Capítulo 9: A filosofia em seus olhos.

889 94 51
                                    

      As semanas foram se passando e meus hematomas iam sumindo aos poucos. Zhongli sempre me perguntava se eu sentia alguma dor a cada segundo que se passava, era fofo o ver se preocupando dessa forma. Eu não tinha esquecido o que havia acontecido naquela casa, provavelmente nunca iria, mas talvez superasse em algum momento. Tentava lidar com essas lembranças que iam e voltavam passando o tempo com Zhong, era a única coisa que me tranquilizava.

      Fomos formando nossa própria rotina, cada dia era um que preparava o café da manhã, por mais que nos primeiros dias Zhongli não me deixava sair da cama de jeito nenhum. Eu havia ligado para o café para explicar a situação de minha ausência, e o Sr. Mao compreendeu sem problemas. Amanhã começaria meu turnos normalmente e então lembrei do que queria conversar com Zhong.

      - Ei, Zhong... - Direcionei meu olhar a ele, estava com a cabeça em meu peito. Estávamos deitados na rede da varanda.

      - Hm.. - Ele parecia um pouco sonolento.

      - Acho que eu quero cursar administração...

      - Oh.. - Ele ficou pensativo. - Onde?

      - Não sei, talvez eu tentasse na UL, provavelmente não teria chances mas... - Ele suspendeu um pouco sua cabeça e olhou para mim.

      - Não fale assim, você tem que tentar.

      - Eu tenho 4 meses para estudar para o exame...

      - Ei, eu posso te ajudar, você sabe... Eu me formei lá e também fiz o exame. É conhecimento geral então...

      - Aaa, eu quero sua ajuda! - Eu me rolei para cima dele. - Quando começamos?

      - Se acalme. - Ele começa a passar a mão em minha cabeça. - Eles tem que lançar o edital antes.

      - Ah, verdade... - Dessa vez eu estava deitado em seu peito. - Se eu passar e me formar, quero abrir um café junto de uma casa de chás.

      - Oh, eu gostei. - Ele me olhou sorrindo. - A ideia dos chás surgiu de repente?

      - A culpa é sua, te vejo tomar chá como se fosse água. - Ele apertou minhas bochechas.

      - Quando abrir, quero trabalhar com você. - Ele sorriu.

       - E o seu posto Sênior no museu? - Zhongli havia sido chamado através de várias recomendações para o Museu de Jade, ficava no centro de Liyue. Por sorte moramos na capital, senão teríamos que nos mudar.

      - Eu só preciso ir em três dias da semana e em alguns eventos  especiais.

      - Ora ora, veja quem se tornou uma pessoa importante. - Aproximei nossos rostos e o beijei. Um vento forte começou a passar pela varanda e o tempo a se fechar.

      - Vamos entrar, está frio, não quero que adoeça. - Ele se afastou e me deu um beijo na bochecha. Nos levantamos e fomos até a sala.

      Aproveitei que Zhongli iria fazer café e fui tomar banho. Não parava de pensar que queria ver o Teucer de novo, ainda não tinha me acostumado a ficar longe dele,  pensei seriamente em começar a mandar as cartas.

      Quando sai quem entrou foi Zhong, fiquei na sala tomando café enquanto o esperava. Minutos depois ele surgiu com os cabelos todos molhados e um secador na mão.

      - Depois você tem coragem de dizer que eu vou pegar um resfriado. - Me aproximei dele.

      - Pode me ajudar? - Ele levantou o secador como se não soubesse usá-lo. - Você comprou para mim mas não me ensinou!

Lágrima de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora