you are mine

Paris

Três meses depois
Billie pov

- Mãe!!

Esfreguei os olhos me sentando na cama, a empolgação correndo por mim pelo som da voz que eu amava, então a porta se abriu, eu me levantei apoiada nos braços, os malditos tremiam quando eu forçava demais e enfraqueciam.

Eu me virei de novo no momento que Jane apareceu na porta e logo atrás Megan.
Seus olhos se suavizaram quando pousaram em mim.

Jane- Trouxemos café da manhã.- Ela disse vindo com uma bandeja em mãos andando até a cama e sentando em meu lado. - Mamãe que fez, com a minha ajuda- ela falou a última parte baixo enquanto eu gargalhava.

Billie- obrigada, mas eu não estou com fome.- Falo do jeito mais calmo possível.

Megan- Espera, eu te ajudo- Ela vem até mim me ajudando a levantar, eu estava farta de ficar deitada o dia inteiro.

Nos dias anteriores eu tinha estado presa na cama a maior parte do tempo.
Depois da minha liberação no hospital, descobrimos que a contagem das células no meu sangue estava muito baixa.
Recebi sangue e medicamentos para ajudar. Isso funcionou um pouco, mas me deixou cansada por uns dias. Mantive-me dentro de casa para evitar infecções. Meu médico queria que eu ficasse no hospital, mas me recusei. Eu não perderia nem mais um segundo da minha vida naquele lugar. Não agora, quando eu podia ver que o câncer aumentava o controle sobre mim.
Cada segundo se tornava mais e mais precioso.
Minha casa era meu lugar feliz. Ter Megan ao meu lado, e Jane também, era minha segurança. Era tudo de que eu precisava.
Fiquei de pé,alongando os músculos. Respirei profundamente, fechei os olhos e sorri. Eu me sentia melhor do que nos últimos dias. Eu me sentia um pouco mais forte.
Forte o suficiente para sair de casa.
Peguei minha toalha e tomei um banho demorado.
Fui até meu closet escolhendo uma roupa de sair, virei a cabeça e sorri quando Megan entrou, seus olhos imediatamente foram ao meu corpo me fazendo gargalhar.
Megan atravessou o quarto silenciosamente parando apenas quando passou os braços em volta da minha cintura, deixei meus braços contornarem os seus e respirei seu perfume.

Megan- Você aprece melhor.- Eu a contornei mais forte.

Billie- Eu me sinto melhor.
Megan deu um passo para trás e colocou as mãos no meu rosto. Ela procurou meus olhos, antes que seus lábios se curvassem e ela depositasse o mais doce dos beijos em minha boca.- Estou feliz,Eu estava preocupada que não pudéssemos ir.

Megan- Para onde? - Perguntava com a sombrancelha franzida. Dessa vez, eu sorri e movimentei minha boca até sua orelha sussurrando.

Billie- Uma surpresa!

Sem mais explicações,eu a levo para fora do quarto. Sua mão, apertando fortemente a minha.

Mas eu sabia. Eu via o medo em seus olhos a cada vez que eu me mexia na cama e ela perguntava se eu estava bem. A cada vez que ela se sentava comigo, me observando, me estudando... esperando. Esperando para ver se a hora havia chegado.

Ela estava apavorada.

A progressão do meu câncer não me assustava. A dor e o futuro próximo não me amedrontavam. Mas ver Megan me olhar dessa maneira, tão desolada, tão desesperada, começou a me deixar com medo. Eu a amava tanto e percebia que ela me amava além da medida. Mas esse amor, essa conexão que fazia arder a alma, começara a ancorar o coração que eu tinha libertado para essa vida.

Eu nunca tinha tido medo da morte.
Mas agora o medo tinha começado a se infiltrar em minha consciência. Medo de deixar todos que amo. Medo de não sentir seus braços em torno de mim e seus beijos em meus lábios.