Capítulo 24. Conversas no Telhado

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Sentados no telhado enquanto desfrutavam das batatinhas favoritas da Keene junto com um lanche noturno comprado no senhor Delmar, Kiara e Peter olhavam a paisagem noturna em silêncio.

— Lamento ter estragado seu baile — Peter quebrou o silêncio após engolir o lanche — Você se arrumou toda, estava linda com a banda e largou tudo para me ajudar.

— Não ia ficar dançando sabendo que tinha coisas mais sérias em jogo. E eu praticamente não fiz nada, quem enfrentou o Abutre mesmo foi você e, devo dizer, que arrasou muito. Você fica melhor nesse moletom do que com aquele super traje do meu tio, sei lá, fica mais com cara de Peter Parker.

O herói sorriu constrangido amassando a latinha vazia de refrigerante com as mãos.

— Valeu.

— E o beijo, foi a sua recompensa. Toda mocinha beija o herói para recompensar, não é?

— Hã... não sei, nunca fui beijado dessa maneira, sabe? Como recompensa foi a primeira vez.

Kiara fingiu uma expressão de calúnia antes de puxar o garoto para mais perto de si pelo moletom.

— Que horror, senhor herói — ela disse a poucos milimetros da boca dele — Então, terei que fazer esse sacrifício de reparação e recompensar seus atos de heroísmo na vizinhança.

Os lábios dos dois se selaram em um beijo calmo, sem pressa, com o coração acelerando aos poucos e de forma que ambos pudessem aproveitar o momento. Os dois se afastavam de vez em quando, para recuperarem o ar, mas logo voltavam para o beijo até que o pulmão pedisse por ar, fazendo novamente o ciclo de se afastarem para se unirem novamente.

Eram como ímãs.

— Queria poder congelar esse momento — Peter disse em um tom baixo, a testa unida a da Keene e sentindo o perfume dela adentrar suas narinas — Existe fórmula química forte o suficiente para isso?

— Não sei, mas posso descobrir. Divido o lucro com você se ficar rica — Kiara olhou para o céu e perguntou: — Acha que existe outros universos?

— Como assim?

— Mais de um, sabe? Em outro universo onde você não seria herói, ou que nossas famílias não tivessem sofrido o que sofreram. Ou então, existir mais de um Homem Aranha.

Peter deu de ombros, fitando agora o céu noturno como Kiara.

— Se existir, espero nunca cruzar com eles. Trariam muita confusão.

— Isso é verdade — a Keene concordou — Seria bem catastrófico. Eu podia ser a mocinha que cai de um andaime e você corre para salvar, ou o oposto.

— Ou então um multiverso se cruzando — supôs o Parker — Vários Homens e Mulheres Aranhas em um lugar só.

— Isso seria terrível, prefiro como estamos.

Kiara encostou a cabeça no ombro do rapaz, se aconchegando ainda mais nele. Peter segurou a cintura dela, aproveitando o calor que ela emanava.

Era bom, muito bom na opinião do Parker.

— Não aguentaria várias versões suas, a que está em meus braços está de bom tamanho — o amigão da vizinhança disse vendo a garota fazer uma falsa cara de brava.

— Igualmente — ela retrucou.

Os dois riram até que ouviram o barulho de palmas atrás deles. Peter se afastou assustado enquanto Kiara não precisava olhar para saber quem era, porque só tinha uma pessoa que faria questão de ser "estraga prazeres" em momentos como aqueles.

Power - Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora