Prestando de Contas

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Acordei enquanto meu celular tocava no criado mudo, já passava dos meio dia nunca dormi tanto, meu anjo ainda ressonava agarrado em min.

ENRICO AO TELEFONE:
- buonasera.
- Ciao. Minha voz soou rouca.
- Você ainda está dormindo Olívia?
- Noite agitada papa. Coloca agitado nisso, pensei sorrindo.
- Você tem trabalho a fazer! Em momento algum ele me perguntou se eu estava bem, depois do jantar fatídico... e eu sou uma idiota por achar que ele se importaria pensei revirando os olhos.
- Vai adiantar o assunto?
- Me encontre no Galpão.
- Ok.
Encerrei a ligação e cheirei os cabelos sedosos, o leve perfume  ainda permanecia, eu precisava sair e precisava deixá-lo seguro, eu não confiava nem mesmo em Arthur a lealdade dele era com meu papa, e eu duvidava muito que essa não seria uma ótima oportunidade para tirarem o meu anjo enquanto eu estivesse fora, eu preciso deixá-lo seguro enquanto estiver fora.
- Boungiorno......disse enquanto beijava seu rosto.
- Mais um pouco..
- Eu preciso sair, depois do café você pode dormir o quanto quiser.
- Agora vamos tomar banho.
- Aff..ele bufou.
- Anda Sujeira!
Escutei sua risada alta, me surpreendeu no início, quando o olhei ele sorria com os olhos e era uma visão que eu poderia ter todos os dias.
- O guiei até o banheiro entramos juntos após o banho, me maquiei mas não escondi as marcas em meu corpo queria que todos vissem, o tempo estava agradável coloquei uma regata branca , uma calça cigarrete e coturnos, deixei o casaco sobre a cama, Miguel já estava sobre ela curtindo sua preguiça matinal.
- Precisamos tomar café, levanta.
Nos dirigimos a cozinha para o café onde Ana já o dispunha sobre a mesa, Miguel se sentou na banqueta após localizala através do tato, me coloquei entre suas pernas, suas mãos foram para minha cintura e assim ficamos até Ana terminar mas todo momento que podia parava para prestar atenção em nos.
- Tem bolo de cenoura, panqueca, omelete, e pão, suco de laranja, leite e cha.
- Bolo de Cenoura a suco de laranja.
- Ok.
Peguei o bolo e o mordi e direcionei a sua boca ele mordeu e ele apreciou meu bolo favorito, não contei a ele sobre esse detalhe, entreguei o suco em sua mão e ele mesmo fazia o trabalho, assim que terminamos eu o guiei até as escadas.
- Nos vamos subir para o meu quarto, há uma escada são 34 degraus.
- Ok, vou tentar.
Subimos devagar e sem problemas maiores, quando chegamos ao andar superior pegamos o corredor à esquerda que levava ao meu quarto, abri a porta e seguimos até a estante do chão ao teto com os meus livros favoritos, atrás dela ficava o banker que era desconhecido por todos, exceto por min e Arthur que o limpava de vez em quando.
Abri a porta de entrada que possuía mais de 40 cm de espessura o ambiente era a prova de som, puxei Miguel comigo a frente.
        - Há mais 54 degraus, ao lado há um corrimão que vai ajudar você a descer com segurança.                             
     Ao fim davam acesso ao quarto de luxo para ser utilizado em extremo caso de perigo, havia uma cama de casal uma estante com livros, um banheiro, e um frigobar repleto de comida que era trocada constantemente, era possível sobreviver até 3 meses nesse lugar.
Me aproximei do painel e modifiquei a senha agora somente eu teria acesso.
- Anjo, eu preciso sair e não confio em ninguém, aqui você estará seguro, há água, comida, banheiro eu vou sair por algumas horas mas logo estarei de volta, 
- Você vai demorar?
- Voltarei o mais rápido que eu puder.
- Você não pode ficar?
- Eu preciso ir, mas prometo que tirarei alguns dias de folga para ficar com você.
- Você...
- Sim , agora preciso ir, já enrolei tempo demais, mas uma coisa o banheiro está a 10 passos a esquerda da cama.
   O guiei até a cama e dei um beijo de despedida.
    - Agora você pode dormir, tenha cuidado para não se machucar.
- Volte logo.
O beijei e sai do quarto, travei a porta e subi os degraus até chegar ao meu quarto, coloquei a estante de volta no lugar e me dirigi ao closet peguei duas facas as coloquei dentro do coturno, e sai do quarto, desci as escadas e no hall de entrada peguei o corredor que levava ao quarto que dividia com Miguel, peguei o casaco em cima da cama, a 9 milímetros embaixo do travesseiro e sai, no hall de entrada peguei as chaves do carro.
Peguei o carro e o guiava para fora dos portões quando recebi a segunda chamada de papa desliguei de imediato, não estava a fim de falar com ninguém eu não queria velo e muito menos sair de casa hoje!
Continuei a guiar meu carro, quando estacionei em frente ao galpão desci com toda a calma do mundo travei o carro, coloquei minha arma na cintura e atravessei as gramíneas que davam acesso a entrada, quando entrei notei que todos estavam com cara de enterro, papa estava sentado em uma cadeira no canto e eu podia ver as engrenagens rodando em sua cabeça.
- Resolveu aparecer?
- Estava ocupada.
- Pude ver que sim.
Papa se levantou rápido e veio em minha direção não movi um músculo sequer, sua mão agarrou meu pescoço e ele o inclinou de lado...
- E isso que tem feito Olívia?
- Minha vida pessoal não está em jogo aqui!
- Você tem arrastado meu nome pela lama, vive me desobedecendo, vive aprontando e agora aparece na minha frente com essas merdas em você? Você perdeu a porra do juízo?
- Voce não tem outras coisas pra se preocupar não, realmente importa com quem eu transo ou deixo de transar?
Sua mão desceu sobre minha bochecha direita, senti o gosto acobreado na boca mas pouco me importei.
- As vezes eu tenho vontade de meter uma bala na sua cabeça, sinto que assim metade dos meus problemas estariam resolvidos!
Acabei sorrindo depois de eu ter encontrado algo pra me divertir mais e nem fodendo!
- Quem e o filho da puta Olívia?
- Isso não é da sua conta!
- Eu vou descobrir e quando isso acontecer eu vou arrancar a cabeça dele, mas agora temos problemas maiores!
- Avisei você cavalo cego . Resmunguei baixo mas ainda fui ouvida.
- O que você falou?
- Nada papa. Eu afirmei sorrindo.
Ele voltou e deu um cascudo em minha cabeça que doeu como o inferno.
- Odeio você!
- Eu sei!
- Será que da pra andar logo com isso? Preciso voltar para casa!
- Problemas no paraíso? O consigliere perguntou.
- Tá mais pra inferno na sua presença! Revirei os olhos, eu não o suportava.
- A família Bellucci está pedindo a sua cabeça.
- Que venham pegar.
- Como soube que ele estava conspirando?
- Ouvi uma chamada ao telefone minutos antes de matá-lo, mas já desconfiava desde que descobri que estavam pressionando o conselho.
  Menti descaradamente, o matei por colocar meus planos em perigo, não  havia chamada alguma.
- O que ouviu?
- Ele se casaria com a filha do Dom, após o casamento você cairia e ele mataria a esposa logo em seguida, ficando assim no topo.
- Filho da puta!
- A família Bellucci está envolvida papa, ele falava com o irmão que está fora do país a negócios no momento.
  Aticei mais a fera, o olhar do consigliere queimava minha pela, pouco me importei.
- Como você tem tanta informação assim Olívia, você nunca está presente na maioria das reuniões?
- Tenho olhos e ouvidos espalhados.
- Porque matou Pietro? O consigliere perguntou.
     Dei um sorriso contido.
- Ele estava roubando, além de mexer com algo que não pertencia a ele!
- Sobre as provas eu tenho cópias em um arquivo no meu carro, estão alteradas mas há um ponto em que não e possível esconder que as contas não batem o dinheiro simplesmente some.
- Certo vá pegar as que você mantém!
Me levantei e sai do galpão voltando minutos depois com o pendrive que eu mantinha as entreguei a papa e durante um tempo que ele permaneceu analisando as, me deitei em um sofá velho no canto, estava cansada queria um tempo longe de tudo e todos.
       - Este e o ponto em que o dinheiro simplesmente some, consegue ver?
       - Olívia está certa... papa admitiu a contra gosto.
       - Duvido muito que isso tenha acabado, acredito que haja mais ratos. Eu disse olhando diretamente para o consigliere.
       - O que quer dizer com isso, está tentando insinuar algo bambina?
       - Entenda como quiser. Bufei
       - Você não respondeu minha pergunta.
       - E não vou papa, Ciao!
  Deixei o galpão em seguida e dirigi para casa.
      - Eu preciso comprar roupas para Miguel, não há como ele continuar a usar as roupas de Arthur, mal cabem nele.
     Me redirecionei ao shopping compraria todo o necessário.
     Estacionei no estacionamento privativo e coloquei minha 9 milímetros no casaco, caminhei pelas áreas afins  já havia ouvido Arthur comentar sobre uma loja que ele amava Gentleman, e realmente fazia o estilo de Arthur extravagante porém elegante, entrei e logo uma moça jovem de boa aparência apareceu.
       - Boa tarde senhorita, posso ajudá-la?
       - Preciso de um vestuário completo para meu....
    Droga o que ele é meu?
       - para alguém.
       - Sabe o tamanho?
       - Sim.
       - Por aqui, senhorita.
       - Que tal começarmos pelas camisas?
       - Perfeito, mas quero cores sóbrias e escuras.
       - Ok.
  Haviam camisas de cores vibrantes, escolhi seguindo os critérios da família, cores sóbrias, preto, vinho e cinza, peguei alguns ternos e muitos moletons ele gostava de se sentir confortável,  meias  e alguns sapatos italianos, tênis modelo social e esportivo, calças jeans eu amava, cinto, óculos escuros modelo aviador, porra eu podia ver ele usando aquilo. Me dirigi ao caixa depois de escolher tudo que eu queria e eu tinha acabado de gastar uma pequena fortuna com meu anjo mais nem me importava, vai valer a pena cada centavo ver ele usando cada peça.
      - Entregue neste endereço. Entreguei meu cartão de contato.
     Sai da loja e logo em frente havia uma joalheria.
    Entrei na loja e eu queria algo com uma vibe mais simples.
      - Olá senhora posso ajudá-la?
      - Quero uma joia exclusiva que não possua outro modelo igual, tenho uma queda pela cor verde.
      - Eu acho que tenho o que você busca, vamos ao escritório eu tenho uma coleção que chegou esta semana ainda não as apresentamos a ninguém mais pois seu custo e muito elevado.
      - Eu quero.
      - Por aqui senhora.
   A segui aos fundos da loja e adentrei ao escritório, sentei em frente a mesa e a aguardei, ela saiu da sala e voltou um tempo depois com uma caixa preta em veludo, eu a abri e dentro havia um conjunto de joias em esmeralda, havia um Rolex na caixa, um par de brincos pequenos com esmeraldas que cintilavam, um colar com várias voltas repleto de pequenas esmeraldas, havia dois anéis um solitário feminino com uma pedra mediana e um anel masculino com uma pedra grande, o conjunto era lindo.
       - Vou ficar com ele.
       - A senhora nem ao menos perguntou o valor.
       - Ele só terá valor após nos utilizarmos e repassarmos as gerações futuras.
       - Há alguma outra peça masculina simples?
       - Sim ha um colar masculino bem discreto.
       - Pegue o para min e organize os documentos.
       - Aguarde só um pouco senhora.
Ela me entregou em uma caixinha discreta um simples corrente masculina em ouro branco e ródio.
       - A documentação está ok, como será a forma de pagamento?
       - Cartão.
     Entreguei meu black infinity e aguardei.
A essa hora já devem ter entregado as coisas do meu anjo.
   Sai da loja e verifiquei o horário eu havia  ficado horas fora de casa já estava na hora de retornar, meu anjo deve estar preocupado.
  Me dirigindo ao estacionando com meu pacote em mãos meu celular tocou.

ARTHUR EM CHAMADA.
   Meu coração batia na boca de preocupação mas nem por isso parei de me mover, entrei no carro coloquei meus pacotes sobre o banco do passageiro e o questionei já a caminho de casa.
    - Aconteceu algo?
    - Senhora eu trouxe comida  e não o encontro em lugar algum!
    - Ele está no banker!
    - Perdoe-me por incomoda-lá.
    - Não precisa levar, estou a caminho de casa eu cuido disso.
    - Ok, desculpe-me mais uma vez senhora.
Encerrei a chamada.

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