Pensamentos aleatórios de uma mente em processo

Retorno.

    Qual será o melhor método de não se sentir impossibilitado de realizar coisas antigas que gostavamos de fazer com toda nossa vontade e atenção, e que hoje em dia não nos agradam mais como antes? Muitos podem dizer que talvez tenhamos apenas amadurecido e tomado novos rumos, criado novos hábitos. Mas se sentimos falta de fazê-los, ainda há uma faísca dentro de nós que merece esse questionamento.

    Me lembro bem como a uns anos atrás, eu vivia pela arte, no sentido de que tudo ao redor me dava motivos para escrever. De coisas boas, até as ruins,sempre me trazia um texto e uma motivação para por o sentimento na ponta da caneta e escrever sobre o que me abatia ou intrigava. Hoje em dia ainda escrevo, mas de uma forma menos prazerosa e natural como antes. Acredito que se minha vida fosse mais motivadora, diferente, essa vontade de escrever não se apagaria. Mas tenho vivido dias iguais, desilusões pelos mesmos motivos, aflições pela falta de um emprego, ansiedade por querer sair do lugar e me sentir estacionado enquanto as pessoas ao meu redor me falam sobre como seu dia fora cansativo depois de um dia corrido auxiliando na produção da empresa, ou até como foi o dia delas ao pegar o ônibus para voltar as suas casas e ter que voltar em pé por motivos de lotação dentro dele. Mas mesmo assim, com essas situações, suas vidas estão com novidades a cada dia que passa.

    Fato é, que poderia eu escrever textos gigantes e compôr músicas atrás de músicas durante meus dias parados e tediosos, mas não sinto necessidade. Depois que a vida adulta nos encontra, escrever é viver a vida, cada dia que passa é um terrivel e longo capítulo da minha própria história que não aguento mais não saber qual será o final.

    Perder a vontade de fazer o que gostavamos antes, não necessariamente passa na régua da maturidade.  Muito menos no fato de que temos novos hábitos ou se apegamos a outras coisas. A depressão, a ansiedade, a síndrome de impostor, muita das vezes nos impossibilita de enxergar prazer nas coisas antigas que amavamos realizar. Sinto muito que o mundo tenha me feito, e talvez te feito, menos apreciador da exposição de sentimentos, e sim mais recluso e desgastado para isso.