Meu clichê de natal

Capítulo 7

Eu disse que iria atualizar a fic dia sim e dia não, mas cá estou eu.

Divirtam-se!!!

Na noite anterior Kara e Lena demoraram mais do que esperavam para dormir, nenhuma das duas iria confessar naquele momento, entretanto, estava difícil acalmar a mente estando uma tão perto da outra. Porém, em algum ponto da noite fria de quarta-feira elas acabaram adormecendo e tinham tido um sono tranquilo e muito agradável. Elas não tinham o costume de dividir suas camas com outras pessoas, claro que já fizeram isso, só que não por uma noite inteira e sem irem além, e, por incrível que pareça, tanto a Luthor quanto a loira acharam aquilo normal – menos no começo, no começo foi estranho, mas um estranho bom.

Assim que a luz esbranquiçada de inverno começou a invadir o quarto na pousada em que estavam, automaticamente Kara começou a se incomodar, detestava quando isso acontecia, pois tinha a sensação que seu sono havia sido interrompido. Lentamente a loira abriu os olhos e tentou se acostumar com a claridade, a cama estava tão boa e quentinha, gostaria de ter aproveitado mais o seu sono, mas agora a última coisa que iria conseguir fazer era voltar a dormir, ainda mais depois de notar que ela e Lena estavam abraçadas.

A Luthor estava deitada sobre um dos braços da loira com o braço direito rodeando sua cintura e a perna direita por cima da sua. Quando realmente se deu conta do que estava acontecendo, Kara sentiu seu coração errar uma batida e logo depois bater forte, tão forte que parecia que iria estourar seu peito a qualquer minuto, mesmo se sentido assim a última coisa que queria ela sair dali. Em um ato de coragem – ou de insanidade, chame como quiser – Danvers apertou mais a morena contra si, possivelmente estava invadindo o espaço pessoal dela, mas só queria senti-la um pouquinho mais de perto e se, por caso, Lena acordasse e não gostasse nada daquela situação, iria passar o resto dos seus dias se desculpando e se culpando por ter ido tão longe.

Por alguns minutos a mais, a futura jornalista fechou seus olhos e se deixou levar pelo o que sentia naquele momento, era uma misto de várias coisas que mal poderia explicar em palavras, parecia que da noite para o dia o carinho que estava começando a sentir pela Luthor tinha triplicado de tamanho e agora não conseguia lembrar um motivo que um dia a fez acha-la arrogante e egocêntrica. Seus olhos continuaram fechados até ouvir uma voz conhecida bem próxima de seu ouvido e o hálito quente ir de encontro ao seu pescoço.

– Achei que se eu te tocasse durante a noite você iria gritar – Lena comentou ainda sonolenta e viu a loira dar um sorriso tímido.

– Bom, já está de dia – respondeu docemente – e eu achei que suas mãos eram obedientes.

– Pelo visto elas são teimosas – as duas ficaram em silêncio por alguns instantes – nós deveríamos levantar, não é?

– Deveríamos.

Mesmo sabendo que tinham um longo caminho a percorrer até Midvale, nenhuma das duas se moveram. Usando o resto de sua coragem, Kara começou a passar os dedos entre os cabelos escuros e macios da Luthor, jamais admitiria – nem para si mesma – mas sempre quis fazer aquilo e a sensação era maravilhosa. Por outro lado, Lena nunca se imaginou estar daquele jeito com loira, muito menos que um dia acordaria com tanto afeto vindo dela, talvez se soubesse antes que poderia ter um momento assim, teria dado um jeito de se aproximar dela quando a conheceu, mas tudo o que quis na época era fugir.

– Se continuar fazendo isso, eu vou acabar voltando a dormir – sua voz já estava fraca e seus olhos quase fechando novamente.

– Então não vou parar – disse em um sussurro.

Não demorou muito e Lena adormeceu sentindo que estava no lugar mais seguro do mundo, o esquisito de se sentir assim era que, se parasse para pensar, Danvers era quase uma estranha, só que alguma coisa nela fazia a morena sentir que aquilo tudo era familiar. Nada que recebeu de Kara nos últimos dias parecia ser forçado e muito menos arquitetado, parecia que tudo que ela fazia era conforme as suas emoções e o momento que vivia, totalmente diferente da Luthor que tinha cada passo da sua via planejado – só que não era por ela.