Meu velho protetor - cap 1⛓️

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— Avôzinho João

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— Avôzinho João. Eu cheguei.— falo ao entrar pela porta da nossa humilde casa.

— Minha filha, você chegou cedo hoje. — escuto sua voz vindo lá do fundo, acho que ele está lá fora com o nosso cachorrinho, saio caminhando até ele e vejo meu velhinho com seus olhinhos verdes brilhando quando me ver. Suas vestimentas estão desgastadas, não temos condições de comprar roupas novas, tudo o que ganho é para colocar alimento aqui em casa e o que sobra compro os remédios do meu avô.

— Pequenina. O que aconteceu? Por que está me olhando assim? — ele pergunta percebendo que eu fiquei parada em sua frente sem dizer nada."Pequenina"  é o apelido que ele me chama desde que eu me entendo por gente.

Me dá uma angústia tão grande por não poder dá o melhor para ele como ele merece, meu avô batalhou tanto para me manter viva e bem alimentada, ele trabalhava nas plantações de milhos, porém ele adoeceu pois já está bem velhinho e cansado, não pode mais trabalhar como antes, ele não tem condições, parou de trabalhar quando eu tinha apenas 14 anos, passamos fome por um longo período, estávamos sobrevivendo de migalhas que os vizinhos das redondezas nos davam, mas eu sempre serei grata a Deus por cada alimento que ele colocou em nossa mesa. Quando eu fiz 15 anos comecei a trabalhar, não estava mas dando de manter nossa situação lamentável.

Aqui onde moro, não tem muitas opções de trabalho, tudo é cercado por árvores e plantações. Moramos em um lado reservado um pouco longe de uma fazenda bem bonita, da para perceber que quem mora lá deve ser muito rico. Do outro lado e um pouco afastado da nossa cabana tem um povoado, onde tem várias pessoas que moram lá, foi lá que eu terminei a escola, graças ao meu avô que não me fez desistir, hoje eu sei ler e escrever muito bem, sempre me esforcei por nós dois.

Eu não sei explicar o tamanho do amor que tenho por esse ser humano mais puro e honesto, ele é o único parente vivo que eu conheço, depois da morte da minha mãe, ele cuidou de mim com todo carinho e proteção.

— Avô, eu estou um pouco triste, mas não é nada que deva se preocupar, eu darei um jeito.— falo me lembrando do que me aconteceu a uma hora atrás antes de vim até aqui.

— Pequenina, me conta o que está acontecendo, você sabe que me deixa mal ver você sem esse lindo sorriso no rosto.— ele bagunça meus cabelos me arrancando uma gargalhada gostosa.

— Para vovô.— falo sorrindo. —Dona Carmelita me demitiu, falou que não ia mais precisar dos meus serviços, pois sua filha virá buscá-la e levar ela para a capital, agora estou sem um serviço. Mas eu vou conseguir, eu juro, nem que eu tenha que passar dia e noite a procura de um trabalho nessas redondezas.

— Se eu pudesse trabalhar, jamais deixaria você se acabar para colocar comida na mesa.

Ele me olha com um olhar triste.

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