Existência Abstrata

Reflexo

É com grande pesar que venho manifestar minha dor
Subjetiva onda de sentimentos vazios, sorrisos amarelados, cartas manchadas...
Serenidade no olhar de quem decifra, Sofrimento na alma do escritor
Pior a dor de sentir ou não sentir?
Diga-me então, quem és tu?

Quem és tu que não consegue sentir à si próprio?
Que não consegue distinguir a solidão
Que acha que o mundo gira à sua volta, e quando te desapontam, predomina a inexistência, a insignificante e indignação
A indignação de que um dia se enganou, que se permitiu acreditar em algo abstruso
Abstrata dor e pulsação de quem um dia teve medo de se perder no grande poço que é o amor

Meu pesadelo me devora, ele suga meu arredor
Eu não sei o que eu sinto, eu não sei o que eu sou
Ser um cacto autodepreciativo, kamikaze ou uma abelha?
Eu ainda não aprendi à conviver com a dor
Metamorfose cotidiana vou de mal ou pior?
Lamentações e oralidade, todas sem obtenção
Não quero conviver com a dor, ela é egoísta.