Capítulo 8.

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Assim que Helena saiu do quarto, Manuela se aproximou de mim e ficou me olhando. Ela não é muito normal, cada vez eu tinha mais certeza disso. 

_ O que foi? 
_ Você não vai ficar estranha comigo porque nós beijamos né? 
_ Não. 
_ Hum...mas a gente vai se beijar de novo né? 
_ Como você pergunta essas coisas assim?
_ Eu quero te beijar de novo, e quero saber como vão ficar as coisas entre a gente. Podemos ser amigas que se beijam. 
_ Gostei dessa ideia _ falei me aproximando dela e pela primeira vez tomando a iniciativa de a beijar. 

Minhas mãos foram parar na cintura dela a puxando para mais perto, e ela aprofundou o beijo. 

_ Mas você tem que prometer uma coisa _ ela disse interrompendo nosso beijo.
_ O que? 
_ Nós nunca, não importa o que aconteça, qual relacionamento a gente venha a ter, a gente nunca vai deixar de ser, sobre tudo, amigas. Promete? 
_ Prometo. Você também tem que prometer. 
_ Eu prometo _ e então ela juntou nossos lábios de novo. 

Fomos nos limpar e depois limpamos a escada. Sorte só ter sujado ali. E então nós nos juntamos a nossos pais, ficamos conversando, esperando a pizza chegar. Foi uma noite bem legal, cada vez tinha mais certeza de que Helena era uma pessoa legal. E foi bom ver meu pai feliz, ele merecia viver isso de novo, se apaixonar de novo e ter alguém além de mim. Quando ficou tarde e iríamos embora, Helena insistiu para que ficássemos. Meu pai demorou, mas acabou aceitando. Manoela logo me chamou para dormir no seu quarto, e o mais engraçado foi ver nossos pais todos envergonhados e meu pai até falou que dormiria no quarto de hóspedes, mas logo depois ouvimos alguns barulhos de passos e vozes, então imaginamos que ele foi para o quarto de Helena. Eu tomei banho primeiro e depois vesti uma pijama que ela me emprestou, e então foi a vez dela. E ela saiu do banheiro e deitamos em sua cama. 

Estávamos deitada de lado e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela me beijou. Os beijos foram esquentando, e quando dei por mim ela já estava em cima de mim. Sua mão estava passando na minha cintura, e minhas mãos estavam em seu rosto e entre seus cabelos. Quando a mão dela foi para debaixo de minha blusa, eu acabei me afastando. Foi muito sem querer e sem pensar. 

_ O que fui? Fui rápido demais? 
_ Acho que não, não sei. E que...não ria de mim.
_ Eu jamais iria rir de você. Fala. 
_ Lembra do que te falei antes, né? Que só fiquei com alguns meninos quando me mudei para cá, mas nunca fui além de beijos. E eu nunca havia ficado com uma menina antes. Eu ainda sou virgem _ falei a última parte mais baixo.
_ Isso não é um problema, e não teria por que eu rir, Oli. Nós vamos com mais calma se quiser, e desculpa se fui muito rápido _ ela falou. Eu adorava o jeito carinhoso que ela falava Oli, me fazia sentir muito importante para ela, o que já era grande coisa para mim. 
_ Adoro que me chame de Oli, baixinha. E eu estava gostando, não se preocupe. Mas não sei se consigo ir mais além do que isso. 
_ Quer ver série? _ ela perguntou, ainda em cima de mim, fazendo carinho no meu rosto. 
_ Pode ser. 

Ela se levantou para perguntar o notebook, e me arrependi rapidamente, porque estava muito bom ter ela ali em cima de mim. Ela voltou com o notebook e ficamos uns bons minutos decidindo o que assistir. Até que acabamos decidindo por Lá Casa de Papel que nenhuma de nós duas tinha assistido. Ela deixou o notebook em meu colo, levantou e apagou a luz e depois voltou para cama, e deitou totalmente agarrada a mim, e eu a abracei como deu. Eu adorava o jeito carinhoso dela, e de como ela adorava me tocar e me abraçar, porque eu também gostava, mas não tinha tanta facilidade quanto ela de fazer quando tinha vontade. Assistimos uns três episódios até eu ver que ela havia dormido. Desliguei o notebook e o pus na mesinha do lado da cama. 

Com todo cuidado do mundo, para não acordar ela, ajeitei seu corpo na cama, e me ajeitei também, mantendo- abraçada em mim. Fiquei um tempo olhando ela  até pegar no sono.

Descobrindo o Amor. (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora