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Cheguei atrasada na empresa depois de virar a noite lendo, por medo de dormir e ter outra febre emocional, consequentemente passar mal sem ajuda de alguém

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Cheguei atrasada na empresa depois de virar a noite lendo, por medo de dormir e ter outra febre emocional, consequentemente passar mal sem ajuda de alguém.

Eu não tinha praticamente ninguém aqui para me fazer companhia, e não queria preocupar Louise na minha cidade natal. Preferia guardar para mim, mas estava me afetando além do que eu imaginava.

Peguei uma xícara de café sentindo os olhares julgadores do cotidiano. Às vezes me pergunto se estão agindo assim sabendo que estou tendo algo com o chefe.

Depois daquele beijo aconteceram outros. Ele me dava flores sempre e me tratava como nenhum outro fez. Louise disse que estou apaixonada e talvez eu achasse que ela estivesse certa. Embora nunca tivesse acontecido comigo.

Subi de elevador para o andar presidencial e deixei minhas coisas na mesa vendo que Thomas já estava na sala. Fui até lá batendo na porta e usava o colar de estrela cadente, que ele havia me dado no meu aniversário.

— Bom dia — cumprimentei com um sorriso imenso e ele não demorou em se levantar para vir até mim, deixando um selinho gentil em meus lábios que me fez arrepiar.

— Bom dia, mon chéri — disse com um sorriso. — Trouxe algo para você. — Pegou uma caixa que parecia de uma grife de roupas e me entregou. Abri a embalagem vendo um vestido ali e me surpreendendo. — Vamos jantar hoje, use ele se quiser — informou e eu concordei com um sorriso.

— Obrigada! Você tem me dado tantos presentes e nem consigo retribuir — disse envergonhada e ele me dá outro selinho.

— Não se preocupe com isso, sua presença é o mais importante para mim — comentou e logo uma mulher chegou  na porta.

— Senhor, a reunião — falou sorrindo para ele e um pouco menos para mim.
— Vejo você mais tarde — sussurrou no meu ouvido saindo com a mulher em seguida.

Eu fui para minha mesa começando a organizar os papéis e grampear as folhas, com os dados dos clientes recentes para deixar na pasta de arquivo da sala de Thomas. Mesmo tendo os dados no seu computador da empresa, ele gostava de ter a versão impressa dos documentos consigo.

Depois de um tempo deu a hora do almoço e mesmo não querendo seguir os conselhos do insuportável do apartamento de baixo, resolvi ir a um restaurante comer "comida de verdade".

Desci o elevador até o hall de entrada da empresa e passei pelas portas de vidro caminhando até o restaurante mais próximo em que eu me lembrava. Ultimamente estive sem o meu carro já que ele resolveu pifar e agora permanece na garagem, afinal não tinha dinheiro para pagar um conserto.

Entrei no restaurante me sentando sozinha em uma mesa e o garçom veio em seguida oferecendo o cardápio. Pedi a comida e em seguida ele se afastou deixando o papel na janelinha que dividia a cozinha do espaço para os clientes no restaurante. Fiquei olhando a rua.

Não via ninguém sozinho... Quem estava no ambiente é porque ia ao encontro de alguém.

Me senti sozinha na infância e agora estando aqui esse sentimento é o mesmo...

— Com licença? Posso me sentar aqui? — falou uma mulher de cabelos ondulados na altura do ombro em tom castanho escuro, tinha olhos mel e olhou pra trás fazendo careta para a garota de cabelo preto com olhos azuis escuros como o tom do alto mar quando olhamos no horizonte lá longe, a garota estava na outra mesa.

— Claro... — respondi baixo.

— Minha amiga ali está jogando na minha cara que vai se casar, não aguento mais ela falar disso o tempo todo — comentou o e me fez sorrir de leve. A morena do outro lado se levantou e se sentou com a gente.

— Você sabe que eu nem sou de falar muito — disse ela, deixando seu prato na mesa para continuar a comer.

— E quando fala da vontade de achar um botão para desligar — acrescentou e em seguida me fitou com o olhar, estranhei e minha barriga gelou. — Você é a garota do pudim, não é? — perguntou e eu soltei o ar que segurava logo percebendo quem ela era. A mulher do caixa na doceria LeBlanc — É nova na cidade? Eu nunca vi Kyle tão irritado. — Começou a rir.

— Sou sim. — É a única coisa que consigo dizer pela vergonha.

— Me chamo Alya e essa é a Chloe — falou a outra garota e eu assenti com a cabeça.

— Sou Karine — respondi dessa vez com um sorriso um pouco maior e minha comida chegou.

— Está gostando da cidade? — perguntou e eu confirmei. Fiquei aérea por alguns instantes.

Queria tanto que alguém daqui perguntasse isso que nem acreditei, que realmente perguntaram. Na minha cabeça isso seria o início de uma conversa que me levaria a amizades.

— Bastante — falei animada.

A cidade é linda, gosto da calmaria e do clima. Só não gosto do karaokê às dez da noite todos os dias.

— Moro ao lado do bar Memories.
— Na minha rua! — Chloe soltou empolgada e eu abri um sorriso.

— Passa seu número de celular para a gente — Alya disse com um sorriso me estendendo seu celular no discador do telefone e eu concordei pegando e digitando meu número, em seguida fui em adicionar contato e coloquei meu nome.

— Prontinho. — Devolvi o celular.

— Você tem que conhecer a Red Velvet, assim que eu terminar de resolver alguns assuntos do casamento vou te mandar mensagem para irmos, ok? — Perguntou e eu ergui as sobrancelhas concordando com a cabeça.

Acabamos de comer e saímos andando. Enquanto Chloe era mais eufórica e risonha, Alya era mais sarcástica e séria, mas não deixava de rir. Eram um equilíbrio perfeito que me fez gargalhar bastante durante o trajeto até a LeBlanc.

— Quer vir comer uma sobremesa aqui? — Chloe perguntou e eu fitei os pedaços de pudim ao fundo, mas neguei com a cabeça.

— Preciso voltar para o trabalho... Mas obrigada, obrigada mesmo — falei não só me referindo ao convite e sim à companhia.

Me senti menos só nessa cidade.

— Não tem de que, espero que saia mais com a gente gostei de você — Alya disse e eu assenti sorrindo.

Em seguida entraram e eu caminhei para Grey's Marketing. Passei pelas portas de vidro com um sorriso contente. Talvez eu tenha feito amigas.

Subi para o andar presidencial e quando a porta do elevador abriu dei de cara com a mulher de mais cedo. Ela me cumprimentou, com um sorriso estranho que eu retribuí confusa e saí andando até a minha mesa para acabar o trabalho. Thomas estava em sua sala com mais duas pessoas, provavelmente clientes, e eu fitei a caixa do vestido em um canto embaixo da mesa com um sorriso leve.

❥︎ Era Como Se Sentir Vivo | Trilogia Amor Em Saint Othon Vol.2 | DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora