Um clique de metal.
O som de uma capsula vazia caindo ao chão.
Outra bala encaixada na câmara.
Outro disparo.
Assistir Caitlyn disparando era quase como arte, uma sinfonia que ela não via a anos tão de perto.
Um clique de metal. A cápsula vazia, quente, batendo no chão. O som ensurdecedor de mais um disparo. Mais um corpo inerte indo ao chão.
"Qual é sua motivação para atirar, Kiramman?"
Aquela frase ecoando no fundo da mente da xerife de Piltover. Anos, e aquelas palavras sempre vinham à tona quando o dedo fino deslizava pelo metal, o gatilho prestes a ser pressionado.
Outro clique do metal, a cápsula vazia indo ao chão, outro disparo. O silêncio.
Mesmo sem ninguém à sua vista, o olhar aguçado da atiradora procurava se mais ninguém poderia machucar a mulher caída à sua frente.
Vi era forte, óbvio, mas um taco de metal certeiro em seu rosto, desnorteou a lutadora, que aos poucos parecia acordar. O grunhido baixo de dor, o som da pressão de ar quente sendo liberado de suas manoplas pesadas se apoiando sobre o chão.
E antes que Vi pudesse dizer algo, o som do disparo a ensurdeceu novamente, fazendo os olhos acinzentados fecharem brevemente.
Eu não arriscaria se fosse você.
A voz séria de Caitlyn ecoou antes de mais um clique de metal, a cápsula vazia indo ao chão, e o grunhido monstruoso soando atrás de si. Os passos pareciam correr, mas tudo que Vi conseguiu enxergar quando abriu os olhos foi a xerife com o rifle em mãos, imóvel, olhando pela mira, e como reflexo, a mulher de cabelos rosa fechou os olhos com aquele som absurdo do disparo mais uma vez.
Nunca havia escutado aquele rifle enorme tão de perto. Era ensurdecedor. Ou será porque era novo? Há quanto tempo não via Caitlyn de cabelo preso? A franja comprida e solta, se mantinha atrás da orelha para que nada atrapalhasse seu campo de visão. Nada, nem mesmo o rosto ensanguentado de Vi, que naquele segundo sorriu com o canto dos lábios. Aquele chiado no fundo de sua mente deixou a mulher de cabelos rosa despreparada, desatenta.
Outro disparo, mas esse não era tão próximo. Não. Vinha de longe. E foi como se tudo mudasse em um segundo. Sua vida passasse diante de seus olhos arregalados.
"Acaba com ela." A voz de Jinx ecoou em sua mente.
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"Me esquece, cupcake." Sua própria voz ecoou.
A cena parecia uma câmera lenta diante dos olhos de Vi. A xerife de Piltover prestes a atirar novamente, e então o sangue voando, o corpo magro caindo para trás com o impacto da bala, o som do rifle pesado indo ao chão. O sorriso no canto dos lábios de Vi sumiu no mesmo instante em que ela se virou, uma das pernas flexionadas, apoiando o pé no chão, o olhar estreito e furioso, quando seu rosto se virou para olhar por sobre o próprio ombro quem havia feito aquilo.
Uma armadura pesada, preta, com vários tubos se conectando em diversas partes, o líquido verde correndo por entre o acrílico; e cada passo que aquela monstruosidade dava, fazia o chão todo tremer. Alguns blocos de cimento e placas de metal caindo do prédio destroçado com as paredes repletas de marcas de bala, socos, sangue e explosões. A fraca iluminação vinha mais dos tanques repletos daquele líquido verde e roxo, mas Vi tinha uma visão clara de quem havia atirado e como sempre, sem pensar, ela se virou e correu na direção daquela armadura.
