"do começo ao fim."

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Eu estava conversando com Mel na varanda do palácio, distraídas quando ouvimos barulhos de tiros vindo da ponte de divisória. Rapidamente olhei assustada para Mel, e as duas levantaram rapidamente.

— O que foi isso? — Perguntei para Jayce quando o mesmo veio correndo na nossa direção.

— Eu não sei, mas os Defensores estão lá. — Respondeu o mesmo com um ar de preocupação.

Mel quase imediatamente saiu correndo para ver o que estava acontecendo lá fora, então eu e Jayce fizemos o mesmo. Fiquei assustada com o que vi que estava acontecendo naquela ponte: vários guardas e defensores estavam no chão, provavelmente mortos, e Caitlyn parecia dizer algumas palavras para um deles. Vi também estava lá, e depois do que aconteceu na Subferia, eu estava indecisa se deveria correr para ajudá-la ou ficar parada e ver o resultado de todas as explosões. No mesmo instante, eu e ela trocamos olhares, e me arrepiei de cima a baixo.

Balancei a cabeça para afastar qualquer pensamento a mais que tenho sobre Violet e olhei para Caitlyn, que agora olhava para Vi. Foi quando vi que Vi estava machucada e mancando que quis surtar, mas algo me impediu de dar qualquer passo. Mel e Jayce me encaravam, como se esperassem que eu fosse ir ajudá-la.

— Você não vai ir ajudar Vi? Caitlyn... — Não o deixei terminar a frase.

— Eu sei, Jayce. — Respondi curta e grossa.

— Violet parece muito machucada. — Mel cochichou para Jayce, que assentiu.

Peguei toda a coragem que tinha em mim e fui caminhando na direção das duas, que ficaram me encarando até ficar a alguns centímetros de distância delas.

— Você está bem, Vi? — Falei com um tom neutro, tentando disfarçar minha preocupação.

— Ela vai ficar bem. — Caitlyn respondeu por ela, que estava apoiada no ombro da mesma e estava ofegante.

— Por favor, não fale por ela, Caitlyn. — Fui seca.

— Eu estou bem, Isabella. — Vi me cortou com um olhar de fúria.

Não conseguir dizer mais nada. Elas passaram por mim e foram em direção ao Conselho. Caitlyn abriu as portas. Provavelmente iria levar ela para um quarto. Resmunguei só de pensar nessa possibilidade. Voltei para dentro e quis passar no corredor onde fica o quarto de Caitlyn, e ver como Vi estava. Não segurei as lágrimas que já queriam cair antes quando as vi conversando e deitadas na cama com sorrisos estampados no rosto. Passei rápido pela porta semiaberta e virei os corredores para o meu quarto o mais rápido possível. Chorei em silêncio, mas não sei exatamente o motivo. Sabe quando você sente seus sentimentos sobre outra pessoa presos na sua garganta, e você sempre escolhe engolir tudo isso para si mesma? Então, é isso que estou sentindo nesse momento depois de ver a pessoa que amo (quase) secretamente com outra pessoa.

Eu não poderia deixar aquilo me abalar. Mas a ideia de ir pedir desculpa a Vi estava me perturbando desde que vi ela com Caitlyn. Parece que vozes na minha cabeça me assombram para ir falar com ela, mas ao mesmo tempo, eu não consigo fazer isso.

Eu passeava pelos corredores, procurando algo para fazer. Havia pouca iluminação e eu olhava para o chão, sem me importar em onde estou indo. Esbarrei em alguém sem nem perceber e quando olhei para frente, quase revirei os olhos.

— Olhe por onde anda, linda. — Vi me olhou de cima a baixo.

— O que você quer, Vi? — Cruzei os braços, já estressada.

— Não sabia que você era tão estressadinha. — Ela deu uma risada.

— Vá se foder, Violet. — Revirei os olhos, ainda sem dar um passo.

EUPHORIA, viOnde histórias criam vida. Descubra agora