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A brisa suave de fim de tarde carregava os risos frouxos que deixávamos escapar a cada piada sem graça contada pelo grupo de amigos idiotas que ele tem.

De repente, enquanto, ainda rindo, observava seu rosto se mover conforme seu sorriso aumentava e os olhos brilhavam com as lágrimas das risadas inevitáveis, percebi que queria viver ali para sempre. Percebi que queria vê-lo brilhar daquele jeito por quanto tempo ainda tivéssemos.

Gostaria de congelar o tempo e viver naquele momento o quanto eu pudesse.

Foi então que, leve como o vento que soprava seus cabelos, as palavras simplesmente deslizaram da minha boca.

"A gente devia casar."

Pego de surpresa, ele se virou pra mim, mas seus olhos ainda me sorriam. Aos poucos as conversas ao nosso redor foram diminuindo, como se o peso de minhas palavras finalmente tivessem feito sentido.

Eu ri, porque naquele momento aquela afirmação me pareceu inocente demais.

"Você acha?" ele perguntou, no mesmo tom que usei.

"Aham" eu confirmei e encolhi os ombros como se não fosse nada demais.

Tamanha foi minha surpresa quando ouvi sua risada novamente. "Tá bom, quem foi que te contou? Foram vocês?" Ele perguntou olhando para os meninos.

"Contou o que?" Perguntei curiosa.

Ele se virou pra mim novamente e do bolso da bermuda de tecido que vestia, tirou de lá uma caixinha de veludo preta.

"Mentira!" Eu não estava acreditando.

"Verdade! Ou você tava brincando quando disse que a gente devia casar?" Ele franziu as sobrancelhas e senti meu coração apertar um tantinho pelo simples pensar em ter magoado seu coração.

"Não! Eu só não esperava que você tivesse os anéis agora" ri mais um pouco, dessa vez de nervoso. "Quer dizer, eu pensei em a gente comprar os anéis no decorrer da semana e a partir daí começar a preparar a cerimônia, mas você já tava preparado. Tô surpresa, só isso."

Eu sorria tanto que podia sentir meu sorriso se espalhando pelas minhas bochechas.

Ele riu junto comigo.

"Isso é um sim? Gente vocês tão me deixando nervoso" seu melhor amigo perguntou um pouco distante de nós. Olhei em volta e percebi que todos os nossos amigos nos olhavam.

Essa foi minha segunda confirmação. Nossa conexão sempre nos levaria a um lugar só nosso, independente do lugar ou das pessoas ao nosso redor.

"Mas é claro que sim" eu disse confirmando o óbvio.

Eu achava que sabia o quão barulhentos eles poderiam ser, mas estava enganada. Os gritos e assobios duraram minutos ininterruptos, e serviram de trilha sonora para quando ele pôs o anel no meu anelar, me beijou e me abraçou me tirando do chão enquanto dizia que me amava.

Quando já estávamos sentados de novo, definitivamente mais calmos, ele me solta:

"Você quer mesmo casar comigo? Mesmo eu bagunçando sua cozinha de vez em quando? Ou te atrapalhando quando você diz que vai trabalhar perto de mim?"

"Posso fazer vista grossa sobre isso, se você parar de reclamar quando eu disser que precisa limpar seu estúdio" dei um beijo no canto de sua boca. Eu sabia que um sorriso arteiro se desenhava em minha boca.

"Eu aceito".

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⏰ Última atualização: Nov 23, 2021 ⏰

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sunset • sonhos de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora