𝗳𝗹𝗼𝘄𝗲𝗿 𝗴𝗮𝗿𝗱𝗲𝗻, 𝗁𝖺𝗋𝗋𝗒 𝗉𝗈𝗍𝗍𝖾𝗋.

𝟢𝟥

— capítulo três
decisões responsáveis.

Quando a segunda semana chegou no calendário do ano letivo, os treinos de quadribol foram iniciados. Com a aproximação do início da temporada. Harry Potter - o capitão nomeado no ano anterior - , estava normalmente determinado em levar o título da Taça de Quadribol para a Grifinória. Embora dessa vez seja mais uma ambição pessoal, visto que esse é seu último ano de estudos em Hogwarts.

Após Harry sair do vestiário ao lado de Ron e Ginny Weasley, com seus cabelos negros úmidos do recém banho tomado e um suéter confortável, ele sobressaltou-se levemente ao a garota em seu lado exclamar animada:

— LUNA!

Nas arquibancadas mais à frente, era possível ver uma aglomeração de pessoas. Com os olhos já treinados em fazer tal coisa, Harry sorri abertamente ao identificar Daisy Prewett dentre eles, com um livro repousado em suas pernas e seus cabelos ruivos se arrebatando em frente do seu rosto pelo vento.

Naturalmente, a garota tende em ir a todos os treinos da Grifinória após seus primos entrarem para o time, assim criando uma dificuldade em evitar Harry, que conseguiu a proeza de entrar no time no primeiro ano.

Aproximando-se do grupo de amigos, Ginny se jogou no assento ao lado de Luna, que deu um beijo suave em sua bochecha.

— Você foi ótimo, Ron! — saúda Hermione feliz, fazendo-o sorrir abobado. Ela se vira para o outro. — E vocês também, Harry e Ginny.

— Com certeza vamos ganhar a taça esse ano! — comentou Neville, animado.

— As chances são realmente altas — disse Luna olhando de relance para Ginny, que lhe lançou uma piscadela. Sua voz estava naturalmente sonhadora — Eu vou utilizar no jogo da Grifinória aquele chapéu de leão que eu produzi alguns anos atrás, lembram?

Todos assentem, lembrando do tático dia que ela usará o acessório.

— Vocês foram realmente ótimos. — disse Daisy gentilmente, não olhando para ninguém em específico.

Ela nunca admitiria - embora não houvesse necessidade alguma para a sociedade, apenas talvez para o ego pessoal do garoto - , porém Harry era definitivamente um ótimo apanhador, e foram poucos os jogos em todos esses anos em que ele não agarrou o Oomo de Ouro.

— Obrigado — agradeceu Harry, sorrindo — Tem um motivo especial para estarem aqui? — ele franziu levemente a testa, direcionando um olhar nada discreto em direção à Daisy. — Ou vieram vibrar como torcida especial?

Percebendo que Daisy iria responder secamente sua insinuação, Neville rapidamente se adianta em dizer:

— Vamos estudar na biblioteca! — indagou quase se embolando nas palavras. Ele balança levemente a cabeça — Sabe... estudar. Isy e Hermione planejaram.

Harry e Ron murcharam visivelmente pela nova informação, trocando em olhar preguiçoso. Tinham treinado duramente agora mesmo e só de imaginar terem que enviar seus narizes em livros e atividades lhe causavam náuseas.

Daisy lançou um olhar discreto para ele com um misto de astúcia e expectativa, como se esperasse uma decisão adequada do garoto para a situação.

Harry sabia que tinha que se esforçar para as provas finais e todas as pilhas de atividades enviadas dos professores tão recentemente, não deixando como sempre uma série de obrigações para serem feitas de última hora. Além disso, isso traria uma imagem mais responsável que Daisy e sua mãe esperavam de um garoto de 17 anos.

— Ótimo, vamos.

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Os sons do farfalhar suave dos páginas dos livros, as penas úmidas de tinteiro deslizando rapidamente pelos pergaminhos amarelados, os passos cautelosos dos alunos pelos corredores e os sussurros enérgicos dos alunos estruturam a biblioteca à medida que apuraram seus ouvidos para o ambiente em que estavam.

A cabeleira ruiva flamejante de Daisy encobria uma parte de seu rosto pela maneira em que ela debruçou o braço sobre a mesa, seus os olhos focados no livro aberto. Lily Potter havia designado à turma para fazer uma redação sobre a Poção Invisível para a próxima aula e ela precisou ler sobre.

Esfregando o rosto e soltando um bocejo ao terminar de ler um parágrafo, Daisy dispara sua atenção em Harry ao seu lado que, estranhamente, estava realmente fazendo a atividade escolar ao invés de se distrair ou ficar persuadindo-a.

Daisy franziu os lábios, admirando sua determinação em ser mais aplicado em algo tão importante para sua vida. Porém, rapidamente, um pensamento inunda a mente dela e afunda seu estômago em um sentimento de culpa, deixando-a inquieta.

— Sabe... — murmura Daisy timidamente, brincando com a ponta de seus dedos repousados em seu colo. Harry a olhou surpreso — Você não precisa deixar de ser si mesmo para me agradar, Potter.

— Acho que procrastinar é algo sempre bom para se mudar — brinca Harry, porém a expressão preocupada continuou no rosto da garota, fazendo-o arquear as sobrancelhas. — Eu não sabia que você se preocupava tanto assim comigo, Daisy-Flower.

— Eu apenas acho errado e não saudável agir dessa suposta maneira — retrucou Daisy, rispidamente — Se for para, para... — ela respira fundo, as bochechas corando — para eu gostar você, que seja sendo si mesmo, ok?

Harry a encarou. Seus olhos verdes se assemelham à bosques de folhagens em plena primavera ou esmeraldas vibrantes quadrilhando seu rosto de maneira afetuosa, derretendo-se na possibilidade dela se preocupar com seu bem estar.

— Você tem razão. Como sempre tem — afirma ele, inclinando-se na cadeira, impressionado — Fique tranquila, eu não estou mudando minha maneira de ser por causa daquilo. Quando eu quero, posso realmente ser responsável.

Daisy revirou os olhos pela mentira contada, embora sentisse que seus ombros relaxaram em não interferir negativamente na vida do garoto. Ela se odiaria por isso.

— Ah, sério?

Harry sorri inocentemente.

— Agora eu posso.

— O que vocês estão conversando? — questiona Ron do outro lado da mesa, confuso com a pequena interação.

— Nada, Ronald — murmura Daisy na defensiva, ajeitando sua postura e voltando-se ao primo — Por que a pergunta?

— Você nunca convive com o Harry ser ter um ataque de raiva, não é? — explicasse estreitando os olhos, desconfiado.

— Eu não gritaria na biblioteca. — admite Daisy, dando os ombros indiferente.

Harry entreabre a boca e pisca algumas vezes, perplexo. Ron solta uma risada, transformando-a em um ataque de tosse ao Hermione lhe enviar um olhar severo visto ao grito repreendor de Madame Pince pelo barulho feito por ele. Daisy balança negativamente a cabeça, voltando ao livro em sua frente, enquanto Neville tinha um sorriso brincalhão no rosto.