A calça.

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     Já se passaram os dias em que eu pensava que esses dias não passariam.Aquele dias pesados,de frio...mesmo a cidade de São Paulo marcando 32°graus,ja queimando nossa pele.Os dias que se passaram,passaram em vias, aéreas na mente,de noite e de dia,e palpável no caminhar e sentir,quando eu olhava e dizia "É,ja se passaram os dias".

     Penso em lavar algumas roupas minhas depois de ter feito um enorme esforço pra terminar de esfregar uma maldita calça moletom branca,mais encardida que minha alma pecadora,só que mais palpável de ser limpa.Pelo menos algo em minha frente eu posso mudar por enquanto. Aliás, já mudei.A calça esta pendurada no varal a frente da entrada da luz da laje,onde se encontra a parte de vento mais próxima.

     Hoje é um dia frio,mas um daqueles em que é frio tanto por dentro,quanto por fora.O tédio consome e tento arranjar algo para me tirar dele.A calça está lavada,o frio é realidade,vai demorar alguns dias até que seque por completo.Mas não me importo, ainda há dias para que seja o dia, então não me preocupo.Logo estará seca novamente.

     Dia 17 de agosto de 2020, o dia em que escrevi sobre uma calça lavada, em meio uma quarentena de fachada, onde há pessoas pelas estradas e amores se indo sem farpas.Tudo ao meu redor está caótico, pensar e escrever sobre uma calça, talvez não tenha tanta graça,mas ao menos, desse maldito tédio, a minha mente se disfarça.

Pensamentos aleatórios de uma mente em processoOnde histórias criam vida. Descubra agora