuma besteira! Estamos armados e não são dardos, são balas!

-Exatamente! Se mexerem um dedinho eu atiro e mato vocês - Disse outro igualmente de preto e com a mesma coisa preta apontada para 406.


Foi então que eu rapidamente olhei para cada um dos machos, anos vivendo próximos nos fizeram aprender a nos comunicar com instinto e olhar, além de usarmos os rosnados para falar sem que os humanos entendessem. Rosnei baixo olhando para 406 a minha frente, que logo respondeu com semelhante rosnado, tendo cada um dos 6 machos confirmando com o macho a sua frente a ideia. Essa era a nossa chance de ter vingança, de conseguir um pouco de felicidade, depois de tudo que fizeram conosco e principalmente com as fêmeas.

Quando as portas se abriram, os machos humanos levantaram as coisas estranhas e apontaram para nossa cabeças, por um momento lembrei que mataram um dos nossos atingindo na cabeça, então talvez esse seja o nosso ponto fraco. Por essa lembrança, planejei abaixar e pular nas pernas do humano fedorento, isso iria me tirar da mira e dar tempo para tirar de suas mãos a coisa maligna, só esperava que os outros também pensassem dessa maneira.

Assim que estava totalmente fora da jaula, fiz exatamente o que pensei, peguei o humano de surpresa e levantei o olhar para os machos, que tiveram o mesmo raciocínio que eu, o que me deu mais confiança. Soquei o rosto do homem, em seguida lembrando do artefato estranho que poderia matar em suas mãos, Ele tentou virá-lo para a minha direção, mas eu consegui agarrar suas mãos muito menores que as minhas e quebrei seu dedo o torcendo para trás e finalmente arrancando a coisa preta de suas mãos. O macho embaixo do meu corpo estremeceu e ergueu as mãos olhando para as minhas mãos agarradas ao objeto preto, parecia com medo que eu disparasse contra ele. Neste momento, abri um sorriso pela a primeira vez em minha vida, como se eu fosse querer que ele morresse tão rápido. foi assim que joguei para longe o artefato e comecei a socar o rosto do homem nojento, minhas unhas faziam um bom estrago cortando sua carne quando cravei-as em seu pescoço. O sangue era um cheiro já corriqueiro em minha vida, mas pouquíssimas vezes foi o cheiro de sangue humano que eu senti, esta vingança estava melhor do que eu esperava.

Ao perceber o corpo sem vida do guarda a minha frente, o que me decepcionou, talvez eu devesse ter ido para pontos não vitais primeiro. Mas, já era tarde, ele estava acabado e já não tinha mais prazer em maltratá-lo, ele não sentiria de modo algum, foi quando levantei a cabeça olhando o orgulhoso dos machos com o sangue desses humanos horríveis em suas mão, exatamente como eu. Soltei um rugido alto, sendo seguido pelo som vangloriado de cada macho. Esse foi um dos melhores momentos de minha vida, perdendo somente para a sensação de me enterrar em uma fêmea.

Todos estavam já levantados e com orgulho estampado em nossos olhos, sabemos que iriam nos castigar muito por isso, mas ao menos nos vingamos pelas fêmeas machucadas e nenhum castigo nos tiraria essa glória. Esse foi meu pensamento rápido e feliz, mas o que veio depois nos deixou com o coração batendo rápido, os sons de disparo daquelas coisas pretas foram ouvidos e também o grito das fêmeas. A raiva tomou o corpo de todos os machos, já estávamos com sede de sangue e agora, eles iriam pagar por tudo que fizeram, mesmo que eu tenha que morrer para isso. 




Capitulo para o nosso macho forte e destemido ser apresentado. 

Espero que tenham gostado, quem leu por favor deixem comentários para me animar, esse inicio de criação é tão perdido, não sei se a história está legal ou minimamente entendível. 

Se mais pessoas se interessarem e comentarem vou tentar lançar três capítulos por semana, porque eu sei como é ruim esse tempo de espera, uma ansiedade que não me aguento quando estou lendo. 


Obrigada por quem leu, espero que tenham gostado :) 

Beijoss e um xeirooo da Nath ;)



A Violeta de Caos - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora