Cerimônias emocionantes

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Boa leitura




- Eu quero que seja minha não só na cama por alguns minutos. Quero que seja por horas, dias, semanas, meses, anos...

Novamente meu coração falhou algumas batidas.

Poderia ter sido de outra forma, mas certamente não seria a mesma coisa, jurei ter ouvido demais por causa do sono. Se fosse um sonho, era muito realista.



(...)





Olhei a minha volta sentindo o estômago borbulhando, como chegamos à isso? O tapete vermelho aveludado fazia parte da minha passarela, os bancos da igreja enfeitados por flores brancas e fitas pretas, no altar meus pais sorriam sinceros apesar de muito nervosos, e o padre que rezava a cada segundo, eu queria desabar rindo daquilo, no entanto, entendia perfeitamente o motivo. 

A igreja havia sido dividida, de um lado minha família e amigos mais próximos, do outro os amigos dele todos com cara de mal (acho que estavam armados) acompanhados de suas parceiras ou amantes, seu irmão estava no altar ao lado oposto dos meus pais, dessa vez não tinha madrinhas, somente padrinhos da parte do Rindou. Minha prima também estava na igreja, assim como meu ex noivo que à essa altura a odiava com a própria vida, seu romance durou pouco, foi efêmero, começou errado e terminou da mesma forma, só espero que comigo não aconteça algo semelhante. Eu sorria grande para todos, sentindo o rosto ruborizar estando extasiada pelo momento único, meu noivo me esperava, como de costume fumando, ele não ligava para cerimônias, sequer pensou algum dia casar numa igreja, porém, fez questão para satisfazer um dos meus caprichos. Amava esse seu lado carinhoso. Vestindo um elegante terno preto, os cabelos possuindo um novo corte e tom, mais longo pintado em roxo, seu irmão também possuía um novo corte, este curto  social na mesma cor do meu noivo. 

Ambos sorriem, Rindou analisando meu corpo como se estivesse arrancando o vestido branco, me vendo nua.

Tento gravar todos os detalhes na minha memória. Os sons, cheiros, enfeites, expressões, sensações, os rostos dos convidados, a harmonia da música cerimônial... Sinto caminhar sobre nuvens.

Diferente da primeira vez, estou confiante e segura, feliz, apesar de ter uma grande possibilidade de me foder, acabar morta com vários buracos no peito, sabendo que poderei ser traída ou usada como alvo dos seus inimigos, ainda estou estranhamente contente. Pensar que os nossos encontros escondidos resultariam nessa belíssima festa, toda patrocinada pelo Kokonoi, e olha que ele é mão de vaca, aposto um braço que o Rindou sabe de alguma coisa importante sobre ele, segredos sujos que todos eles possuem. 

Chego diante do meu parceiro inalando a fumaça naquele espaço ao redor do mesmo. Entrego o buquê para minha mãe, vejo lágrimas inundarem seus olhos. Sorrio para tranquilizá-la, meu paidrasto possui o mesmo olhar triste e feliz. Dou as mãos para o Haitani mais novo, vejo dar uma última tragada jogando a bagana num canto qualquer para desagrado do reverendo, este não podendo dar nenhum 'pio' para reclamar. 

- Oi de novo sr. Padre.. - sorrio para o homem nervoso, ele me encara como se questionasse minhas decisões, lhe ofereço meu mais sincero sorriso, o coitado suspira. 

- Já pode começar. - Rindou fala ríspido, vemos o cristão se benzer fazendo sinal de 'cruz'. - Isso não vai proteger... - murmura impaciente, assustando um pouco mais o homem de bata. 

- É da vontade de ambos estarem aqui? - questiona o clérigo nos encarando. 

- Óbvio velho - rindou responde revirando os olhos, seguro a vontade de rir.

Lua de mel (Rindou Haitani)Onde histórias criam vida. Descubra agora