Presente

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O jardim dos Eckart estava deslumbrante, cheio de luzes e ornamentos, a festividade começaria em breve, uma festa para celebrar a maioridade da cachorra louca dos Eckart.

Essa mesma garota está se olhando no espelho, uma coroa de jóias em sua cabeça, o vestido mais caro do império e uma adaga familiar em suas mãos enluvadas.

Essa era uma das adagas que ela usou em uma das suas vidas, Penélope sentia falta de dançar, tanto quanto sentia falta do seu amor, ela tentou o reencontrar no banquete em retornos passados, mas ele não hesitou em cortar sua cabeça naquele labirinto, ela desistiu de ir atrás dele na sétima morte no labirinto.

Mas o que ela mais sentiu falta, foi da criança em seu ventre, que nem sequer teve chance de ver esse mundo.

Sem perceber, seus dedos roçaram sua barriga, memórias do sorriso de Callisto quando ela contou que estava grávida, e como tudo aquilo tinha terminado.

A flor em sua penteadeira brilhou, como se a consolasse, foi quando ela percebeu seus olhos lacrimejando, algo que ela limpou rapidamente, temendo borrar a maquiagem e irritar as empregadas, ela não tinha tempo pra isso, essa noite tinha que ser perfeita, dessa vez seria perfeita.

Penélope fechou os olhos, palavras em língua antiga soando em sua cabeça, o mundo se tornou transparente sob suas pálpebras fechadas, ela pôde ver tudo, cada pessoa, cada objeto, nem mesmo as formigas e a poeira na casa passaram despercebidas por sua magia.

E lá estava quem procurava, a princesa dos Eckart conversando com uma empregada, dando a ela um pequeno frasco, a empregada com olhos mortos, sendo influenciada pela relíquia que Ivone sempre carregava junto a ela.

Penélope sorriu.

Era uma pena que o veneno não poderia ser usado.

Ivone tinha aparecido mais cedo dessa vez, era a primeira vez que àquele homem a trazia mais cedo, ela costuma aparecer no meio da festa de maioridade de Penélope, mas dessa vez veio duas semanas antes, ela se pergunta o que mudou, talvez fosse por interferência dela mesma, mas isso não importa, porque vai ser tudo perfeito.

— Obrigada por preparar o palco pra mim, irmã —  Seus olhos se abriram, brilhantes como milhares de vagalumes, a sombra de um feiticeiro que desapareceu quando tinha seis anos.

Era engraçado, sua mãe costumava dizer que Penélope era uma cópia perfeita de seu pai, tanto em aparência, como personalidade.

Não que Penélope se importasse, ela quase não se lembrava dele, mas as vezes, quando usava magia, a imagem de um homem muito belo, sorrindo para ela carinhosamente aparecia, uma flor de fogo aparecendo em sua mão, as vezes era vento, as vezes água, as vezes ele controlava a chuva, só pra vê-la sorrir.

A imagem de seu pai era fraca em sua mente, mas ela sabe de quem herdou magia, o cabelo rosa escuro e a sua língua afiada.

Sua mãe devia estar certa, talvez ela seja uma cópia de seu pai, isso a deixava meio feliz, porque seu pai parecia incrível em cada flash de memória.

Seus pensamentos foram cortados por uma batida na porta.

— Senhorita, está na hora — Era Emily, sua empregada pessoal, a mesma garota que a furava com agulhas.

Penélope se lembrava de uma regressão em que matou essa mesma garota, ela foi perfurada por uma magia de Penélope, raios que atravessaram seu corpo como agulhas, isso foi agressivo, mas ela não se arrependia de ter feito isso, afinal, é olho por olho.

Dessa vez, Penélope apenas usou uma magia de marionete, era mais refinada do que magia de lavagem cerebral, não querendo se gabar é claro, mas os feitiços dela eram melhores dos que o daquela falsa deusa maluca.

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⏰ Última atualização: Nov 05, 2022 ⏰

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