Chapter III
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Tempos sombrios.
Existe um lugar culpado por ser o motivo de ansiedade, insegurança e outros problemas traumáticos que dificilmente sairão da sua cabeça, um lugar onde as chamas do desespero dão vida as sombras da angústia, ou onde as criaturas das trevas e as almas condenadas à existência, caminham em busca do salvamento. O nome deste lugar pode ser chamado de abismo, mas os humanos os chamam de escola.
O fundamental pode ser um eterno paraíso para algumas pessoas, talvez a época mais feliz e mágica da sua vida, onde você criou laços de amizade com pessoas que trazem o melhor de você, uma passagem de conhecimento e aprendizado da realidade em que vivemos.
Entretanto, infelizmente para alguns, esta experiência pode ser um pesadelo que mesmo depois de acordado, você continua atormentado.
Eu sou uma dessas pessoas.
Certo, talvez eu tenha ido por um caminho muito tenebroso ou talvez eu esteja exagerando, mas o que posso fazer? É através de frases obscuras, que facilmente poderiam ser a letra de alguma música de heavy rock, que eu me expresso.
O que quero dizer, é que o ensino fundamental me trouxe alguns dos problemas com os quais estou convivendo atualmente, sendo quase todos causados por um único motivo, pessoas.
Muitas pessoas e muitas coisas aconteceram, a conclusão final é que hoje em dia eu tenho dificuldade para confiar nos outros. Talvez por isso as pessoas tendem a me achar uma garota sem emoções e um pouco fria. Mas também não é fácil para mim.
— Saebyeok, por que você está tão calada? — Jiyeong perguntou, ela parecia um pouco cabisbaixa desde que eu não estava respondendo muito aos seus assuntos.
— Estou pensando.
— Yah, você está parecendo a Maken Kurona de Soul Eater! O que aconteceu?
Neste momento, ainda estávamos dentro deste lugar desconhecido e mortal, agora bastante escuro, depois que o jogo no campo terminou, os soldados de uniforme rosa nos mandaram de volta para a sala do empilhamento de camas. Quase nenhum dos jogadores sobreviventes estava falando, presumo que ficaram em choque pelo o que viram.
Algumas dessas, por algum motivo, estavam sentadas no chão em silêncio como se tivessem visto seus próprios parentes morrerem numa guerra, enquanto o resto estava em suas camas, também estáticos.
Quanto a mim, eu estava sentada no colchão branco, abraçando meus joelhos e escorada na armação de beliche. Jiyeong estava na extremidade oposta, de frente para mim com uma perna esticada e a outra encolhida para sustentar seu braço direito. Ela poderia simplesmente ir para sua própria cama? Sim. Isto vai acontecer? Aparentemente não.
— Nada.
— Você está chateada com alguma coisa?
— Não.
— Assim fica difícil entender você! — Reclamou.
Suspirei. — É.
Ela fez uma pausa. — Uhm, eu ainda não mostrei minha cama para você! Você quer conhece-la?
Eu pensei por um momento em responder com mais uma fala automática, mas acima disso, eu não queria ver sua energia lilácea se tornar dodger azul. Então, apenas fechei e abri os olhos, respirando fundo para tentar trazer de volta minha segurança de conversar com alguém.
— Onde fica, exatamente?
— É a última de cima, próxima ao teto no canto direito. Você tem que ver! É como dormir no topo de um precipício. — Falou animada ao morder sutilmente o lábio inferior.