Capítulo 15. Luna e Dobby

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Foi somente Kiara desligar o telefone e virar para trás, que se separou com um par de olhos lhe fitando com interesse no sofá.

— Não me olhe assim, eu não tenho culpa se ele mexe comigo e nem sabe disso.

A cachorra lhe respondeu com um latido e com o rabo abanando, quase que um sinal de "você gosta dele, não tem culpa mandar no coração", ou quase isso.

— Vou pegar mais ração para vocês.

Enquanto caminhava até a cozinha, o barulho de latido atrás de si lhe fez parar e se abaixar para pegar o animal, que estava deitado no chão, no colo.

— Vem Dobby, vou alimentar mais um pouco vocês — disse ao animal, que parecia lhe compreender soltando um latido quase que animado.

Assim que saiu de Washington com um misto de sentimentos dentro de si, a garota estava decidida a ir para casa quando pediu ao motorista do táxi que fosse até o bairro do Queens, somente para comprar um lanche no Delmar. No caminho a pé para espairecer as ideias que lhe atordoavam desde o “momento herói foda salvando mocinha indefesa da morte” que havia presenciado pela máscara de Peter, passou em frente a um beco onde uma caixa de papelão molhada era o único abrigo de dois cachorros de médio porte. O macho tinha a pata da frente machucada, sangue seco nos pêlos e aparentava desnutrição enquanto a fêmea estava magra e com um olhar de medo.

Os dois foram abandonados à própria sorte.

Sem pensar duas vezes, Kiara pegou os cachorros com cuidado e os levou ao veterinário pagando tudo o que foi necessário para cuidar da pata que havia sido fraturada, além das vitaminas para nutrição e vacinas contra doenças. Aproveitando que o local também funcionava como pet shop, Kiara pediu que dessem um banho com tudo o que eles tinham direito enquanto comprava a ração, potes para colocar comida e água, cama para cada um deles e coleira com os nomes gravados.

Luna e Dobby, em homenagem aos seus personagens favoritos de Harry Potter.

Para facilitar, Kiara foi para casa levar as compras e voltou ao pet shop com seu próprio carro para transportar os animais, que foram deitados no banco de trás.

Inicialmente eles estranharam quando ela os colocou no chão do apartamento, mas depois se acostumaram tanto com o lugar que Luna marcou alguns cantos. A cama dos dois foi deixada perto do quarto dela por precaução, mas ela tinha a certeza de que antes de dormir colocaria no chão do cômodo.

O pote de comida foi enchido até o topo e Dobby não perdeu tempo, se alimentou logo que a nova dona o colocou no chão.

— Kira — ela chamou sua inteligência artificial após beber o copo de água — Pode iniciar seu processo de hibernação e fazer atualizações, acho que tenho tudo sob controle aqui agora.

Entendido. O processo de atualizações começa agora e durará cerca de seis horas e vinte quatro minutos.

De repente, Kiara perdeu o ar que sentia com a pontada na região da barriga, uma mão automaticamente foi em direção ao local da dor como se pudesse arrancá-la, mas aquilo obviamente não era possível por ser algo interno, enquanto a outra se segurou na pia. Os latidos de alerta de Dobby e a proteção de Luna lhe fez dar um passo, na esperança de acalmar os dois, mas isso somente piorou a situação fazendo com que sua visão ficasse turva e em seguida, caísse no chão desacordada.

❨🕸️❩

A porta do terraço estava aberta e Peter estranhou ver o apartamento em completo silêncio, o que não era nenhum pouco típico da garota.

— Kiara? — chamou recebendo o silêncio como resposta quando um cachorro latindo em sua direção lhe chamou a atenção — Hey! Quem é você?

O cachorro pulava nos joelhos do Parker, que ficava intrigado com um animal ali e com a agitação do mesmo como se quisesse falar alguma mensagem. Os latidos ficaram mais intensos, até Peter começar a receber mordidas no tornozelo.

— Hey! Calma! O que você quer me dizer? É algo sobre Kiara?

Como se tivesse destravado a palavra chave, o cachorro latiu e saiu correndo mostrando o caminho. Peter o seguiu, e viu Kiara caída na cozinha desacordada enquanto outro cachorro fazia a guarda.

— Kiara! — ele gritou abaixando-se ao lado dela e vendo que, felizmente, respirava — Kira! Kira!

Ele chamou o software mas não foi respondido, o que o deixou ainda mais desesperado, procurou o telefone de Kiara pela casa. O aparelho estava no sofá desbloqueado e com as mãos trêmulas, ele procurou na lista de contatos alguém que viria imediatamente se ela pedisse.

Voltando a cozinha, Peter se sentou no chão e pegou a cabeça dela colocando-a em seu colo, enquanto aguardava a ligação ser atendida.

E foi.

— Happy! Preciso de ajuda, a Kiara está desmaiada no chão da cozinha e eu não sei o que fazer.

Chego em instantes — o segurança disse do outro lado da linha antes de desligar.

Peter deixou o celular no chão e ficou segurando o rosto da garota que ficava cada vez mais pálida.

— Você vai ficar bem, eu prometo.

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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Parecia que tudo estava indo bem, o que aconteceu com a Kiara? Peter todo preocupado me deu um aperto no coração.

Me digam o que acharam, quero saber tudo!

Agradeço também aos 3K de visualizações 💞 Power é uma experiência nova para mim que tô gostando, e fico feliz que estejam gostando também.

Até o próximo!

Power - Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora