Violeta

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O vento chicoteava meus cabelos fortemente, era o vento forte e assombrador das madrugadas, aquele que bate em galhos e assustam as criancinhas em seus quartos. Um vento que trazia notícias horríveis e que me fez estremecer em um arrepio cortante de alma. Não suportando mais um segundo observando a injúria desmerecida a qual testemunhava do alto de um prédio. Não, não era o vento que me cortava a alma, era a visão apavorante daquilo que nós seres humanos podemos ser e representar. Sempre pensei que existia um limite para a bondade e principalmente para a maldade. Para a bondade, o limite era o nosso próprio guia de virtudes e a nossa fome, pois quem tiraria inteiramente o pão da boca para dar a outro? Era de certo dividido. Mas, para a maldade o limite não era a morte como muitos pensam, era o corrompimento, o abuso de forçar em outro a sua sujeira.

Infelizmente, estava vendo neste momento a maldade ter o seu limite ultrapassado, não por um humano, mas por três - que diga-se de antemão não passam de cadáveres ambulantes, pois a cova já estará cavada até que se inicie a manhã - espalhando a sua imundice em uma fêmea indefesa.

Eu acabaria com a festa dos demônios, mas não sem deixar rastros e isso agora me torturava, pois se pegassem um cheiro meu no local iriam afugentar-se, exatamente como os ratos se escondem quando sentem o cheiro do tigre. Essa era uma jogada que eu não poderia arriscar, nesse momento eu tenho uma colônia inteira de ratinhos e a caça será farta, desde que eu espere o momento exato para morder os pescoços.

Um sorriso frio e de expectativa surgiu em meus lábios carnudos, desejosos de carnificina. A metáfora não poderia ser melhor, eu sou como um tigre solitário, forte e independente. O mais amedrontador dos animais terrestres, tão autossuficientes que não precisam de um grupo, eles decidem seus próprios passos. Com este pensamento, olho mais uma vez para os rostos dos infelizes e capturando com meus olhos azuis um vislumbre imaginário de seus destinos, com suas vidas miseráveis tendo fim na lâmina da minha faca. Estes serão meus, o que significa que dessa vez eu estarei na equipe de resgates da ONE - disfarçada - mas, quero estar presente para ter esses três na minha conta de mortos.

                                                                                                [...]

- Olá, gatinha! - Diz um homem embebido de vodca barata, encostado a um muro na calçada. Eu não o respondo.

Estou a caminho do meu apartamento, quase chegando depois de dar mais uma de três voltas para ter certeza de não ser seguida. Caminho pelas escadas depois de passar pela a sala de entrada, é um local simples no subúrbio da cidade, o apartamento mais simples e mais discreto possível, sem nenhuma câmera de vigilância nas ruas próximas, afinal eu não preciso de segurança, necessito de invisibilidade.

Chego a porta velha e levemente emperrada destrancando e dando um leve chute para abrir, esse foi outro motivo de ter escolhido esse apartamento, ele faz muitos barulho por conta de suas estruturas velhas, o que significa que eu poderia descobrir mais rapidamente caso alguém invadisse. A primeira coisa que faço ao chegar é checar os cômodos constatando estar sozinha, em seguida tiro as botas e me jogo no sofá, ainda com a imagem que vi naquela maldita instalação na cabeça.

Tempos depois, decidi comer um pedaço de pizza gelada, eu sempre gostei de coisas de geladeira, pizza, esfihas, lanches...Um gosto realmente estranho, mas não tinha nada de comum em mim. Ao sentar na minha mesa, mais cheia de computadores e armar do que deveria, retiro o celular com o vídeo que acabei de fazer da instalação e passo para o computador. Coloco uma fatia grande de pizza na boca e mastigo devagar, sentindo prazer com pepperoni e queijo.

Enquanto mastigava, invadia o computador do líder da força tarefa da ONE, o sistema deles de proteção não é lá essas coisas,para a sorte deles eu sempre monitoro para tentar achar algo suspeito. Acho graça, da maneira como eles sempre tentam usar uma nova forma de proteção a cada vez que eu deixo uma pista em seus sistemas mesmo depois de 2 anos, ao menos a mudança contínua é boa para despistar outros indesejados menos inteligentes que eu.

Termino a noite deixando plantada a pista no sistema deles, os vídeos e as coordenadas da localização, deixando indicada a quantidade de armamento que vi e de novas espécies aproximadamente.

Algo de repente se agitou dentro de mim, como se algo estivesse para acontecer, uma coisa que mudaria tudo. 



Pessoal, tive problemas com tempo por conta da minha universidade. Mas, estou voltando a todo vapor para escrever, espero lançar três capitulos por semana. 


Obridaga por lerem :) 


Um xeiroo e beijo. 

A Violeta de Caos - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora