A Armada de Dumbledore

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No final daquela noite, Ellie lia na Sala Comunal quando Harry e Rony chegaram do treino de quadribol e juntaram-se a ela na mesa para fazer seus deveres. Pode notar que algo não estava normal, mas preferiu manter-se em silêncio e esperar para ver se lhe diriam alguma coisa. Rony não demorou muito a avisar que iria se recolher.

— Aconteceu alguma coisa, Harry? — perguntou finalmente.

Ele passou a mão na testa e jogou o corpo para trás sobre a cadeira.

— Minha cicatriz doeu enquanto estávamos no vestiário depois do treino.

— E isso acontece quando ele está por perto, não é? — questionou Ellie, atenciosamente.

— Normalmente sim, eu sempre liguei a isso. Mas realmente acredito que ele está a quilômetros de distância. Acho que doeu porque ele está com raiva.

Harry pareceu buscar algo em sua memória.

— Olha, eu já falei tudo que consegui para o Rony... — falou com um pouco de irritação. — Está tudo confuso na minha cabeça, mas eu acho que ele quer ver alguma coisa concluída, mas isto não está acontecendo na velocidade que ele quer.

Harry sacudiu a cabeça e cobriu os olhos com as mãos, comprimindo-os com as palmas.

— Bem, eu não sou o Rony. Você pode falar se quiser, Harry. Se não estiver confortável, não tem problema — disse Ellie com simplicidade e esperou por alguns momentos antes de continuar: — Foi isso que aconteceu da outra vez? — perguntou num sussurro. — Quando sua cicatriz doeu na sala da Umbridge? Você-Sabe-Quem estava zangado?

Harry sacudiu a cabeça novamente e pareceu relembrar.

— Eu estava olhando para a cara da Umbridge... minha cicatriz doeu... eu senti uma coisa esquisita no estômago... uma sensação estranha e saltitante... uma sensação de felicidade... mas, eu não entendi naquele momento... — relembrava aos poucos enquanto começava a compreender melhor — Da última vez foi porque ele estava satisfeito. Realmente satisfeito. Pensou que... ia acontecer uma coisa boa. E na véspera de voltarmos para Hogwarts... doeu minha cicatriz no largo Grimmauld... ele estava furioso...

Harry se virou para Ellie, que o olhava impressionada.

— Harry, você está lendo a mente de Você-Sabe-Quem?

— Não — disse Harry, negando com a cabeça. — É mais o que ele está sentindo, suponho. Estou recebendo imagens dos sentimentos dele. Dumbledore falou que uma coisa assim estava acontecendo no ano passado. Disse que quando Voldemort se aproximava de mim, ou quando sentia ódio, eu sabia. Bom, agora eu estou sentindo quando ele se alegra também...

Houve uma pausa. O vento e a chuva açoitavam o prédio.

— Você pretende contar isso para alguém? — perguntou Ellie.

— Contei ao Sirius da última vez.

— Bom, então conte novamente!

— Não posso, posso? — disse Harry deprimido. — Umbridge está vigiando as corujas e as lareiras, lembra?

— Verdade, não pensei nisso. E se contar ao Dumbledore?

— Acabei de dizer que ele já sabe — respondeu Harry com rispidez. — Não adianta falar outra vez.

— Calma aí, Harry. Só estou tentando ajudar.

— Eu sei, desculpa. É só que eu estive tão absorto no que acontecia em Hogwarts, nos absurdos da Umbridge, na injustiça de toda a interferência do Ministério... que mal pensei em Voldemort... Isso tudo não faria sentido se ele não estivesse mais perto de pôr as mãos na arma, qualquer que fosse. Estou com os pensamentos a mil. Será que a Ordem o frustrou de alguma coisa? Será que o impediram de obtê-la? Se sim, onde a guardavam? Na posse de quem estaria agora?

The Other Side - Hermione (Sáfica/Lésbica)Onde histórias criam vida. Descubra agora