Capítulo 12

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Gina

Já não bastava o dia cheio que tive hoje na galeria, agora estou esperando um carregamento de de tintas guache para a nova oficina que vamos abrir aqui a partir de amanhã mesmo, totalmente gratuito para todas as crianças que se interessarem. A professora serei eu mesma, espero que seja boa o suficiente para isso.

-Estou fazendo isso apenas por amar muito minhas filhas. -Reclamo olhando para o relógio.

-Tem filhas? -Lewis e Cris perguntam em coro.

Cris é uma garota de 18 anos que contratei por se mostrar apaixonada por tudo quanto é tipo de arte, Lewis é apenas o melhor amigo gay que embarcou na loucura dela de amar tudo quanto é arte e aceitou o emprego aqui também. Ambos são civis normais, não sabem que meu marido faz parte de uma gangue, não sabem que eu faço parte de uma gangue e nem sonham que minhas filhas estão fora por isso.

-Tenho 4. -Eles arregalam os olhos.

-Com esse corpinho? -Lewis se abana. -Mulher você tem uma sorte.

-Também não entendo, mas só estive três vezes grávida, da segunda foram gêmeas. -Eles assentem parecendo mais curiosos.

-Seu marido não tem um pau, ele tem uma pistola que atinge certeiramente o ponto. -Sinto minhas bochechas vermelhas após a fala de Cris.

Esqueci de citar que ela é meio sem filtros, e se ela soubesse o ponto que Theodore consegue atingir, com certeza não falaria disso, só de pensar meu corpo esquenta.

-Olha como ela está vermelha... -Lewis tenta sussurrar e eu vejo o moço da entrega vindo com um carrinho e sete caixas nele.

-Certo, a encomenda chegou. -Disfarço o quão excitada fiquei tentando afastar memórias sexuais de minha mente.

-Senhora Nott, assine aqui. -O rapaz pede e eu assino meu nome no papel de recibo.

-Obrigado, pode colocar lá nos fundos. -Peço e ele entra com o carrinho.

Seguimos até a sala dos fundos aonde tudo vai acontecer, é uma sala linda, toda verde água com pequenos conjuntos com mesas e cadeiras, cavaletes e diversas telas em branco que em breve vão estar totalmente coloridas.

-Certo, vamos organizar isso. -Pego a primeira caixa e a abro.

São os aventais e pincéis. Começo a deixar os aventais nos armários ao lado da porta, são dezenas pois espero receber crianças em todos os horários aqui. Em seguida começo a colocar os conjuntos de pincéis em cima das mesas, Cris e Lewis estão arrumando as tintas quando Cris derrama um pouco sobre o chão e um cheiro forte atinge em cheio meu nariz.

-Deus... -Só consigo dizer isso antes de correr para o banheiro ali ao lado.

Jogo meu cabelo para trás, levanto a tampa e coloco todo o meu café da tarde ali. Os vômitos são constantes, todas as manhãs e dependendo do que como a tarde, também tenho passado mal diversas vezes ao dia.

-Chefinha tudo bem? -Lewis me ajuda a levantar.

-Vá para casa, nós fechamos aqui. -Cris pede e eu nego.

-Eu posso ajudar vocês. -Passo um papel por minha boca. -Só deixe eu ficar um pouco melhor.

-Não podemos aceitar você dessa forma, o dia inteiro com tonturas... -Estendo a mão para que ela pare de falar.

-Certo, eu vou para casa. -Eles assentem. -Apenas vou subir e pegar minha bolsa.

-Tome cuidado. -Eles pedem e eu assinto.

The Wrong For Me -Take Thinny (SPIN OFF)Onde histórias criam vida. Descubra agora