p r ó l o g o

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Ajudo Nathalie a levar sua maquete para a sala de reunião de arquitetura, ao qual ela trabalha

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Ajudo Nathalie a levar sua maquete para a sala de reunião de arquitetura, ao qual ela trabalha. Foi um pouco difícil carregar da casa dela para o local, mas consegui junto a morena que entrou logo atrás de mim pondo algumas pastas na mesa.

- Obrigadinha. - Solta um sorriso.

- Quando precisar, só não abuse da minha boa vontade. - Começamos a rir.

- Vira a esquerda e pode tomar um café. - Concordo com a cabeça agradecido, ela tinha me acordado cedo e não consegui comer nada.

Fui andando na direção que Nathalie me explicou e logo vi o pequeno cantinho onde havia a cafeteira, consegui encontrar alguns pães e até doces da LeBlanc. Aproveito e levo as mãos em um croissant e quando vou pegar o café alguém já está na frente da cafeteira.

Ela tem cabelos castanhos escuros, olhos azuis acinzentados como o céu nublado indicando chuva. Eles são lindos. Está comendo azeitonas em uma vasilha pequena e colocando seu café em uma xícara de abacaxi.

- Ah! Oi! Novo na empresa? - pergunta e concordo sem ao menos ter prestado atenção, mas, quando a ficha cai nego com a cabeça sucessivas vezes.

- Não... Só vim ajudar uma amiga a trazer uma maquete aqui para cima.


- Ah, sim, então não tem muitos novatos aqui além de mim. - Sorri envergonhada pegando o café e se sentando, em seguida pego o meu voltando o olhar a mulher.

- É nova na cidade também? - pergunto e confirma soltando uma risada alta.

- Por que todos perguntam isso? Meu sotaque é tão forte assim? - Dou risada todo embaraçado, acabo negando com um movimento de cabeça.

- A cidade é pequena, geralmente todas as pessoas da nossa idade estudaram na mesma escola - explico e ela me olha atenta.

- Mas ela é bem acolhedora, as pessoas são carismáticas e gentis. Pensei que nem ia conseguir fazer amizades, mas ficar conversando já é um começo, né? - argumenta enquanto come mais azeitonas o que me faz rir. Eu não gosto de comer azeitonas puras e ela parece amar.

- Você tem toda razão. Me chamo Kyle Meyer - falo estendendo a mão, que cumprimenta sem pensar duas vezes em meio a um sorriso.

- Sou Giovana Miller - responde. - É um prazer conhecer você. Seu jeito carismático é incrível - fala um pouco envergonhada e eu coço a nuca sorrindo.


{...}


Agora estou aqui sendo revistado e logo entrando na área de visitas da cadeia. Os policiais me conduzem até a sala em que Giovana está, logo que entro posso ver ela lixando as unhas. A expressão fria, o olhar vago. É ela e não é em simultâneo.

As vezes desejo apenas que tivesse uma irmã gêmea, para o peso ser explicado e meu coração doer menos.

- Ah! Olha só, o pombinho veio me ver, uau! - Sorri cínica e eu me sento em seguida na cadeira.

- Por que você fez isso? - A primeira frase que me vem à mente escapa pela boca.

Eu quero perguntar por que ela brincou comigo, por que teve a crueldade de partir cada pedacinho do meu coração, por que fez todas aquelas coisas com a Eleonor? Então resumi naquela frase.

E ela responde com silêncio.

- Giovana! Me responda, por favor! - falo buscando seus olhos, que não tinham mais aquele brilho ao qual conheci. É falso, todo o sentimento dela por mim, é falso.

- Nasci na máfia, me apaixonei por Oliver, mataram a pessoa que eu amo e você quer me tirar respostas assim? - diz com um falso tom de vítima na voz. As palavras foram piores que um soco no estômago.

- Você é cruel - murmuro e a mulher solta um sorriso ladino.

- Agora que a ficha está caindo? Ah! Kyle, como uma criança que ama os brinquedinhos de pelúcia, quando chega a hora de soltá-los com a idade e ele simplesmente não quer. Está cego pelas memórias e não aceita deixar a infância ir.

- Você me fez te amar, fez imaginar uma família e comprar uma casa. Acreditar que eu havia encontrado alguém que me faria feliz pelo resto da vida!

- Quer um pedido de desculpas? Eu não falo essas palavras quando não estou fingindo. Mas como você vê, não quero incorporar aquele papel de sonsa novamente - fala voltando sua atenção para a lixa de unhas em mãos. - Já acabou? Pode ir embora?

Bato as mãos na mesa a assustando.

- Você não passa de uma víbora idiota como Eleonor havia me dito, espero que apodreça aqui! - Solto a madeira e os policiais abrem a porta para eu passar.

Ando ficando bem afastado da prisão, a chuva está caindo e não faço a mínima ideia de onde deixei minha moto. Minha mente está uma confusão, sinto tudo girar e isso me faz querer sentar na calçada.

Me sento e levo as duas mãos à cabeça.


Por que fui tão idiota ao acreditar que o amor existia? Por que sempre sou assim, me abro e me quebro?!

- Por quê?! - grito em tom moderado e lágrimas começam a descer por minhas bochechas.

{...}


- Acorda, Kyle! Você não acha que vai ficar nessa cama pro resto da vida, não é? Gael precisa da sua ajuda no bar memories e é irritante escutar ele te ligando a cada segundo. - Escuto a voz de Celine tirando minha coberta e logo a luz invadindo meu quarto, quando ela abre as cortinas.

- Me deixe aqui. - cubro minha cabeça com o travesseiro.

- Você não vai se prender aqui por causa daquela mulher. - diz já tirando o travesseiro da minha cara me fazendo sentar na cama.

- Sim, poderia me deixar sozinho? - Ela sai do quarto voltando com uma bandeja de café da manhã em mãos.

- Eleonor trouxe algumas coisas para você, não ficou porque acabamos discutindo, mas ela queria conversar. - Pego a bandeja fitando as coisas ali.

Como vou olhar para cara da Eleonor agora?

- O casamento dela é depois de amanhã, você ainda quer ir para a Suíça? - pergunta e eu confirmo.

- Entregue meu presente para eles, diga que estou muito feliz que ela tenha encontrado Adam novamente, que desejo tudo do melhor para ela e que eu novamente sinto muito por ter facilitado que aquela víbora entrasse na vida dos dois. Não vou conseguir ir. Por mais que eu queira, não consigo. - ela concorda.

- Se precisar de mim, estou fazendo as unhas. - fala antes de sair do quarto e volto minha atenção para o café da manhã.


{...}


Desembarco do avião e pego as malas em seguida saindo do aeroporto e indo de táxi para o hotel que eu ficaria. Precisava desse tempo longe de tudo e todos.

Principalmente longe dela. Tentado a ir diariamente naquela prisão para saber se ela sente algo por mim, e se esse sentimento podia fazê-la mudar.

Meu coração ainda está apaixonado e a mente procura desculpas e motivos para justificar o que ela fez, para querer reparar, sendo que tudo o que aconteceu entre mim e Giovana não passou de uma mentira.

Entro no hotel e fazendo o check-in subo em seguida para meu quarto, deixo as malas ali e vou até a varanda me sentando em um banco confortável ali fora, observando a paisagem dos alpes suíços no horizonte.

Talvez o amor não seja para todos, ou talvez eu ainda encontre o meu. Só sei que como nos contos de fadas, mesmo que eu esteja sendo um tolo. Quero meu final feliz.


❥︎ Era Como Se Sentir Vivo | Trilogia Amor Em Saint Othon Vol.2 | DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora