Harry tinha dezessete anos, era o menino mais alto da sala dele e o Menino Que Sobreviveu, e durante as últimas férias que eles iam ter, enquanto Hermione se preocupava com crimes e futuras universidades, Harry arranjou um emprego, porque ser um vigilante/herói, apesar de ser muito trabalho, não pagava salário mínimo nenhum. Não pagava nada, infelizmente, e com Harry tendo parado de cozinhar e limpar, os Dursleys também pararam de o dar comida, então ele tinha que fazer compras e alimentar a si mesmo.
Sirius se ofereceu para o dar dinheiro. Disse que, tecnicamente, Harry trabalhava para ele e merecia compensação. Harry não conseguiu aceitar. Não parecia certo: parecia, de certa maneira, até um tipo trapaça.
Ele teria, então, gostado de dizer que conseguiu um emprego por mérito próprio e nada mais, mas isso não foi exatamente o que aconteceu. Harry queria ter conseguido, mas a verdade era que, com a vida noturna dele, teria sido bem difícil. Muitas coisas podiam dar errado, muitos segredos podiam ser descobertos, machucados podiam ser vistos, mas não explicados. Qualquer outro chefe, qualquer outra rotina, era uma ameaça não só para identidade secreta dele, mas para toda aquela família teimosa que ele tinha criado.
Portanto, Harry tinha virado o secretário de Lupin.
Para ser justo, não era como se houvesse qualquer outra pessoa com um currículo mais merecedor que quisesse aquela posição e tivesse a perdido para ele. Em Hogsmeade, ter até a mais leve das relações com policiais já era bem perigoso, como as cicatrizes de Lupin deixavam mais do que claro, sem contar com o perigo que havia lá dentro mesmo por causa de todos os policiais corruptos. Harry era um dos únicos loucos e destemidos que falaria é, é isso que eu quero para a minha vida.
Para ser justo, ele também não fazia muita coisa. Ele com certeza não via nenhuma da ação. Aquele tão mencionado perigo era, mais do que tudo, uma grande ameaça no horizonte, que podia o alcançar a qualquer segundo, mas até então não tinha.
Na maior parte do tempo, Harry passava ligações para Lupin e respondia e-mails e ditalizava documentos e relatórios que tinha recebido à mão para ser mais fácil para Lupin os checar depois. Sempre, Harry se mantinha sentado. O dava tempo mais do que necessário para cuidar de seus próprios casos — casos do Menino que Sobreviveu e do Defensor — enquanto estava no trabalho.
Ele tinha, inclusive, muito tempo para ficar com fones de ouvido, ouvindo o noticiário e a linha de rádio da polícia que ele tinha hackeado com Hermione. De vez em quando ele saía e trazia algo para Lupin comer, porque ele rapidamente percebeu que Lupin tinha o costume de se esquecer de lanchar. De vez em quando ele ia pegar um café para si mesmo. Em geral, Harry tinha muitas poucas interações com o resto do precinto, o que ele apreciava, porque ele realmente odiava policiais e Lupin sempre seria a única exceção.
De noite, Harry via violência mais do que o suficiente para compensar suas tardes caladas no computador.
O corpo inteiro dele doía como se Harry todo fosse um grande hematoma, o que ele genuinamente sempre sentiu como se fosse, desde os seus quatro anos. Os músculos dele ardiam com esforço e os ossos dele pareciam pedaços quebrados de vidro que tinham sido consertados com super bonder, com dedos trêmulos, com uma oração sussurrada.
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back up again, DRARRY
FanfictionEra uma verdade universalmente reconhecida que Hogsmeade, na Inglaterra, era um verdadeiro lixão. Os super-heróis que tentavam consertar as coisas eram a única razão para toda aquela cidade ainda não ter acabado em chamas. Harry Potter, com dezessei...