Combinação

1.7K 210 106
                                    

WANDA MAXIMOFF

2 ANOS E 7 MESES ATRÁS

Era uma das cenas mais fofas que eu já havia presenciado, Natasha Romanoff meio deitada, meio encolhida no meu sofá nada confortável, parecendo tão serena e indefesa que foi impossível não sorrir para sua forma dormida ali. Não me preocupei em acordá-la, não ainda, porque queria surpreendê-la com um café da manhã de agradecimento.

Preparei algumas panquecas e joguei um pouco de mel por cima, café forte porque Natasha me disse uma vez que gostava assim, empilhei tudo nas minhas mãos com minha incrível habilidade recém adquirida de garçonete e coloquei na mesinha de centro em frente ao sofá. Tomando muito cuidado para não fazer muito barulho, me ajoelhei até deixar meu rosto da mesma altura do seu e distribuí alguns leves beijos por seu rosto bonito.

- Bom dia, Nat. -sorri vendo seus olhos abrindo lentamente e uma expressão meio confusa aparecer em sua face. - Você fica tão fofa dormindo.

- Ei, Natasha Romanoff não é fofa. -seu tom de voz era ainda mais rouco que o normal e aquilo despertou sensações que eu sequer conseguia descrever. - Você está acabando com a minha pose de malvadona.

- Certo, como se essa pose algum dia tivesse funcionado comigo. -rimos e levantei, puxando sua mão para que ela fizesse o mesmo. - Vou te dar cinco minutos para usar o banheiro, lá tem tudo que você vai precisar e então você vai voltar aqui pra comermos o café da manhã que eu preparei. Anda, não queremos que esfrie.

Dei dois tapinhas em sua bunda para que ela se mexesse logo e assim ela foi sem dizer mais nada. Eu havia acordado me sentindo mil vezes melhor e ter Natasha ali deixou minha manhã muito mais animada. Tínhamos perdido a noite, mas poderíamos fazer bons momentos agora pela manhã.

Ainda me deixava um pouco nervosa tê-la ali, na verdade ela me deixava nervosa em diferentes níveis e por diferentes razões, mas não tinha como ignorar a forma como eu me sentia muito mais viva quando a tinha por perto e não iria me privar dessa sensação por medo do que viria a seguir. Poucos minutos depois, Natasha estava de volta, o sono agora lavado de seu rosto, pronta para iniciarmos nosso dia.

- Vejo que alguém acordou se sentindo melhor. -ela brincou vendo o café da manhã que eu havia preparado e sentou-se ao meu lado no sofá.

- Muito, muito melhor. -deixei claro. - E com vontade de recompensar a noite de ontem que eu estraguei.

- Ei, você não estragou nada. Ninguém passa mal de propósito. -ela segurou uma das minhas mãos entre as suas e depositou um beijo ali. - Agora vamos comer e deixar pra lá o que aconteceu ontem.

Comemos em meio a risadas e sorrisos, Natasha deixava o ambiente tão leve que eu tenho certeza que seria capaz de flutuar por aquela sala. A TV estava ligada apenas para fazer música de fundo, porque sequer prestávamos atenção. Honestamente, era difícil ter a percepção de outras coisas ao redor quando ela estava por perto.

Não era muito tarde quando terminamos, mas seu olhar me dizia que ela tinha que ir e, por mais que eu soubesse que era realmente necessário, não queria que ela partisse.

- Vejo você hoje a noite? -perguntei quando o casaco já estava em seu corpo e ela se encaminhava em direção à porta.

- Tenho essa reunião incrivelmente chata que, provavelmente, não vai me deixar em paz até que seja muito tarde, então eu não sei se conseguirei.

A presença de Natasha havia se tornado uma constante na minha vida e a decepção que me tomou ao ouvir isso foi a prova cabal de que eu, talvez, estivesse começando a pisar em um terreno muito, muito perigoso.

Misery Loves CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora