Após estacionar na garagem eu desci com os pacotes e segui direto para o meu quarto, coloquei tudo na cama e retirei a estante do lugar, desci o lance de escadas destravei a porta e meu anjo preguiçoso ainda dormia, me deitei ao seu lado e logo adormeci.
Nos dias consecutivos eu passei mais tempo em casa do que toda a minha vida, eu estava feliz e não sabia até quando, e isso me preocupava, Miguel não poderia se defender sozinho, e isso assustava o inferno fora de min, no meu mundo pessoas com deficiência eram mantidas longe de todos, pois poderiam ser usados como fraqueza para nos derrubar.
Conforme os dias foram passando Miguel adquiriu peso, a pele estava bronzeada e sua saúde havia melhorado significativamente, ele já se virava em casa, se locomovia sem ajuda, e sempre que eu entrava no mesmo ambiente que ele sua cabeça se virava automaticamente em minha direção era como se ele pudesse me ver e ouvir chegando, ele estava cada dia melhor eu me sintia pq em casa com a vida que estava levando, poderia viver assim pelo resto da minha vida.
Parada no arco da escada eu observava ele se mover na cozinha, Arthur se aproximava e parou para observar em que eu estava interessada.
Ele analisou por um tempo antes de dizer as palavras que mudariam o rumo da minha noite.
- Há quantos dias está em casa?
Eu me virei pra ele sem entender o rumo da conversa...
- O que?
- Qual foi a última vez que atendeu seu telefone?
- Eu não me lembro..
- Você não tem saído desde que o trouxe Olívia, seu telefone está descarregado no andar de cima a vários dias, toda vez que alguém liga eu preciso mentir e dizer que você está indisposta, você precisa sair dessa droga de bolha!
- Você tem ideia dos rumores que estão circulando?
- Eu...
Minha mente travou nesse momento, quando me toquei que deixei meu trabalho de lado, não respondi aos chamados da famiglia simplesmente esqueci dos meus deveres estando com ele... senti raiva de mim mesma por ser tão indulgente, percebi que agora eu tinha uma fraqueza,não poderia ser assim eu tinha obrigações com a família.
- Se prepare, sairemos em breve.
- E bom ter você de volta.
Subi as escadas em direção ao quarto que dividia com Miguel, entrei no banho e sai alguns minutos mais tarde, escolhi um vestido preto tubo até os joelhos, peguei um par de louboutin preto 15 centímetros, passei hidratante, perfume, os cabelos mantive secos e armados, no rosto passei baton, rímel e iluminador.
Miguel passava pela porta do quarto sorrindo, a alegria podia ser vista em seus olhos.
- Eu fiz sanduíches pra gente.....
- Estou de saída...
- Você só tomou café da manhã...
Fechei meus olhos quando passei ao seu lado.
- Não me espere..
Desci as escadas Arthur me esperava sentando no recambier.
- Você esta linda.
- Vamos.
Nos dirigimos ao carro, Henrique já estava ao volante.
- Henrique vamos ao clube mais frequentado pelos herdeiros.
- O que tem em mente.
- Vamos beber!
O carro foi estacionado em frente à entrada, Arthur e eu descemos, havia várias pessoas na fila, passamos direto, o local estava cheio as pessoas bebiam e se divertiam e eu não estava com humor.
- Donna você quer uma sala privada?
- Não vamos a área vip.
Subimos o lance de escadas e eu me sentei, pude ver alguns rostos conhecidos, acenei algumas vezes e me concentrei em observar o andar debaixo as pessoas se divertiam sem imaginar que a fonte de diversão deles pertencia à máfia.
- Peça o melhor whisky...
- Você odeia....
- So faz o que eu pedi
Alguns minutos mais tarde, a bebida chegou a mesa, foram servidos sem gelo dois dedos da bebida..
- Deixa a garrafa
- Donna
- Cala a boca e beba..
A noite foi passando e se tornou gradualmente fria e eu continuei bebendo copo após copo observando o andar debaixo, não percebi a quantidade de bebida que ingeri até me sentir tonta ..
- Vamos
Me levante com dificuldade e desci o lance de escadas acompanhada de Arthur, a cada segundo que passava eu me sentia mais bebada, precisei abrir a janela do carro, mas não aliviou nem um pouco, eu não consegui raciocinar direito, me recostei ao banco e fechei os olhos enquanto a embriaguez me engolia
- Donna?
- Anjo...
Arthur se aproximou de mim, tentando aquecer meu corpo gelado.
- Seu cheiro...está ....diferente..uhg
- Droga você está bebada..
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Forged in Cruelty
Gizem / GerilimForjados em sofrimento e angústia, uma mulher cruel e ambiciosa uma alma perdida que abraçou a escuridão para si, um homem quebrado criado em meio ao sofrimento e caos, unidos por um vínculo além do sangue, o destino resolveu pregar uma peça e kar...