Chapter VI
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Yuna, Zamasu de Dragon Ball, balas azedas de limão e outras coisas verdes que eu preferia não encontrar de manhã.
Eu sou o tipo de pessoa que quando acorda, jamais começa a fazer algo antes de ver meu rosto no espelho, não tem nada relacionado com inseguranças na aparência, porque nesse caso, eu sei que sou deslumbrante. Minhas inseguranças e dúvidas são mais voltadas para traços da minha personalidade em meio a um certo grupo de pessoas. Mas sobre o espelho, eu dou graças ao engenheiro, ao decorador de interiores ou qualquer que tenha sido a profissão que arquitetou este banheiro com espelhos, pois imagina só, acordar no meio de centenas de pessoas e nem ao menos saber como o seu rosto está, sem poder enxergar você mesmo. Eu enlouqueceria!
Já em relação à inseguranças na personalidade, bom... eu não sei explicar, eu não estudei psicologia! Mas de acordo com a minha análise baseada em vozes da minha cabeça, talvez por eu sempre ter tido boas companhias durante a escola e adolescência, é provável que eu não saiba lidar com pessoas críticas, que ficam reparando em detalhes defeituosos e que se impõe como superiores de uma forma radioativa. Eu nunca nem havia refletido sobre isso então foi uma surpresa quando Yuna começou a fazer seus comentários indiretos e eu não reagi mandando ela ir pra porra da put- pra um lugar bem longe... mas sim questionando se a impressão que ela tem de mim, como me achar vergonhosamente infantil, é a mesma que outras pessoas tem, ou pior, a mesma que Saebyeok tem. E não é isso o que eu quero.
Eu convidei Saebyeok para vir comigo até o banheiro mas ela disse que preferia esperar no dormitório, logo eu achei que poderia ter um espaço vazio para ficar fazendo caretas na frente do espelho e conversar com meu reflexo de outra dimensão, como uma forma de relaxamento do rosto, eu tirei essa idéia de um sonho! Mas não, de todas as pessoas que poderiam vir aqui agora... foi Yuna quem entrou por aquela porta.
Ela murmurou um "bom dia" e se direcionou à alguma cabine, saindo alguns minutos depois logo quando eu estava lavando minhas mãos e passando um pouco da água gelada no cabelo para mantê-lo consideravelmente comportado.
— Yeez! A espinha que persistia no canto da minha testa finalmente desapareceu! — comentei em voz alta para mim mesma.
— Uhum, isso não é uma grande coisa... — Yuna opinou, também vindo olhar seu reflexo um espelho depois do meu, ótimo! Gosto dessa distância. — Seria melhor não ter espinha nenhuma, mantendo sua pele hidratada com os melhores cremes, assim como a minha.
"Por que ela faz isso?"
"É pra se sentir melhor consigo mesma?"
"Ela não consegue ouvir alguém comemorar uma conquista sem sentir necessidade de diminuir isso para se manter por cima?"
— Yuna, você já pensou em se tratar?
Franziu as sobrancelhas, confusa. — O que quer dizer?
— Deixa pra lá! Mas, se você tem os melhores cremes e os produtos mais caros das marcas, como você mesma disse, então por que veio parar aqui?
Levou suas mãos até os cabelos, para tentar pentea-los, usando os dedos já que não há escovas aqui. — Vejamos, é uma longa história! Mas como eu adoro falar sobre mim mesma, vou resumir.
— Vá em frente.
— Quando meu pai e eu fugimos do norte, ele conseguiu um emprego como garçom em algum restaurante de Seul, e sempre me comprava os melhores produtos de beleza, tudo bem que as vezes ele deixava de almoçar pra isso, mas quem liga? — deu de ombros, fazendo uma concha com as mãos e aparando a água da torneira para lavar o rosto.