Outros modos de usar um lubrificante - parte 2

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Notas: eu dividi o capítulo, porque os meus capítulos sempre têm mais de 5 mil palavras e fica mt grande. Essa história já está muito avançada, está pronta até o capítulo 16(mas como os meus capítulos são grandes, eu tenho basicamente uns 25 capítulos prontos).

Eu queria postar logo para chegar na parte que eu estou escrevendo, pq eu to mt apaixonadinha pela história. Acreditem ou não, para mim essa história é fofa kkkkkkkk ou vai ser fofa ao menos. Não fofa de verdade, é um fofinho sabor câncer, mas está deixando meu coração muito quentinho.

Acho que vai ser a minha melhor história. Espero que gostem! Beijinhos, boa leitura :)


- Vamos para o meu quarto. - Ah, sim. Por favor. Eu nem queria ter perdido nem um segundo com eles, se você quer saber. Hidan voltou a sentar. Naruto estava chateado por sair, então entendi que Hidan pediu para que saíssemos. Porra, por causa de Juugo. Naruto estava me usando para fazer ciúmes nele? Sim, com certeza sim. Por qual outro motivo ele me chamaria para conhecer os amiguinhos da república, não são os pais deles, não é importante e não estamos namorando para que eu precise conhecer ninguém.

É o que eu mereço por desaparecer por 4 anos, não sou mais o favorito, meu lugar está vago. Mesmo assim, não acredito que Naruto estava me usando de troféu para um babaquinha sem cérebro.

Ele abriu a porta do quarto. Algo que sempre me atraiu em Naruto, era o quanto ele parecia vivo. Do tipo que aprecia arte, música e que dançaria em um restaurante caro sozinho, só porque deu vontade e todos aqueles ricos mortos por dentro o achariam um esquisitão. Então ele dançaria contente com aquelas músicas estilo Aquarela e voltaria para mesa ruborizado dizendo "que vergonha".

Quando eu penso em morar com Naruto, penso nele dizendo que o teto está sem graça e que precisa de cor. Ele me convenceria a ir na Leroy comprar andaimes e tinta para ele passar um fim de semana inteiro pintando o teto do quarto com qualquer coisa excêntrica que ele esteja viciado no momento. Então eu esperava um quarto bem decorado, não um todo branco, com um forro de cama padrão, guarda-roupa branco e comum e uma mesa de estudos. Foi um pouco decepcionante.

- Juugo disse que foi drogado na festa, acredita nisso? Disse que não queria ter me traído. Aquele imbecil do caralho. O Hidan falou comigo e pediu para eu não ficar com você na frente do Juugo e quer saber? Estava nos meus planos ser bem barulhento hoje. - Ele empurrou a cama(que antes não estava encostada na parede) até que a cabeceira grudasse no quarto do lado.

- Você só bebeu uma Ice. Não deveria estar bêbado.

- Hã? Por que acha que estou bêbado? - Ele deu risada. - Se quiser ficar bêbado, eu posso ir buscar alguma coisa lá embaixo.

- De novo, eu não quero beber...

- Ah, é. Esqueci que você é um chato do caralho. Espere um pouquinho, ok? - Então entrou no banheiro. Não tive reação, acho que fiquei estático encarando a porta do banheiro até ouvir ele ligar uma música no celular para abafar(não funcionou) o barulho do chuveirinho. E aí entrei em pânico. Não pânico de verdade, eu queria isso. Mas puta merda, eu fui brincar de pular as ondinhas da praia e um tsunami me arrastou de cara na areia. Foram só 4 anos, Naruto. Ele teve algum tipo de Glow Up inverso. Quer dizer, continua um fofo fisicamente, mas onde está aquele garoto gentil, meigo e que distribui sorrisos por aí?

Eu me lembro de quando ele veio para a minha casa direto do colégio e queríamos transar. Ele me fez prometer que ficaria na sala, porque não queria que eu ouvisse o barulho do chuveirinho. Acho que ficou usual para ele, se acostumou, descobriu que, bem, foda-se.
Nada mágico. Só a pura e feia realidade. O teto não tinha uma galáxia pintada a mão, não havia uma estante cheia de funkos e livros e luz led colorida iluminando o quarto. Na verdade, seus livros estavam no chão um em cima do outro no canto do quarto, porque ele se mudou da casa dos pais e vive com um salário de vendedor de shopping e há outras prioridades mais importantes do que mobiliar o quarto de uma casa passageira.

Me dei conta que nunca vi o quarto de Naruto, O Quarto. Morando com a prima, ele acabou ficando no quarto de hóspedes, não podia pôr personalidade no quarto. Sentei na cama, ansioso e valia os dois sentidos da palavra: a ansiedade positiva que queria que Naruto abrisse aquela porta e viesse para mim e a negativa que só fazia o meu estômago girar.

Quando eu e Sakura terminamos, fiquei com preguiça da coisa toda por quase um ano. Daí comecei meu estágio e conheci Suigetsu. Ele me chamou para uma festa do primo dele, queria ficar comigo, fiquei com dó. Mas se eu fiquei com preguiça de falar com as pessoas para transar por um ano, jamais ficaria com um cara que eu teria que ver todos os dias de segunda a sexta, de 8 às 18 horas.

- Demorei? - Ele disse ao sair do banheiro. Estava com as mesmas roupas de antes, se deu ao trabalho de colocar para eu tirar novamente.

- Não... - Naruto sorriu e veio até mim. A Ice estava em cima da mesa de estudos, ele pegou a garrafa e se sentou em mim. Com as pernas dobradas como se tivessem ajoelhadas e sentado no meu colo, ele virou os últimos 4 dedinhos que restavam. Largou a garrafa no chão e enxugou a boca com a palma. Me deixei passar as mãos pelas pernas dele, subindo para o seu quadril.

- Odeio o Juugo, odeio o Hidan. Acho que odeio todo mundo. - E cobriu o rosto com as mãos. Ta aí: esse parece mais com o Naruto que eu conhecia. - Me faz esquecer deles? Por favor?

- Achei que não gostasse deles.

- Eu não gosto de ninguém há anos, mas ainda dói quando me fazem de idiota. Você não vai me fazer de idiota, né?

- Não.

- Vai sim. - Naruto sorriu e me beijou. - Você tem uma carinha de que vai fuder com a minha cabeça. - Me fez rir. Só que agora eu precisava que ele calasse a boca. Puxei Naruto pelo queixo e o beijei e, puta merda, havia esquecido o quão diferente(melhor) era estar com ele. Por algum motivo, eu, o lula molusco, combinava com o jeito bob esponja dele. Fez sentido eu não querer ficar com mais ninguém e ir atrás do meu namoradinho da escola, como Suigetsu disse.

Pude sentir o gosto da Ice em sua boca, quando lambi seus lábios e sua língua me recebeu em um lugar que já estive tantas vezes, mas hoje parecia novo. Girei ele para o colchão e fiquei por cima, suas pernas antes abertas no meu colo, continuaram comigo entre elas. Naruto tocou no meu rosto, doce, concentrando-se em me manter perto, seus lábios abertos para mim. Eu poderia continuar assim, beijando-o, pois depois de tanto tempo, percebi algo que eu sempre soube.

Eu só não conseguiria ficar apenas nisso, havia outras partes dele que eu estava com saudade. Beijei seu pescoço, a pele dele era tão macia. Ele sempre gostou disso, de quando eu beijava seu pescoço.

Queria ver todos os detalhes de novo. Eu estava levantando sua blusa, minhas mãos por debaixo do tecido apertando sua cintura. Ele era magro, não exatamente definido. Formava um V em seu abdômen, a marquinha sutil e delicada. Eu estava apreciando, decorando, então vi: um pouquinho abaixo da cintura e acima do quadril do lado esquerdo. Borboletas. 6 borboletinhas pretas e pequenas. Uma tatuagem.

- Isso é novo. - Disse passando a mão, sorrindo. - É claro... as borboletas... do seu livro. 6 borboletas.

- O que?

- Eu lembro.

- Do que você está falando?

- Nada.

Daí o beijei de novo. Tão quentinho, lindo e cheiroso. Tão meu. Senti sua falta, idiota.

Mordi seu lábio e ele sorriu. Selei seus lábios e olhei para ele, que demorou um pouco para que me encarasse com aqueles olhos azuis. Tive a visão perfeita. Ele com os lábios semi abertos esperando que eu continuasse, excitado.

E a porta do quarto abriu, Deidara escancarou a porta e entrou mesmo após ver que estávamos ocupados. Por um segundo, achei que eles fossem íntimos assim e que isso era normal para eles, então Naruto me empurrou de cima dele.

- O que porra é aquilo no meu carro? - Ele gritou. Aí caiu a ficha.

- O que?

- Tem lubrificante no carro inteiro! O que merda tem de errado com você?

- Lubrificante no carro? Hã?

- Vai se fazer de idiota? - Deidara puxou Naruto pelo pulso, arrastando-o para que ficasse de pé. Deidara havia o carregado até o corredor quando, finalmente, Naruto puxou o próprio braço de volta.

- Para! Eu não estou entendendo. Por que você está gritando comigo?

- Sonso do caralho. - E voltou a puxá-lo escada abaixo. Me levantei, óbvio, e fui atrás. Não estava esperando uma reação tão agressiva, seria eficaz do mesmo jeito, talvez ainda mais. Fui pulando os degraus de dois em dois para alcançá-los. Vi o momento em que Deidara abriu a porta de trás e Naruto ficou todo surpreso. Eu fiz um bom trabalho, né? Admirem.

- Eu não tenho nada a ver com isso.

- Você vai querer negar?

- Não fui eu, eu juro.

- Eu te emprestei o carro, seu babaca. Antes de você sair com ele, meu carro não estava assim. Eu tirei umas coisas que estavam bagunçando para poder te emprestar. Eu lembraria, se o meu carro estivesse mergulhado em lubrificante.

- Mas eu não... Eu não transei no seu carro. Eu só fui ao cinema. Eu até levei um aspirador de pó para deixar tudo impecável para te devolver.

- Aham, só esqueceu um pacote de camisinha? Só esqueceu um pote inteiro de lubrificante? - Essa briguinha me deixou tão entretido que esqueci de participar. Naruto lembrou de mim, entrando em pânico.

- Sasuke, diz para ele. A gente não transou no seu carro. - Todas as séries que eu assisti na vida me prepararam para esse momento. Eu esbocei nervosismo, quase culpa. Não consegui me defender daquela acusação descabida. Pareci culpado.

Naruto confuso.

Deidara enfurecido.

- Eu não vou perder meu tempo com você. Você vai pagar para limpar e nunca mais eu vou te emprestar nada. Nada, seu filha da puta.

- Eu não vou pagar. Não fui eu. E baixe a droga do seu tom de voz para falar comigo.

- O que? Eu não vou ficar no prejuízo. É claro que você vai pagar.

- Olha, eu não sei quem fez isso, mas não vou ficar ouvindo você surtar comigo. - Era engraçado ver Naruto com raiva, ele entrava em colapso. Estava em crise, as mãos dele tremiam ao lado do corpo e ele tentava disfarçar. Deidara não reparou que ele estava a um passo de chorar. Eram dois adultos brigando, não tinha porquê ter uma reação como aquela.

- Como você queria que eu agisse? Estragou meu carro, porra. - Deidara gritou. Os gays felizes estavam se aproximando para ver a briga. Não entendo como Naruto pode ser tão sensível, ok, um amigo gritando com você é ruim, eu sei. Mas qual é... já é grandinho. Não dá para chorar toda vez que alguém briga com você. Era uma situação totalmente sob controle, nada estava colocando ele em risco. Era um amigo, apesar de tudo e ele não iria bater nele, ou algo assim. - Jurou que ia tomar cuidado...

- Eu tomei...

- ... Não foi nem uma gotinha, derrubou demais.

Não resisto àquela carinha triste. Me rendi. Envolvi a cintura dele e o puxei para mim. Naruto se enroscou no meu pescoço, sem nem eu dizer uma palavra. Vi o rosto de Deidara se enfurecer, parecia piada, mas o meu Naruto estava em pânico. De frente para Deidara e com Naruto agarrado em mim, eu ri.

- Ah, por favor, vão se fuder. Naruto, vai se fuder. Você fez merda, só assume que fez merda e resolve isso.

- NÃO FUI EU. - Naruto gritou começando a chorar.

- Tudo bem, eu pago. - Disse.

- Não, você não vai pagar. Não foi a gente.

- Naruto, você não pode ficar brigado com o líder da república que você mora. Tudo bem, é só pagar para limpar o carro. - Sussurrei para ele.

- Mas não é justo que você pague.

- Nem é caro. Pare de chorar, não dê esse gostinho a ele. Só para te ver bem, ok?

- Não. - Ele resmungou. Olhei para Deidara, ainda puto com a gente. Ele estava com chave estendida no ar, peguei e o loiro saiu marchando para dentro de casa, os outros que estavam na porta voltaram para dentro.

- Vai a merda, Deidara. - Naruto gritou.

- Sonso do caralho. - Ele retrucou.

Em meus braços, Naruto tremia tanto que me senti culpado. Ele não funciona sob pressão, eu sei. Mas achei um pouco demais. Dei um beijinho na sua testa, enquanto alisava suas costas.

- Não foi a gente. - Ele repetiu.

- Eu sei.

- Odeio quando não acreditam em mim.

- Eu sei.

Nós voltamos para o quarto dele, mas o clima estava péssimo. Naruto se jogou na cama e se cobriu com o edredom. Eu estava de pé olhando para ele se encolher e puxar os travesseiros para perto. Achei que ele tivesse esquecido que eu estava lá.

Não soube exatamente como eu deveria me aproximar, ou se eu deveria me aproximar.

- Então... ah... Acho que vou indo.

- Eu te chamei pensando que seria legal, desculpe...

- Foi legal, eu amei passar o dia com você.

- Mas você queria transar, não queria?

- Mas você não está no clima, eu entendo.

- Eu odeio quando gritam comigo.

Eu sei. É, decidi me aproximar. Sentei ao lado dele na cama, respirando fundo. Ao menos esse Naruto continuava o mesmo. Ele me abraçou com força e percebi que ele continuava tenso, seu coração continuava palpitando.

- Já passou. Ele ficou irritado, porque o carro apareceu sujo, mas eu vou resolver amanhã. Não há nada que tenha que se preocupar. - Ele prendeu os dedos na minha camisa, puxando-o para ele.

- Dorme comigo hoje? - Eu demorei a responder, porque não sabia o que dizer. - Por favor? ...Por favor, Sas.

Segurei ele comigo. Daquele jeitinho que fazia eu me sentir tão... Naruto fazia eu me sentir assim. Acho que Naruto havia acabado de completar de 17 anos. Nós já éramos alguma coisa, um caso, ou sei lá. Ele já tinha vindo muitas vezes à minha casa e já havia dormido comigo umas 3 vezes. Ele me mandou mensagem perto da hora de dormir, eu tinha acabado de sair do banho. Ele disse:

"Deixa eu dormir na sua casa hoje?"

E depois continuou:

"Eu levo as coisas para eu me arrumar para o colégio e nós vamos no mesmo transporte mesmo..."

"Por favor?"

Não dá para simplesmente negar, quando alguém pede para ir a sua casa e ainda diz "por favor". Eu só queria dormir, eu precisava acordar mais disposto para as aulas. Foi naquele ano que a minha insônia começou a piorar. Sempre algum detalhezinho idiota atrapalhava meu sono e eu não conseguia dormir. Naquele dia, foi Naruto.

Quando ele pediu para dormir aqui, na verdade, ele já estava na porta da minha casa. Só esperando a minha resposta para knok-knok-estou-aqui. O sorriso dele era tão largo parado em cima do tapete, ele me olhou e me abraçou, ficou grudado em mim e eu fechei a porta enquanto ele se enroscava na minha cintura. Eu estava sem camisa e pés descalços e ele vestia uma camiseta e uma bermuda.

- O que houve?

- Nada.

- Por que quis vir para cá a essa hora? - Perguntei. Ele apenas sorriu, enquanto subíamos a escada e disse:

- Fiquei com vontade de te ver...

- Você ia me ver amanhã.

- Queria ver hoje.

- Está falando sério?

- Uhum.

Spoiler: Não, ele não estava. Naruto mentirosinho. Entramos no meu quarto, as luzes apagadas, o ar condicionado um gelo e ele pediu para ir ao banheiro. Eu me deitei na cama, não pretendia dormir, pois quando ele abrisse a porta e viesse se ajeitar, me acordaria.

Fiquei esperando. Nos primeiros 5 minutos, eu não disse nada. Mas depois de uns 10, eu já estava ficando com agonia. Ainda deitado, disse:

- Naruto, você morreu aí dentro? - Eu esperava uma risada. Achei que ele podia ter se distraído com o celular e, bem, eu queria dormir.

- Já estou saindo. - Ele disse. Sua voz soou estranha, anasalada, mas aguardei. Poderia ser só o eco do banheiro. Nunca mais fui o mesmo com ele depois desse dia, para mim ele era só um garoto bonito que eu me divertia e podia dar uns beijinhos. Do jeito que ele se mostrava, com aquela risada escandalosa e o jeitinho meigo, jamais poderia imaginar que morava um ser humano por debaixo daquilo tudo.

Eu lembro que eu realmente não me importava com quem ele falava, quando não estava comigo. Não me importava se o idiota do Gaara o levava para festas e ele ficava com várias pessoas e bebia como um alcoolatra sem futuro. Não me importava com nada. Pra mim, até esse dia, ele era só um cara que fazia um bom boquete. E aí se passaram mais dez minutos e eu já estava me arrependendo de ter deixado ele entrar.

- Amanhã tem aula, eu preciso dormir!

- Desculpe, vou sair... - Daí a voz dele soou nitidamente anasalada. - Dois minutos? - Eu não sei o que houve comigo, não sei porque me importei. Me levantei da cama e me escorei na porta do banheiro, tentei ouvir um soluço, mas ele era incrivelmente silencioso.

- Você está chorando? Abre a porta.

- Dois minutinhos.

- Abre a porta. - Ouvi o barulho da torneira, ele lavando o rosto. Mas isso não adiantou, bebê. Seu rosto continuou vermelho e inchado. Ele sorriu, quando abriu a porta e foi tão diferente das outras vezes. Os olhinhos estavam tristes e ainda mais azuis do que de costume. Ele tentou disfarçar, abriu a porta com a luz estando apagada, tão espertinho para me enganar, achou que eu não fosse conseguir ver?

Ele tentou me contornar e ir para a cama, mas eu o parei no meio do caminho, fiquei na frente dele. Ele ficou encarando o chão e eu precisei erguer seu rosto para que olhasse para mim.

- Por que está triste? - Ele balançou o rosto, negando. Na beirinha para voltar a chorar, mas agora na minha frente. Eu segurei seu rosto, as bochechas quentinhas. - Ei, o que foi? - Eu me aproximei, dei um selinho em seus lábios e ele se desmanchou. Naruto se encolheu em meus braços, o rosto enterrado no meu peito. Eu o abracei, meus braços em torno dele. Ele pareceu tão indefeso e vulnerável.

Senti que deveria cuidar dele, protegê-lo.

- Eu não estava me sentindo bem em casa. - Segurei por trás de sua nuca, afaguei os fios loiros e o apertei contra mim. - Eu queria me sentir seguro...

- E aí quis vir para cá? Você se sente seguro comigo? - Não era bem uma pergunta, porque era o que ele tinha acabado de falar. Eu só tinha ficado surpreso... e lisonjeado. Ele continuava encolhidinho dentro do meu abraço e eu me senti responsável por ele.

O ar estava muito frio, então eu o conduzi para a cama, o deitei perto de mim. Aposto que ele não queria me incomodar, mas consolá-lo me deu um senso de importância. Ele deitou do meu lado e eu que o puxei para perto de novo, o deixei bem perto de mim e nos cobrimos.

- Você está seguro. - sussurrei. Lembro que ele suspirou e se aninhou em meus braços, deixou o rosto na curvatura do meu pescoço. Foi a primeira vez que o vi assim, tão vulnerável. Me fez perceber o quão ingênuo ele era, me fez perceber que ele precisava de proteção e procurou a mim. Ele tinha um montão de amigos e tenho certeza que ele não se importaria de pagar um uber para vê-los. Mas ele era meu. - Se acalma, bebê. Você quer me explicar o que aconteceu?

- Se eu contar, eu vou chorar.

- Você já está chorando.

- Vou chorar mais. - Tão precioso. Tão lindo. Tão vulnerável.

- Está se sentindo seguro? - Ele assentiu, disse "uhum". - E que tal você me contar o que houve amanhã de manhã quando a gente for tomar café? - Ele assentiu de novo. Adormecemos assim, juntos. Do jeito que estamos agora, porque algumas coisas nunca mudam. Eu podia fazer Naruto se sentir seguro. Deidara pareceu uma ameaça e eu pareci segurança.

- Vou ficar aqui até você dormir, ok?

- Uhum.

Quando um maníaco se apaixona Onde histórias criam vida. Descubra agora