Desmoronando

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NATASHA ROMANOFF
2 ANOS E 3 MESES ATRÁS

Eu havia sido enviada para um completo desespero quando Steve me ligou dizendo o que havia ocorrido. Maria e eu estávamos no café da manhã do hotel discutindo alguns pontos da reunião que aconteceria em algumas horas, mas quando meu celular tocou eu sabia que algo estava errado.

- Eu preciso que você assuma o controle de tudo por aqui. -disse para Maria já levantando da cadeira. - Preciso encontrar um voo de volta, Wanda está no hospital.

- Natasha, por Deus! É o seu trabalho aqui, tudo que construiu. -repreendeu.

- São os meus filhos e a minha esposa, Maria. -enfatizei cada palavra. - Sem eles, nada do que eu contruí importa.

Caminhei em direção ao quarto sem dar continuidade àquela discussão, não levaria a lugar algum e tudo que eu precisava nesse momento era chegar até Wanda o mais rápido possível. Já no aeroporto eu tentava dizer a mim mesma que tudo ficaria bem, mas o desespero continuava indo e voltando conforme eu imaginava a cena descrita por Steve em minha mente.

Wanda estava desacordada em um hospital e a possibilidade de perdê-la me fazia tremer, náuseas me arrebatavam todas as vezes que eu pensava no que poderia acontecer.

As horas dentro do avião foram sufocantes e, em grande parte do tempo, pensei que não seria capaz de continuar. Por diversas vezes o medo simplesmente me paralisava e a única coisa que me fazia seguir em frente era saber que Wanda e os bebês precisavam de mim.

Pouco mais de quatro horas depois eu estava entrando pela porta da frente do hospital central da cidade, Steve me esperando na recepção, sua expressão era quase tão assustada quanto a minha deveria estar, seus braços me envolveram em um abraço rápido quando me aproximei.

- Peggy está esperando no corredor, Dra. Cho levou Wanda para realizar alguns exames, ela disse que você poderia entrar assim que chegasse.

Não perdi tempo questionando nada mais porque precisava colocar os olhos sobre a mulher que eu amava, então meus pés só seguiram de forma automática as instruções de Steve. Quando alcançamos o corredor que dava até a enfermaria, Dra. Cho e Wanda já estavam de volta, corri rapidamente para o lado de sua cama, encarando seu rosto pálido e trazendo sua mão livre do acesso do soro até minha boca para deixar um beijo ali.

- Você precisa ficar bem, amor. Por favor. -não liguei se todos ali viam minhas lágrimas, porque eu não me importava com mais nada além do bem estar da mulher deitada à minha frente. - Vocês três precisam ficar bem, eu não tenho mais nada além de vocês.

Peggy e Steve saíram para nos dar um pouco de privacidade, minha mão nunca soltando a de Wanda quando Dra. Cho se virou para mim para que pudéssemos conversar.

- Natasha as coisas estão piores do que imaginei. -aquilo era como um soco no estômago, era óbvio que o quadro era grave, mas realmente ouvir as palavras deixavam tudo pior. - Wanda teve um pico hipertensivo altíssimo, a condição dela tem se agravado rapidamente e isso causou um descolamento precoce das placentas.

- O que isso quer dizer? -questionei sem entender nada do que ela dizia.

- A placenta ligada ao útero é o que nutre os fetos, próximo ao parto é comum que ela comece a descolar, mas a pré eclampsia tem acelerado esse processo. Natasha... -ela pausou por um momento. - Talvez os bebês não resistam até o fim da gestação, ao mesmo tempo induzir um parto prematuro não é uma opção porque os pulmões e outros órgãos vitais ainda não estão prontos. As chances deles sobreviverem nessas condições seriam mínimas.

Encarei a Dra. Cho sem saber o que dizer. Eu mal havia concebido a ideia de que tinha uma esposa, filhos e uma família e agora tudo isso estava a um fio de ser perdido. Parecia uma grande piada.

Misery Loves CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora