Chapter II
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SAEBYEOK
Escuridão.
O sombrio silêncio e o vazio espaço de cores negras dominavam a minha cabeça enquanto uma neblina acinzentada embaçava minha visão, seria esse o tão famoso e temido lugar que chamam de inferno? Seria péssimo ter de lidar com criaturas sobrenaturais após a morte, pois os humanos já são terríveis o suficiente.
Isto foi uma reflexão dark demais? Eu disse a mim mesma que iria parar com esta deprimente fase gótica... Eu deveria? Provavelmente sim. Eu vou? Óbvio que não.
"Kang Saebyeok, acorde!!"
Posso ouvir uma voz distante e distorcida mas não consigo identifica-la. Tudo está tão confuso...
"Saebyeok-ah, abra os olhos!!"
Certo, então eu estou em coma num hospital? Fui sequestrada pela gangue de Deoksu? Fui presa e estou numa sala de interrogatório? Argh, a sensação de ouvir e sentir as coisas ao redor enquanto você não consegue acordar ou se mover é algo horrível, vítimas de paralisia do sono entendem bem isto.
"SAEBYEOK!!!!"
Um grito alto e agudo se introduziu pelo meu cérebro como uma pilha transferindo energia para um controle remoto, minha consciência por fim despertou e num ato de susto, eu abri os olhos um pouco espantada, minha respiração estava um pouco desregulada mas meus instintos e sentidos foram astutos em se ajustar para que eu pudesse ter um raciocínio rápido do que fazer, e a resposta claro, era pegar minha única forma de defesa, o canivete guardado em meu bolso.
Ao checar ligeiramente os bolsos da minha calça e não encontrar absolutamente nada além de um tecido que eu não me recordo estar usando, a adrenalina de sobrevivência me fez levantar do lugar em que eu estava deitada e assim logo posicionei minhas mãos em forma de punhos de ataque contra qualquer possível ameaça presente.
Sim, eu também acho que tenho habilidades ninjas ocultas, assim como o Buraku Suta em Soul Eater.
— Hey! Yo! Calma! Relaxa essas mãos!
E então, finalmente pude reconhecer aquela voz. Vaguei ao redor daquele lugar com meus olhos até receber uma tempestade trovejante de informações.
Primeiro, Jiyeong estava ao lado da cama, ou melhor, aparentemente beliche em que eu estava deitada antes. Sua aparência física continuava igual, que quer dizer brilhante, seus cabelos castanhos curtos com mechas claras pareciam suaves e bem centrados exatamente como estavam na loja em que nos conhecemos, seu piercing progredia sendo o único ponto artificial em meio à sua pele limpa como porcelana. Seus olhos pareciam um pouco mais escuros do que antes, como se tivesse dormido pouco na noite passada, porém, seu sorriso confiante e travesso no canto dos lábios seguia em seu rosto. Ela estava feliz em me ver? Eu gostaria de ser melhor em ler expressões faciais.
Suas roupas... Não! Nossas roupas, pareciam um conjunto para se ir à academia ou praticar esportes. Os sapatos nos meus pés eram tão brancos e limpos quanto a boca de um dentista, estávamos ambas usando calça e agasalho de cor verde azulada e uma camisa branca. Bruh, aquele tecido era surpreendentemente confortável!
— Saebyeok-ah, você está bem? — Jiyeong perguntou ao ver meu confuso silêncio.
— Sim... sabe onde estamos? — Observei ao redor notando que nem de longe estávamos sozinhas, o lugar parecia uma grande fábrica onde as prateleiras eram camas empilhadas e as pessoas nelas os produtos.
