NARCISSA após conseguir sua vaga como professora na escola de seu filho, passou a prestar mais atenção no garoto. As ações dele na escola era, certamente, o contrario do que Narcissa via em sua casa: Draco era do tipo quieto, sempre em seu quarto ou, às vezes, ele saia com a sua então melhor amiga e sempre voltava mais sorridente.
Na escola, Draco era o que chamava atenção de todos, dado ao fato de ele ter conseguido sua popularidade com a sua — não tão — recente entrada no time de futebol e pelos dois campeonatos dos quais o Malfoy foi responsável por terem ganhado, e por suas boas notas em todas as matérias, assim como sua educação e responsabilidade da qual foi muito pressionado por seu a ter.
Ao chegar em casa, na mesma hora de todos os dias, Narcissa colocou sua bolsa pesada sobre o sofá no centro da sala, logo após deixar seus sapatos de salto na frente da porta de entrada. Ela sabia que teria um tempo somente para ela, já que seu marido estava trabalhando até mais tarde e Draco normalmente chegava depois das seis.
Não demorou muito para a mulher se encontrar no banheiro da sua suíte, preparando para si mesma um banho quente, esse que ela esperava tirar toda a ansiedade e o cansaço do trabalho. Narcissa sempre disse a si mesma que a melhor coisa a si fazer era ensinar as crianças como traçar um futuro de orgulho, para si mesmas e para seus pais.
Uma coisa da qual a mulher mais velha vem reparando é a constante pergunta mental se você está bem. Claro, ela sabe que algo vem acontecendo, só não sabe como perguntar. Ela queria ajudar de todas as formas possíveis, queria saber se você estava alimentando-se corretamente, dormindo em horários apropriados ou estudando para as provas trimestrais.
Com medo de ter demorado muito no banheiro, — com todos seus pensamentos altos, quase afogando em sua própria dor — Narcissa conseguiu sair de seu quarto que compartilha com Lucius, vestindo um robe sobre suas roupas de dormir.
Na cozinha, sem muita intenção de fazer muito esforço, a mulher mais velha colocou em uma frigideira, embaixo da boca do fogão já ligada, fatias de carne. Tirou de dentro de um armário em cima de sua cabeça, um saco plástico com pães para hambúrguer, colocou em cima da bancada da ilha.
Sua cabeça se virou para o barulho da porta. Narcissa ouviu um baque surdo de algo caindo no chão, e logo um Draco cansado apareceu na porta da cozinha, passando a mão sobre seu cabelo platinado.
— Oi, mãe.
— Oi. — Narcissa respondeu, enquanto pegava de dentro da geladeira maionese e mostarda, logo colocando-os na bancada.
O garoto se sentou na cadeira da ilha, e a mulher mais velha voltava para o fogão. Virando as fatia de carne, ela colocou um pouco de sal, enquanto por cima do ombro via seu filho abrir o pacote de pão e pegar dois — Narcissa pegou dois pratos e colocou na frente de seu filho, vendo-o cortar os pães com a faca e passar a maionese e mostarda.
— Como você está? — Narcissa perguntou.
— Normal. E você? — o garoto arrastou um dos pratos para sua mãe.
— Estou bem.
A conversa acabou. Narcissa e Draco foram para a sala de jantar, logo após terem colocado as fatias de carne, e começaram a comer no silêncio confortável. Draco levantou-se da mesa e foi em direção a cozinha. Narcissa franziu as sobrancelhas ao ouvir barulho de vidro e da torneira abrindo e fechando, ele voltou para a sala com dois copos de água na mão.
— Obrigada, filho.
Ele acenou com a cabeça, silenciosamente.
— Pai vai trabalhar até tarde, de novo?
Narcissa não respondeu diretamente, pensando em como começaria a conversa com seu filho. Pensando se talvez ele responderia, como ele responderia ou se ele responderia. Quando a pergunta chegou em sua mente, ela concordou.
A mulher respirou profundamente, colocando seu jantar no prato.
— Você sabe... não vejo mais a S/n com você. Nem aqui e nem na escola. — a mulher mais velha disse, a voz baixa como se um barulho alto demais pudesse despertar algo em seu filho. Fúria e ódio.
Igual a Lucius. Narcissa pensou.
Tal pai, tal filho.
— Pode me dizer por que?
— Não quero falar sobre isso. - Draco resmungou, sem olhar para sua mãe.
— Eu só quero saber se vocês estão bem. Se ela está bem!
— Como que eu vou saber, uh? Ela não é mais minha amiga. Não passa de uma idiota querendo chamar atenção.
— Draco não fale assim dela!
— Você quer que eu fale o que, então? - ele bateu os duas mãos na mesa, fechadas em punhos. Os copos respingando água em cima da madeira, os dois pratos tremendo com a força.
O coração de Narcissa, por um minuto, parou de bater. Antes de voltar a bater em sua caixa torácica mais forte do que o deveria — se não fosse pela falta de dor no braço esquerdo, rosto e suas costas, acharia que estava tendo um ataque cardíaco.
Narcissa soltou um suspiro trêmulo.
— Eu só quero que me fale o que há de errado com vocês dois. Costumavam ser tão inseparáveis, e hoje vocês nem se olham mais. Ela não aparece mais nas aulas e suas notas estão caindo, Draco. Eu estou preocupada com ela, você não? — o sussurro vindo da mulher era doloroso, e Draco percebeu isso.
— Mãe, — ele respirou, antes de se sentar na cadeira novamente — ela sente inveja de mim. Só porque eu tenho dois pais que me apoiam, que são carinhosos comigo, e que conseguem comprar para mim o que eu quero, na hora.
— Vocês brigaram pelas diferenças de vida?
— Ela é tão dramática, mãe. O pai já fez coisas piores comigo e ela consegue ser tão tão dramática.
— O que o pai dela faz?
— Ela me disse que o pai dela a espanca, você sabe, é diferente de quando você bate em seu filho quando ele faz algo de errado. Mas não, ele faz isso por diversão, ela me disse. E eu nem posso saber se é realmente verdade, quero dizer, aquele dia quando você a encontrou na cozinha eu sabia que tinha sido ele. Mas e nas outras vezes?
Draco deixou uma única lágrima cair de seu olho direito, seu corpo tremendo levemente, em quanto tentava regular a respiração. Narcissa não estava muito diferente, embora, o choque inicial tornou-se mais como medo e pena de você.
— Depois de um tempo ela me disse que o pai dela abusava sexualmente dela, e que tinha medo que um dia isso acontecesse com o Billy.
— Ela se submete a essas torturas para proteger o irmão dela? Draco, — a mais velha respirou — como uma pessoa que prefere sofrer esse tipo de abuso é invejosa?
— Eu não sei. Mas ela me pareceu tão errada quando falou que eu tinha tudo por causa do pai.
— Sim, entendo. Mas pense no que você disse a ela quando brigaram, pense em como ela sofre na casa dela e no que você tem que ela não tem.
O silêncio penetrou na casa. A única coisa que eles ouviam eram os carros que passavam pela rua, cães latindo e o suas próprias respirações — Draco que parecia estar tendo um ataque de pânico se levantou e antes que pudesse sair da sala de jantar, Narcissa foi rápida em dizer:
— Amanhã conversarei com ela na escola. Espero que você faça o mesmo, Draco.
O garoto concordou, murmurando um silencioso "sim, mãe", antes de sair do cômodo rapidamente.
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𝗦𝗘𝗗𝗨𝗖𝗘 𝗔𝗡𝗗 𝗗𝗘𝗦𝗧𝗥𝗢𝗬 ─── narcissa malfoy
Fanfiction𝗦𝗘𝗗𝗨𝗭𝗜𝗥 𝗘 𝗗𝗘𝗦𝗧𝗥𝗨𝗜𝗥 o coração de uma jovem garota foi fácil, mesmo não querendo que isso acontecesse. Narcissa lutou contra sí mesma, mas não conseguiu evitar a paixão que tinha por você. [ narcissa x fem!leitora gatilho de abuso sexu...