Parei antes que Jaebeom pudesse entrar na nossa frente e pedi pra ele esperar um pouco. Precisava falar a sós com meu amigo soldado de resgate que havia vindo ao nosso socorro.
Antes de sair dali, fiz o Jinyoung entrar no carro pra contar tudo o que tinha acontecido. Não queria que ele pensasse que o Lim e eu estávamos fazendo qualquer outra coisa que não fosse tentar escapar da morte.
Tenho total ciência de que ele não ia presumir esse absurdo pelo tanto de lastimas minhas que ouviu em um curto período de tempo. Mas senti a vontade quase ambígua de me explicar.
Eu deveria retratar o fato de que quase não tenho amigos depois que esse termino veio a conhecimento das pessoas que sabiam. Acho não, com certeza absoluta, Jinyoung é o único dos nossos amigos em comum que não mudou comigo ou ficou naquela de tomar partido. E ele poderia, já que é outro que conhece meu querido ex a uma quantidade significativa de tempo.
Acho que nossos segredos e coisas que compartilhamos nos faz vivenciar aquele ditado "você sabe demais. Se quiser deixar de ser meu amigo, teria que morrer". Obviamente sei coisas sobre a vida do Jinyoung que faria ele passar por algumas situações ruins nesse país avançado em tecnologia, atrasado em civilidade.
Chamei ele aqui também por isso, não queria que ninguém mais soubesse que vi o Jaebeom e queria dar um recadinho secreto da paixão quase platônica dele. E não só por isso, precisava dar a ele uma resposta ao plano que ele sugeriu uns dias atrás.
Eu tinha tanto o que resolver com ele. Meu deus, uma pergunta sincera: porque justo hoje tinha que me envolver com o Jaebeom? Eu ainda teria que ir até a delegacia com ele a tiracolo. E o Jinyoung claramente estava impaciente.
Ele não era o único. Embaixo daquela árvore, eu via a inquietação do Jaebeom esperando um ok pra entrar no carro. Caminhando de um lado ao outro quase abrindo um buraco sob seus pés.
- Jinyoung, sobre os acontecimentos de hoje, já falei tudo o que precisava falar. Eu quero que ele sofra, mas pelos meus motivos egoístas. Realmente não aconteceu nada e se vamos nos ajudar você tinha que saber disso. Precisamos ser convincentes e o acontecimento de hoje pode ajudar nessa etapa. Vou deixar de enrolar e te dar minha resposta pra sua proposta de namoro falso: sim. Eu ajudo você e você me ajuda.
- Uau! Simples assim? Eu vou ter que redigir um contrato. A gente vai precisar de regras. Eu faço depois. Vamos chamar ele logo, estamos aqui tem uns 10 ou 15 minutos e ele parece chateado.
- Sei que tem coisas que você não quer fazer, mas pra que isso dê certo, tem duas coisas que você vai ter que fazer pra ser convincente: primeiro o contato físico com respeito. Pegar minha mão e também me abraçar em público. Segundo é me beijar. Selinhos, sem coisas grudentas e vergonhosas. Apenas coisas que casal qualquer faria.
- Você sabe que o que tá me pedindo é quase impossível? Meu Deus, você é praticamente minha melhor amiga e quase uma irmã. Além de nojento é bizarro.
- Cala a boca. Você é a porra de um ator. Ou você faz ou você não vai convencer ninguém. Você precisa colocar em jogo as suas prioridades. Começando por agora.
Antes dele pensar em qualquer coisa, pude analisar os olhos que estavam nos analisando. Dei o primeiro passo para o que eu queria pensar que seria uma libertação.
Puxei de leve a blusa do Jinyoung e selei nossos lábios com ternura. Foram muitas aulas de teatro, agora teria que dar certo e o nosso espectador acreditar. Sei que o Jiny vai me odiar por isso, mas é um ato necessário.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como calcular um peso morto?
FanfictionQuando tudo é nada ao mesmo tempo, a ponto de confundir velhos sentimentos e transformar até mesmo o que é velho, em algo novo.