Celestial

Capítulo 18

"Se quiseres ser amado, ama."

Sêneca

- Seth? – Uma voz familiar chamou – Seth? Abra os olhos Seth, por favor.

Estava tão cansado que não conseguia abrir os olhos, tentou, mas não conseguiu, apenas voltou para a escuridão.

- Seth? – A voz chamou novamente. Parecia que uma eternidade havia se passado desde a ultima vez em que ela lhe chamara.

Dessa vez o cansaço estava um pouco menor, e ele conseguiu abrir os olhos. A visão demorou um pouco para focar, mas ele finalmente a viu. Ela lhe sorria carinhosamente. Seth fechou os olhos novamente, seu peito queimando como fogo.

- Não durma novamente Seth, volte para mim. – Ela implorou.

Ele sabia que aquilo não era real, sabia que não podia ser. Então teve um estalo.

- Eu morri! – E abriu os olhos para vê-la novamente – Santo Deus, eu morri e estou no paraíso.

A gargalhada de Hope ecoou pelo acampamento, e ela o beijou apaixonada. Seth tentou retribuir o beijo, mas sequer conseguia mover os braços, de tão cansado que estava.

- Beba isso, - ela lhe trouxe um cantil aos lábios – vai se sentir melhor num instante.

Seth bebeu a água com maná e sentiu as forças se renovarem quase que de imediato. Sentou-se com algum esforço e olhou para a mulher que tanto amava.

- Eu morri? – Perguntou feliz – É tão bom ver você. – E a puxou para um abraço apertado.

- Não amor, você está bem vivo, graças aos céus! – Hope respondeu afundando no abraço.

- Mas você... você... você está morta. – A voz saiu esmagada. Ele a apertou ainda mais contra si, tinha medo de aquilo não ser real – Eu enlouqueci então?

- Santo Deus! Espero que não, temos muita coisa para fazer ainda. – Ela sorriu.

Seth a afastou apenas o suficiente para olhar em seus olhos. Aquilo podia ser um sonho, podia ser sua mente lhe pregando uma peça, mas no fim não importava, ela estava ali e ele aproveitaria o momento. Beijou a mulher que amava com ardor, a estreitou nos braços e explorou aquela boca com paixão. Quando seus pulmões queimavam implorando por ar ele a soltou, mas apenas tempo suficiente para abastecer os pulmões e então a beijou novamente.

Hope riu de encontro a boca dele e retribuiu o beijo com a mesma paixão.

- Eu te amo! – A voz dele saiu embargada – Eu te amo tanto Hope, tanto.

- Oh meu amor, eu também te amo! – Ela enxugou uma lágrima que escorria pelo rosto dele.

- Como? Como você está aqui? – Perguntou abraçando-a novamente e olhando em volta. Podia reconhecer sua tenda e suas coisas. E agora que estava prestando atenção podia ouvir as vozes e risadas do lado de fora.

- Você está viva? Mesmo? Porque se isso for um sonho eu não quero acordar.

- Não é um sonho Seth, eu estou bem aqui. – Ela sorriu tomando o rosto dele entre as mãos – Eu estou bem aqui. – E o beijou novamente.

- Mas você mo... você morreu nos meus braços. – Falou com dificuldade.

- Ele me deu uma nova chance. – Levantou os ombros e sorriu sem jeito – Tudo que me lembro é de sentir como se estivesse caindo e caindo. Então ouvi você chamar por mim, e eu queria gritar para você, mas a voz não saía. Você me chamava e eu afundava cada vez mais no vazio. Então uma voz diferente me chamou, acalmou meu desespero e me disse que havia muito há ser feito ainda. E então eu voltei. – Sorriu feliz.