Manuela nunca foi uma menina popular e cheia de amigos. Desde de que se mudou para Boston, a única amiga que fez foi Sofia. E as duas estavam longe de serem populares, e eram na verdade as que sofriam bullying das populares de verdade. Mas, as duas...
Os dias da semana foram passando rápido, tivemos teste quase toda a semana, e vários professores passando trabalho. E a semana de prova estava cada vez mais próxima. Acabou que eu e Manuela marcamos de fazer o trabalho só no sábado, porque estava tendo teste quase todos os dias e aí precisávamos estudar. Na quarta, meu pai faz um jantar em nossa casa para Helena e Manuela. Nesse dia até tentei ser mais legal com Helena, e vi que ela era legal. E que não precisava ter grandes preocupações em relação ao namoro dela com meu pai. A Amanda, Lisa e Emily espalharam para escola toda que eu e Manuela somos lésbicas e estamos namorando. E sempre que podia elas apareciam para encher nosso saco ou só falar besteiras mesmo.
E estava cada vez mais certa de que talvez eu gostasse apenas de meninas. Mas não era algo que eu pudesse ter certeza, porque eu estava muito coisada pela Manuela, e não conseguia prestar atenção em outras pessoas para saber se sentia ou não atração só por meninas, ou por meninas e meninos. E eu não sabia definir o que sentia por Manuela, mas alguma coisa eu sentia. A melhor descrição para meus sentimentos que eu tenho no momento e que eu estou ‘coisada’ por ela. Quando chegou sábado, eu estava super ansiosa para ir fazer o trabalho com Manuela, como se a gente não tivesse se visto ontem e tivéssemos ficado horas conversando ontem a noite. Levantei, troquei de roupas e fui treinar. Eu já havia abandonado minha dieta, então ao menos tentava ainda me manter fazendo exercícios. Manuela fez questão de acabar com minha dieta, ela cismou que eu estava comendo pouco e ficou me enchendo saco com aqueles olhos grandes e rostinho lindo e me obrigou a comer direito.
Uma coisa que descobri, e que é impossível dizer não para aquela baixinha. Mas eu entendi que ela estava certa, não tinha necessidade de eu estar de dieta, e que se eu achasse que precisava deveria primeiro ir ao médico. Ela ficou repetindo isso um bilhão de vezes, até achar que eu havia entendido. Depois de treinar, fui tomar café. E fiquei mexendo no celular esperando dar a hora de eu ir sair. Meu pai estava trabalhando nesse sábado, então nem vi ele. Mas mandei mensagem lhe lembrando que iria para casa de Manuela. Quando deu meio dia eu fui me arrumar, tomei banho e fiquei algum tempo olhando meu armário tentando pensar no que vestir. Apesar de não haver motivo, eu estava nervosa. Me vesti e fui arrumar meu cabelo.
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Depois de pronta, pedi um Uber e desci para a sala e fiquei esperando. Quando chegou, me despedi de Maria e fui até o carro. Meia hora depois eu desci do carro e fui até a porta e bati duas vezes e passou pouquíssimos segundos e Manuela abriu a porta, foi tão pouco segundos que percebi que talvez ela também estivesse ansiosa. Assim que me viu ele deu um sorriso grande me olhando, e a única coisa que pensava era em como ela era linda.
_ Oi Baixinha _ falei, desde que ela me disse que odiava que a chamassem assim, eu o fazia só para a irritar, mesmo porque ela em relação a mim nem é tão baixinha assim. Ela revirou os olhos, mas veio me abraçar como sempre, e eu retribuir, eu já devo estar repetitiva, mas eu adoro quando ela me abraça. _ Oi Oli _ ela disse me chamando pelo apelido que ela me deu. _ Vamos entrar _ ela disse me puxando para dentro.
